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31.12.11

O EMBLEMA DA DECADÊNCIA


Durou até ao dia 21 de Junho. Se dependesse dele e dos seus acólitos, ainda hoje durava. Parecia qualquer coisa e acabou em coisa nenhuma. Sobraram dele uns quantos devotos medíocres acolitados em diversas instâncias de poder formal e informal. Dá-se por alguns (pelo seu confrangedor exibicionismo mediático que tem tanto de estúpido como de perigoso precisamente pela estupidez que exala) e dá-se menos por outros o que não quer dizer que sejam menos perigosos que os primeiros. A manha tem tantas fórmulas (más, evidentemente) como as do diabo. Pacheco, o Pacheco que tem dias, resume-o: «à volta dele o desastre absoluto», «mestre da propaganda, mestre no voluntarismo despesista, mestre no dolo, mestre na arrogância autoritária», «o seu nome tornou-se um insulto, cujo pathos ele renova com convicção e zelo, como nas declarações sobre a "gestão da dívida".» E Pulido Valente também: «o que admira neste homem é ele ter chegado a chefe de um grande partido e a primeiro-ministro. Tudo o resto se explica: a ignorância, a irresponsabilidade, o autoritarismo e a noção de que a política era uma forma de teatro. Mesmo assim, ganhou a confiança de gente que devia saber mais e os portugueses só correram com ele no último momento. Irá com certeza ficar como o emblema da decadência do regime.»

12.12.11

LEMBRAM-SE

Da epifania dos carrinhos eléctricos? O futuro ia ser brilhante, não ia?

RAZÕES PARA NUNCA O ESQUECER

«Não passou pela preocupação de José Sócrates que toda a dívida tem de ser paga – ela e os juros associados –, que dívida em cima de dívida gera dívida insustentável e que chega um dia em que quem nos empresta dinheiro tem medo de não receber o que emprestou e, nessa altura, corta-nos o crédito ou passa a emprestar-nos em condições incomportáveis. Daí à bancarrota, vai um passo curto. O passo que representa um sinal exterior de irresponsabilidade. Foi o que sucedeu sob a liderança de José Sócrates. Agora ele saiu e está pessoalmente bem, mas cá continuamos nós, colectivamente mal e a pagar a factura das suas leviandades. Foi este homem que nos governou durante seis anos. Dando sinais errados e perigosos para as famílias, as empresas e o país. Por isso, a poupança diminuiu, a produção não aumentou, a produtividade baixou, o défice de competitividade agravou-se e pagamos agora, com língua de palmo, as fantasias da ilusão e da facilidade. Até agora este homem tinha pensado e agido desta forma. Agora, confessou-o mesmo e ainda por cima sem mostrar ponta de arrependimento. Mais uma razão para nunca o esquecer. O homem e as consequências do seu pensamento. Especialmente quando ele quiser regressar.»

Luís Marques Mendes, CM

8.12.11

O REGRESSO DE ZORRO

A não perder, no Telejornal da RTP. E assim sucessivamente.

7.12.11

UMA TRAGICOMÉDIA


«Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são por definição eternas. As dívidas gerem-se. Foi assim que eu estudei.» Como diria Shakespeare, eis o mais recente herói da esquerda moderna portuguesa (e ícone de seis anos de PS no poder), qual Iago com o pé em cima do peito de Otello. Na "realidade", Portugal faz de Otello na iluminada cabeça da criatura. Seria cómico se não fosse trágico.

1.12.11

A TRALHA


«O PS andou aos ziguezagues quanto ao voto no Orçamento do Estado e lá chegou à abstenção com a contestação de uns quantos deputados que representam a herança de Sócrates na bancada. Queriam que o PS votasse contra porque acham o OE mau mas, sobretudo, para se demarcarem da actual liderança. A ‘jogada’ não tem mal nenhum. O que é mau é que simbolizem o prolongamento do ciclo mais lamentável que o PS teve desde sempre. Que representem com total impunidade a execrável herança deixada no País e no PS. Que sejam a face do puro amiguismo como forma de fazer política. E que Seguro não consiga despachá-los para junto do querido líder, no seu exílio do bem-bom parisiense.»

