
«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
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12.12.11
9.10.11
EM DEFESA DAS PRIMÁRIAS PRESIDENCIAIS

Os socialistas franceses, num processo eleitoralmente interessante que não se reduz aos soicalistas, escolhem este domingo o seu candidato ao Eliseu de 2012. Se ninguém obtiver a maioria, os dois mais votados regressam às urnas daqui a oito dias. Gosto deste sistema da mesma forma que gosto do sistema semi-presidencial francês que defendo para Portugal. E gostaria de ver os putativos candidatos das esquerdas e das direitas domésticas a disputar "primárias" em vez de andarem a enviar recadinhos frívolos uns aos outros. Seria uma prova de maturidade política desses putativos candidatos e da nossa democracia que ainda tem de tombar muitas panelas até chegar a adulta.
24.8.11
SARKOZY E O PRINCÍPIO
Isto não é exactamente uma má ideia. O famoso princípio da igualdade postula que o igual seja tratado de forma igual e o diferente de forma diferente. E Sarkozy, não se tendo propriamente revelado grande coisa enquanto presidente da França e dirigente europeu, nem sequer pode ser tido por um tipo de esquerda.
16.7.11
AINDA O 14 DE JULHO
Parece que a Marselhesa é muito popular entre nós. Depois desta versão e desta, e porque acho a da Mireille Mathieu - na noite da vitória de Sarkozy - demasiado insossa, ofereço aos leitores a interpretação do meridional Roberto Alagna. A força da música, revista por Berlioz, e da letra é indisputável. No fundo, como dizia Borges, podemos sempre tentar ler a Imitação de Cristo como se tivesse sido escrito por Céline. Ler e ouvir tudo assim, aliás.
14.7.11
LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE
Dia nacional da França. Com todas as deficiências, actuais e pretéritas, uma grande nação. Sei que muitos leitores não gostam. Mas o triplo propósito é, ainda hoje, um grande desígnio sempre por cumprir. No clip, Jessye Norman canta o hino francês perante a multidão que, há 22 anos, comemorava o bicentenário da Revolução. Era, então, outra a Europa.
27.5.11
GENTE COMO DEVE SER

Boa ideia de Medeiros Ferreira. «Anne Sinclair tem defendido um francês, que se preparava para se candidatar à presidência da RF, em pleno Estado de New York, com unhas e dentes e muito património. São as autoridades judiciais que impõem uma caução inimaginável para o comum dos detidos, são os vizinhos da grande Maçã que se mostram hostis perante DSK em detenção domiciliária, é o silêncio das autoridades gaulesas perante as condições de detenção de alguém que Sarkosy escolheu para director do FMI em nome da França e da Europa. O General De Gaulle já teria manifestado algum mal-estar. Uma personalidade destas não deixa mal, nem o seu marido, nem o seu país.»
15.5.11
TOUT DEVIENT POSSIBLE?

Quem sabe. Mas nada nem ninguém como o nosso divertido prof. Marcelo para sugerir ao da foto a abertura de uma garrafa de champanhe à conta da chute de Strauss-Kahn. Isso e comentar debates caseiros, caseirinhos, mesmo, com as certezas de quem, no único que travou (em 1989, contra Jorge Sampaio por causa da Câmara de Lisboa), o perdeu. Um porreiraço, este nosso prof. Marcelo.
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27.3.11
A DECADÊNCIA DA EUROPA DO TRATADO DE LISBOA

Sarkozy perde. A sra. Merkel perde. O Zapatero perde. O Berlusconi, é o que se vê. Barroso assemelha-se a um escrivão da puridade. A baronesa inexiste e o sr. Rompuy é um anónimo e pacato cidadão belga. Sócrates, entre nós, resume-os a todos. Não admira que, em França, no dia em que a "esquerda" progride nas regionais, Marine Le Pen esteja presente em todos os cenários de 2ª volta das presidenciais de 2012, deixando Sarkozy para trás. Strauss-Kahn (a quem iremos dar mais atenção muito em breve) é o melhor socialista para o Eliseu. Mas poder votar - e exprimir que se tenciona fazê-lo - em Le Pen, é um sinal.
6.3.11
COSTA ROYAL