Eduardo Dâmaso, CM

21.10.11

PONTO, CONTRAPONTO

«Nós chegámos perto da bancarrota com uma política orçamental em 2008, 2009 e 2010 que foi suicidária e anti-nacional. Em Junho de 2005 eu chamei à atenção que se não controlássemos a dívida pública e o défice público teríamos ‘spreads’ a subir, mais tarde ou mais cedo, e que isso teria consequências para o financiamento da economia e para o financiamento das famílias». Mas nessa altura "reinava" no Governo Sócrates o super-ministro Costa que, cedo, começou a "explicar" aos seus colegas que, com Campos Cunha, "não iam lá". Aí foi chamado o orador de sapiência que ontem as televisões exibiram como um verdadeiro herói nacional. Foram "lá" - com ele e de que maneira - já com o referido Costa prudentemente fora do barco. Ponto, contraponto.

6.9.11

31.5.11

COMO ELE "DEFENDEU PORTUGAL"

UM PROGRAMA


Positivo.

7.5.11

O OBSTÁCULO

É preciso um socialista - Manuel Maria Carrilho - para, numa frase singular proferida na tvi, resumir a falácia de Sócrates. Há escassas semanas atrás, o referido Sócrates afirmou que entre ele e o FMI estavam 10 milhões de portugueses. Agora, entre estes 10 milhões de portugueses, o FMI, a CE e o BCE encontram-se 78 mil milhões de euros - os juros elevarão a quantia para cerca de cento e tal mil milhões - indispensáveis para o país poder sobreviver a Sócrates e à sua privada alucinação. Dito de outra forma, Sócrates é um obstáculo caríssimo, enquistado entre 10 milhões de portugueses e o seu futuro, que vai passear pelo país nos próximos dias como se fosse um vulgar inimputável. Não é. Convém remover o obstáculo sem a menor contemplação.

6.5.11

KEN/SÓCRATES


Ontem pus-me a ver Sócrates no programa da RTP2, do Fernando Alvim, intitulado "5 para a "meia-noite". Aquilo parece que é em directo. Ontem - o Fernando anunciou-o previamente - tinha sido gravado umas horas antes. Aquilo parece que tem perguntas aos convidados. Houve uma, gravada e estúpida, e uns bonecos computorizados a dizer disparates. Sócrates, impecável com uma camisa preta sem gravata, casaco preto e calças de ganga, evidenciou a sua insustentável leveza. Foi buscar Pessoa para falar do amor ("o amor de sua mãe", querendo ele dizer "o menino de sua mãe"), Berlusconi para falar dos fatos (uma repetição da gracinha de 2009 nos gato fedorento: atenção, central, é preciso inovar o "humor" do homem), o PS para falar dos amigos, a dobragem para falar de filmes (maravilhoso lapso freudiano) quando queria dizer legendagem, em suma, um boneco de plástico que articulava duas ou três frases seguidas sem o mais vago interesse ou graça. Disse-se dialogante como poderia ter dito que as calças lhe estavam apertadas. E que leva a oposição - não disse qual -, se ganhar, para o governo. Dado o adiantado da hora, a "central" não deve ter dado muito importância a esta prestação para a "malta nova" de um homem de "geração" (sic). "Sou de uma geração" foi coisa repetida à exaustão. Qualquer imbecil sabe que tipos que apenas vivem no presente, ao minuto e ao segundo, não têm geração, isto é, não possuem uma biografia. Estão, não são ou foram. O seu sucesso também reside nisso, na rasura cibernética da memória. Em certo sentido, Sócrates está de acordo com os tempos e os tempos estão de acordo com ele. Estão bem uns para os outros.

INVENTAR PARA DESMENTIR


«O discurso de Sócrates na terça-feira sobre o acordo com o triunvirato BCE-FEEF- FMI teve um carácter absolutamente singular na história da comunicação política portuguesa, porventura mundial e até histórica. Desde os discursos políticos de Péricles e o último do verdadeiro Sócrates, na versão de Platão, nunca antes um dirigente nacional, a quem coube anunciar um acordo que moldará a vida colectiva nos anos seguintes, teve a cobardia política de esconder o que realmente o documento estabelece e a ousadia de inventar o que o documento não diz.
A retórica do primeiro-ministro foi delirante: o acordo não prevê a revisão constitucional, o fim da escola pública, não prevê crocodilos a voar nem terramotos às segundas, quartas e sextas. O acordo não prevê nada disso. Nos manuais de retórica, procurei, entre as figuras de estilo registadas pelos peritos da linguagem desde Roma Antiga, uma que se assemelhasse a este ilusionismo, como lhe chamou Helena Matos (PÚBLICO, 05.05). Não encontrei. Há figuras de estilo em que se nega uma coisa para afirmar outra, mas nenhum autor, desde há mais de dois milénios, parece ter previsto esta velhacaria política de omitir a realidade concreta (má), substiuindo-a por invenções concretas (boas).
Ao pé deste recurso discursivo, espelho de uma governação limitada ao “luzes-câmaras-acção!” e o país que se dane, o resto do que aconteceu na terça-feira não passou de detalhes, mas vale a pena registar.
- Sócrates chamou “conferência de imprensa” à declaração sem direito a perguntas.
- Semanas depois de desaparecido da vida pública, como um ministro de Stalin ou Brejnev, Teixeira dos Santos marcou inusitada presença espectral atrás do líder.
- O governo agendou a declaração para as 20h30, coincidindo com o intervalo do habitual “serviço público” da bola na RTP1, mas atrasou para as 20h40, dificultando à RTP1 ouvir a oposição em directo, o que esta preferiu não fazer, mesmo quando Catroga já estava no ar na TVI e na SIC às 20h47. A RTP1 deu anúncios e voltou ao futebol, que recomeçou às 20h50.
- A Central de Propaganda é tão boa a criar imagens como a proibi-las: impediu aos repórteres de imagem fotografar a declaração; só houve as imagens oficiais da TV e dum fotógrafo do governo. A preocupação de Sócrates em controlar ao máximo a visão de si que sai nos media motivou este acto de censura, por receio da liberdade do olhar dos repórteres fotográficos, que sempre ultrapassa a rigidez das câmaras de TV.
O objectivo desta operação de desinformação visou enganar os cidadãos mais ingénuos, que não acompanham as manobras políticas e propagandísticas em detalhe ou que são crédulos em relação aos governantes. A acção foi planeada ao pormenor. Durante semanas, a Central de Propaganda, e até o próprio Sócrates, conseguiram endrominar alguma imprensa, passando-lhe falsas medidas, que nunca estiveram previstas, para assustar os portugueses. “Houve desinformação gritante nos últimos dias, com exagero claro de medidas de austeridade”, escreveu Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios (05.05). Beneficiário único da desinformação: o Governo. Que desinformação perversa, esta de inventar mentiras para que o primeiro-ministro as possa depois desmentir.
Os media que serviram de mensageiros das falsas medidas de austeridade deveriam pedir desculpa aos seus leitores ou espectadores. Os proprietários e os jornalistas destes media deviam perguntar a si mesmos se as baixas vendas de jornais não estarão relacionadas com uma persistente subserviência à mentira e à amplificação da propaganda do poder. Como escrevia Pedro Guerreiro, ou se está ao serviço de fontes mentirosas ou ao serviço dos leitores.»
Eduardo Cintra Torres, Público

5.5.11

O RESULTADO

«Teria sido melhor não ter sido atrasado o pedido.» Esta frase do representante do FMI resume o resultado da extraordinária e patriótica "determinação" de Sócrates. Não se esqueçam de votar nele outra vez para obterem mais desta "determinação" que vos vai custar, pelo menos até 2013, os três olhos. E ainda faltam os

2.5.11

MIREAU/SÓCRATES

«Defender Portugal»? Só se for dele.