Lá como cá, quando os resultados não servem, "ajustam-se". Todavia, o PS francês tem um excelente candidato na pessoa do director-geral do FMI, Strauss-Kahn, um tipo de categoria que não se confunde com as duas mulherzinhas dominantes na seita, Aubry e Ségolène Royal. Pensar que a Costa - o part-timeiro edil de Lisboa e comentador televisivo - passa pela cabeça ser um dia candidato a Belém (muito abaixo das referidas mulherzinhas e seria aviltante compará-lo com Strauss-Kahn), é elucidativo do estado a que isto tudo chegou.
18.10.10
SOUS LES PAVÉS, LA PLAGE
15.9.10
UM GRANDE PAÍS

Contrariamente a esta choldra onde pululam césares e pusilânimes de trazer por casa, a França é, por mérito próprio, um grande país. Complexo, contraditório e luminoso como tudo o que é grande deve ser. Ontem, uma missionária da comissão europeia foi buscar o infalível "argumento" da 2ª guerra mundial para ameaçar a França com tribunais e mais não sei quê por causa da expulsão da ciganada romena e búlgara, em situação ilegal, de solo gaulês. Respondeu-lhe, à altura, um mero secretário de Estado. «Roissy, ce n'est pas Drancy (...). Ce genre de dérapage n'est pas convenable. Sa passion a sans doute dépassé sa pensée. (...) La patience a des limites, ce n'est pas comme cela que l'on s'adresse à un grand Etat.» E o ministro da imigração foi ainda mais claro. «D'ordinaire, elle est plus pondérée. Elle dérape, elle utilise une expression qui est à la fois choquante, anachronique et qui procède d'un amalgame.» Os socialistas franceses no activo- quase tão cretinos como os nossos não fosse o caso de alguns deles saberem ler e escrever muito bem -, pela voz da senhora Aubry (a rever certamente o PSF ao espelho), sugerem que «l'image de la France est abîmée, pas seulement en Europe d'ailleurs.» Nada disto tem a ver com os ciganos, evidentemente, mas antes com as presidenciais de 2012. Sarkozy é uma desilusão política (não por causa desta parvoíce) e simultaneamente um osso duro de roer que não deve ser subestimado. Todavia, e é esse o ponto, um "grande Estado" como a França está acima destas personagens todas de circunstância e desta ridícula amálgama promovida pela correcção global. Aqui estamos todos muito bem uns para os outros porque grandes é coisa que nunca fomos nem seremos.
14.7.10
O ÓDIO À IMAGINAÇÃO

O analfabetismo literário traduzido neste post é revelador dos lugares-comuns que vagueiam na cabeça de muito pobre monárquico português. Donatien Alphonse François, mais conhecido por Marquês de Sade, passou a maior parte da vida atrás de grades, vítima da inveja do costume, de inimigos pessoais e de ódios políticos. "Morou" anos a fio na Bastilha, onde, aliás, se encontrava encarcerado (e não "enjaulado" como sugere o subtil autor do post) na data que hoje se comemora em França. Dias antes do "prec" local invadir a prisão, Donatien lançou da janela da Bastilha uns panfletos escritos à mão onde descrevia as degradantes condições a que estava sujeito. Depois dirigiu-se à multidão recorrendo a uma espécie de megafone artesanal. Após ter sido solto, escolheram-no como "presidente" da respectiva "junta de freguesia", dando início a uma campanha anti-religiosa que ajudou a radicalizar a Revolução. Todavia, opôs-se ao "Terror". Quando os seus sogros, responsáveis por muitos dos anos que passou na prisão, foram condenados à morte como contra-revolucionários, Donatien impediu a sua execução. Esta fraqueza custou-lhe, de novo, a liberdade. A jacobinagem mais boçal prendeu-o - era um perigoso "moderado" - e condenou-o à pena máxima. Esperou um ano pela guilhotina. Entretanto acabou libertado com o fim do "Terror" e, daí em diante, viveu na mais horrível das pobrezas. Quando veio Napoleão, Sade não resistiu a escrever uma sátira sobre o corso. Novo azar. Foi condenado a passar o resto da vida num asilo para doentes mentais. D. A. F. de Sade é um grande escritor em qualquer parte ou tempo do mundo. Tout le bonheur des hommes est dans l'imagination, dizia. Tudo o que a maior parte das pessoas, tipicamente, não tem.
21.3.10
LATINO-AMERICANOS E EUROPEUS
Em França, nas eleições regionais, Sarkozy é fortemente penalizado por ter dito e prometido uma coisa e, a seguir, com a mesma veemência, redito e dado por desprometido a mesma coisa. Como cá, aliás, com a desculpa da "crise". Porém, em França a opinião pública e a que se publica não padecem da bovinidade acívica que grassa por aqui apesar dos alegados "controlos" de Sarkozy. As televisões não páram de mostrar Sarkozy no "antes" e no "depois". E há sempre mais vida para além do "chefe" mesmo dentro das hostes do "chefe". Aqui, desgraçadamente latino-americanos, as trelas estão bem apertadas.
30.1.10
O QUE É QUE O PS FRANCÊS HÁ-DE FAZER COM AQUELA GALINHA CACAREJANTE?
«Começando a ser evidente que Sarkozy sofre da doença bipolar [nota pessoal: ainda não "desisti" de Sarkozy], é muito possível que Villepin, um fiel partidário de Chirac, seja candidato à Presidência da República nas próximas eleições em 2012, e até que as ganhe, caso o candidato socialista volte a ser aquela galinha cacarejante que dá pelo nome de Ségòlene Royal.»
Do Médio Oriente e afins
21.11.09
O VERDADEIRO NOME DA EUROPA