29.4.11

UM PROGRAMA


«A TVI lá fez mais uma entrevista a Sócrates, ajeitando-se à agenda do líder do PS. Como se comprovou no final, a entrevista foi, para o país, totalmente inútil. Zero de conteúdo. Quaisquer que sejam as perguntas, ele repete à exaustão as mesmas cinco frases memorizadas. Hábil a intimidar entrevistadores, ignora-lhes as perguntas, debitando o menu decorado e queimando tempo.
Judite Sousa não colocou diversas perguntas importantes e não obteve respostas às que colocou. Resultado: um festival de propaganda pessoal, mais um em poucas semanas. Sócrates só falou de si mesmo — o seu tema preferido — ou repetiu as cinco frases combinadas lá na Central de Propaganda. E, ajudado pela entrevistadora, alimentou a agora habitual confusão total entre primeiro-ministro e secretário-geral do PS.
A estranha última pergunta de Sousa sobre a vida privada de Sócrates foi colocada ao secretário-geral do PS na sede do governo de Portugal. Sousa apresentou Sócrates como “divorciado” e “com dois filhos” e perguntou-lhe se “tenciona fazer campanha eleitoral com a família”. Recorde-se que nas presidenciais apareceram familiares de todos os candidatos nas campanhas e nenhum jornalista, nem Sousa, os interrogou sobre isso.
A pergunta permitiu a Sócrates fazer exactamente o que disse que não vai fazer: usar os filhos. Mencionou duas vezes o “amor aos meus filhos”. Disse também “sempre os procurei proteger”. Ora, na campanha de 2009, em entrevista à SIC, Sócrates fez “referências premeditadas” aos filhos (como lhes chamou então um dirigente da agência de comunicação LPM). Também a sua vida privada foi usada em ocasiões escolhidas a dedo ao longo dos anos. Mais de uma vez as revistas cor-de-rosa souberam com antecipação onde ele estaria em momentos “privados” com uma alegada namorada; e numa entrevista ao Diário de Notícias na campanha de 2009 ele falou da alegada namorada (i, 21.09.09).
Na acção mediática de Sócrates não há nada, mas rigorosamente nada, que surja ao acaso. As “respostas” em entrevistas são frases decoradas. Toda a sua agenda e a do Estado que comanda estão planeadas para obter ou evitar efeitos mediáticos. Por exemplo, a correcção para baixo do défice foi divulgada pelo INE no sábado de Páscoa, com o país político ausente. A gestão de danos é brilhante: a Central obliterou Teixeira dos Santos dos media quando este, a bem de Portugal, traiu Sócrates e falou da necessidade da ajuda externa.
A Central vai debitando diariamente pequenos “casos” para a imprensa: através de dirigentes e outras figuras do PS (as ordinarices de Lello não são “arreliadoras deficiências tecnológicas” mas declarações públicas calculadas, cabendo a Lello o papel de abandalhar os políticos em geral); ou através de “fontes”, ou nem isso, como nas campanhas negras na Internet. Essa acção permanente da Central, 24 horas por dia, desgasta os adversários, em especial o principal partido da oposição, sem a mínima preparação para enfrentar uma organização profissionalíssima, que hoje atingiu a dimensão de um embrião de polícia política de informações, agindo exclusivamente através dos media e Internet, directamente ou através de apaniguados ou ingénuos.
O desgaste dos adversários ainda está no princípio. Dado que Cavaco Silva e os ex-presidentes pediram uma campanha eleitoral esclarecedora, caberá à Central de Propaganda oculta e semi-secreta ao serviço do PS encher os media e a blogosfera de “casos”, invenções, mentiras, factóides descontextualizados, etc. Esta Central tem acesso a informações, por métodos quase científicos de busca, selecção e organização de informações, a que os jornalistas não têm ou não podem ter acesso, ou nem sonham que existem. A Central conhece o passado de todos quantos agem no espaço público e ousam desagradar ao PS-Governo. A Internet é usada para divulgar elementos “comprometedores” da sua vida. Fernando Nobre e família foram alvo desses ataques mal ele se candidatou pelo PSD. Nos EUA tem crescido igual tipo de desinformação, como a campanha negra por republicanos mais primários de “dúvidas” acerca da nacionalidade de Obama.
A brutalidade da desinformação e das campanhas negras atinge não só os adversários políticos, mas todos os que exerçam livremente a liberdade de expressão. Como o PS-Governo vive exclusivamente dos media, a Central visa em especial os comentadores e jornalistas que considere fazerem algo negativo para os seus interesses.
A jornalista Sofia Branco foi recentemente demitida de editora na agência LUSA por se ter recusado, com critérios editoriais, a pôr em linha uma “notícia” oriunda da Central de Propaganda. Recorde-se que o director de Informação da LUSA foi uma escolha pessoal de Sócrates e que o seu administrador principal é amigo pessoal de Sócrates. A demissão teve carácter de exemplo, pois visa recordar a todos os jornalistas, começando pelos da LUSA, que “quem se mete com o PS leva”.
O caso revela a Central em acção. Uma correspondente da LUSA recolheu uma declaração dum assessor do primeiro-ministro que este atribuiu a Sócrates. A editora da LUSA não quis divulgar declarações dum assessor como se fossem de Sócrates (dado que não eram de Sócrates!); disponibilizou-se para ouvi-las do próprio, mas o assessor negou a hipótese. A editora rejeitou a “notícia”. Acontece que a Central precisava que a “notícia” fosse vomitada para os media naquele dia; por isso, a chefia da LUSA soube logo do caso e colocou a “notícia” em linha; a editora foi liminarmente demitida, retaliação que já seria de dureza totalmente desajustada ao normal funcionamento de uma redacção se a editora tivesse procedido mal. No dia seguinte, Sócrates disse a tal frase que fora dita pelo assessor: é o habitual processo de inculcação pela repetição.
Sofia Branco foi demitida por ser jornalista. Se houve “quebra de confiança”, como a direcção socretista da LUSA invocou, não foi no profissionalismo da editora, mas sim quebra de confiança da Central de Propaganda numa jornalista que agiu como jornalista. “Hoje, 27 anos depois do 25 de Abril, faz-se jornalismo com medo”, disse Sofia Branco ao P2 (25.04).
A pressão infernal sobre os jornalistas deu resultados extraordinários nestes seis anos. Somada a campanhas negras e cumplicidades no seio dos media, permitiu a Sócrates ganhar em 2009 e está a permitir-lhe recuperar nas sondagens em 2011.
A estratégia da Central para esta campanha já está delineada. Um dos elementos tem passado despercebido: através de pessoas como Lello e de comentários anónimos produzidos pela Central e despejados na blogosfera e caixas de comentários, repete-se a ideia de que os políticos são todos iguais, todos corruptos, nem vale a pena ir votar. A Central sabe que a percentagem do PS pode subir se a abstenção crescer. O paradoxo de um partido fomentar subrepticiamente a abstenção explica-se: como os eleitores mais livres votariam mais facilmente na oposição, neutralizá-los diminui os votos nos outros e aumenta a proporção relativa do núcleo duro dos eleitores do PS.
Outro elemento que favorecerá essa estratégia será a habitual forma de as televisões cobrirem as campanhas na estrada. Apesar da crise no país, é provável que a cobertura televisiva se concentre, como habitualmente, nos almoços da “carne assada”, nas declarações da velhota na rua, do comerciante à porta, do militante de reduzida inteligência, no “isto está uma loucura” do jornalista empurrado por jornalistas, etc. Enfim, fait-divers sem conteúdo político e sem relação com o discurso dos responsáveis partidários.
Se as televisões juntarem às habituais reportagens da “carne assada” e da velha que grita na rua alguma cobertura aos “casos” emanados da Central, estará lançada a confusão que serve um único entre todos os partidos: o PS-Governo. Tudo o que não esclareça políticas, divirja para os “casos” do dia e para o diz-que-disse, em que a Central tem mestria absoluta, servirá para impedir um esclarecimento mínimo (desfavorável a quem governou) e para induzir descontentes a absterem-se. Se fizerem uma cobertura das campanhas como a de 2009, as televisões estarão a colaborar, não indirecta, mas directamente com a governação dos últimos anos e com a aplicação concreta, diária, da estratégia de desinformação e propaganda. »