Bismarck fundou, depois de um debate que venceu na velha Prússia e na diplomacia internacional de então, a Alemanha, unificando-a. Desde aí, a Alemanha e, mais tarde, a França passaram a dominar politicamente a Europa. A "ilha" nunca contou excessivamente. Seria, pois, impensável que ambas, apesar de "europeias" no sentido burocrático do termo, cedessem naquele controlo. A escolha de três anões políticos para os cargos honoríficos do Tratado de Lisboa - Barroso, uma ex-comissária trabalhista de Barroso feia como trovões e um irrelevante 1º ministro belga - revela que Sarkozy e Merckl dão razoavelmente bem conta do "eixo" franco-alemão, o verdadeiro nome da Europa.
Adenda: A título circense e porventura já a pensar no natal, o governo vai aproveitar as tendas montadas em Belém para a cimeira ibero-americana para "comemorar", na Torre de Belém, o Tratado de Lisboa. Portugal bimbo e periférico no seu melhor. Um país de eventos.
Adenda: A título circense e porventura já a pensar no natal, o governo vai aproveitar as tendas montadas em Belém para a cimeira ibero-americana para "comemorar", na Torre de Belém, o Tratado de Lisboa. Portugal bimbo e periférico no seu melhor. Um país de eventos.
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14.7.09
14 DE JULHO
Jessye Norman, Paris, 14 de Julho de 1989
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Nicolas Sarkozy
4.4.09
A DIPLOMACIA DOS PEQUENINOS
O primeiro-ministro de Portugal, esse gigantesco país europeu entregue à "esquerda moderna", garantiu em Estrasburgo um "reforço" de tropas domésticas no Afeganistão. Pelo contrário, Sarkozy, o presidente francês - supostamente de direita - não quer mandar mais soldados gauleses para uma guerra que não é deles. Sócrates - tal como o seu "gémeo" Barroso - tem mais certezas internacionais do que o chefe de Estado francês. Ou mesmo do que Obama que, prudentemente, anda a "apalpar terreno". Não vale a pena embotar por aí.
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22.11.08
SOCIALISTAS NA SARJETA