Eduardo Cintra Torres, Público

28.4.11

KIMS

Kim- Jong-il segue os passos do homólogo português e também está disposto a dialogar.

O PROGRAMA DE SÓCRATES

«As estatísticas foram o grande aliado da mitomania deslumbrada que nos tem governado nos últimos anos. Mas, como diz o Povo, "quem com ferro mata, com ferro morre". E o bumerangue dos números aí está, e é assustador: Portugal é a economia mais lenta do mundo e a única em recessão em 2012. Estamos com o mais baixo crescimento dos últimos 90 anos. A nossa dívida pública é a pior dos últimos 150 anos, mesmo sem contar com as empresas públicas ou as PPP. O nosso desemprego é o mais alto desde que há registos. Temos a segunda maior onda de emigração do último século e meio, com uma das maiores "fugas de cérebros" registadas pela OCDE. A nossa taxa de poupança é a pior dos últimos 50 anos e continuamos com o dobro do abandono escolar de toda a União Europeia, sendo o 2.º pior dos 27, logo a seguir a Malta.»

M.M. Carrilho, DN

Adenda: Um tipo do PS Europeu, com inequívoco ar de burgesso, sugere que o FMI, o FEEF e o BCE vão "demolir" a gloriosa protecção dos trabalhadores portugueses. Sucede que alguém devia explicar ao burgesso que ninguém mais do que o seu camarada Sócrates, pelo texto e pelo contexto, tudo tem prodigalizado a fim de "demolir" o país, em geral, e os referidos trabalhadores, em particular. Os "trabalhadores" não são uma entidade abstracta dos manuais de Bruxelas e dos programas da esquerda moderna neo-fascista que conheceu o seu esplendor ideológico com o farsante Blair. Os "trabalhadores" inserem-se em estruturas complexas, amplamente manipuláveis, designadamente por uma Europa cativa da burocracia mais demolidora de tudo. Se a Europa falhar - como parece que falhará - a estes iluminados e a mais dois ou três companheiros de estrada ditos de direita deve agradecer. Acabarem todos no tribunal internacional de Haia era pouco.

27.4.11

A FALÁCIA DO PROGRAMA

Sócrates apresentou o "programa eleitoral" do seu partido albanês. O apresentador é famoso por não cumprir programas eleitorais mas, contumaz, já vai no terceiro. O mais inútil de todos. Porque as pessoas que vão fazer o programa do próximo governo - FMI, FEEF, BCE - ainda estão a trabalhar nele. O que apresentador* apresentou foi uma falácia.

*depois há uma espécie de co-apresentadores sob a forma enganadora de "jornalistas", como a grande e patética socialista "europeia" Teresa de Sousa, que ajudam a embalar o berço e a transformar o apresentador-mor numa coisa nunca vista enquanto génio comunicacional e político mesmo que não comunique nada e, dentro do nada, o nada do mesmo - são dos tais burros que nascem burros (mesmo quando erráticos oportunistas) e nem que passem muitos anos por eles atingem o patamar de um cavalo.