Mitterrand, como é próprio do Príncipe, acabou com o PS francês. Jospin até pelo farsante Le Pen foi humilhado. Décadas antes, e num daqueles golpes de génio que distinguem os grandes homens dos gnomos, Mitterrand - que tinha entrado num congresso dos vários grupelhos socialistas que vegetavam à sombra da triste memória da IV República à frente de um deles - saiu de lá secretário-geral do PSF, disposto a servir-se da Constituição de De Gaulle em proveito da sua ambição. Aguentou uns anitos e, em 1981, chegou lá. O resto conhece-se. Agora o que resta do PSF balança entre duas senhoras, qual delas a mais horripilante. Ségolène (de plástico como outros congéneres de serviço) e a filha de Delors (com um semblante assustador) são a imagem miserável do socialismo francês desfeito às mãos desse inteligente "usurpador" de socialistas chamado Nicolas Sarkozy. Por muito que asneire, Ségolène e a outra são o melhor penhor para o presidente francês. É isso mesmo. Não é Hillary quem quer.
13.8.08
A MÃO DO GENERAL
«Charles de Gaulle est le seul chef d’Etat français, et l’un des rares dans l’histoire mondiale, dont on puisse dire qu’il fut un essayiste, un mémorialiste et un épistolier de premier rang porté une culture classique et un style de haute volée. Tant et si bien qu’on se dit avec le recul que si le prix nobel de littérature a bien été attribué à Winston Churchill, ce ne peut être qu’à la suite d’une erreur d’aiguillage (même si les Mémoires de celui-ci valent vraiment le détour). Ne jamais oublier que sur sa photographie officielle, le premier président de la Vème République regarde au loin, la main posée sur des volumes reliés, comme d’autres avant lui, mais devant la bibliothèque de l’Elysée, comme aucun de ses prédécesseurs ne l’avait fait avant lui. Le premier des Français n’est pas un enfant de la télé mais un homme du Livre et des livres, c’est de là qu’il vient et de là qu’il procède. Les plus déterminés des antigaullistes devront s’y faire : s’il est un point sur lequel la postérité s’accorde unanimement, c’est bien sur la qualité d’écrivain du Général. Même le féroce pamphlet de Jean-Francois Revel sur Le style du général ne tient plus la route : un demi-siècle après, il fait penser à une correction de copie par un professeur abusivement pointilleux. Car même s’il n’avait pas rencontré l’Histoire, Charles de Gaulle aurait été un écrivain. Tout en lui y tendait. L’exploration de sa bibliothèque personnelle témoigne de ce qu’il s’agit d’une bibliothèque de famille, ni de celle d’un officier plus intellectuels que les autres, mais bien de la bibliothèque d’un écrivain qui aimait lire (trois livres par semaine), écrire et réécrire à la recherche du mot juste et du parfait équilibre. L’officier avant-guerre avait marqué par ses trois textes : d’abord un essai de philosophie historique La discorde chez l’ennemi en 1924 puis deux traités militaires : Vers l’armée de métier en 1934 suivi quatre ans après par La France et son armée. Des essais techniques et spécialisés qui révèlent déjà un style, un ton, un son particulier, reflet d’une solide culture classique, tant littéraire qu’historique, et notamment l’influence du Pascal des Pensées, culture sur laquelle se greffera le goût de certains auteurs contemporains. On le sent déjà pointer dès l’incipit de second traité puisque Charles Péguy y est invoqué : « Mère, voyez vos fils qui se sont tant battus ». Mais c’est bien entendu le mémorialiste en De Gaulle qui le consacrera écrivain, dès la parution des 3 volumes de ses Mémoires de guerre au milieu des années 50 : L’appel, l’unité, le salut. Un massif historique auquel il faudra adjoindre ce que Georges Duhamel appelait « les pièces justificatives », des milliers de documents d’archives qu’une petite équipe de chercheurs dirigée par Olivier Germain-Thomas publiera en plusieurs tomes sous le titre Lettres notes et carnets où l’on verra l’épistolier et le diariste épauler le mémorialiste sans jamais rien céder sur le style et donnant une touche privée qui manquait aux mémoires.Voilà pour l’œuvre publiée mais quel est son terreau, où plongent-elle ses racines, dans quelle tradition ? Où que l’on cherche, les Grecs et les Latins ne sont jamais loin. C’est la base, l’origine et la matrice. Mais encore ? Tous ses registres ont une source. Non que son inspiration fut sans mystère mais elle trouve toujours une origine dans de grands textes, encore fallait-il avoir le talent de les transcender et le génie d’accorder leur grandeur passée à celle de l’époque. Adopte-t-il le ton de la confession, fût-ce en s’adressant au plus vaste des publics, et l’on croit entendre en surimpression les accents de Saint-Augustin et de Rousseau. Lui qui est tout le temps dans la domination de soi et la maîtrise de l’émotion, le voilà qui fait ses aveux, reconnaît que sa vie publique a été un échec. Comme si le héros de la France libre, l’homme de guerre et de combat avaient tant chassé le naturel qu’il lui revenait sous sa forme la plus pure, la plus vraie s’agissant d’un tel solitaire, la forme de la mélancolie.»
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