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30.3.11

OUTROS TEMPOS, OUTRA GENTE

Ao fim do dia, no Pavilhão Chinês, o José Medeiros Ferreira perguntava-me quais seriam os melhores cronistas de jornais que ambos conhecemos (e/ou lemos). Coincidimos em três nomes: Fernando Piteira Santos, Victor Cunha Rego e Vasco Pulido Valente. O Medeiros acrescentou Nuno Brederode dos Santos. Conversas entre o Medeiros e alguém que (cito-o da dedicatória nos estudos em sua homenagem) o "acompanha com a sua liberdade e a sua crítica neste (seu) "Longo Curso" de vida". Pode crer.

Adenda: O Medeiros participa numa "maratona" de comentadores da tvi24 escolhidos por Júlio Magalhães. Que os escolheu e que agora deixa a direcção de informação. No 1º painel está Santana Lopes que, se lhe pedissem para comentar o boletim meteorológico (e ele comentava), conseguiria lá meter uma bucha contra Cavaco. Alguém que o livre rapidamente desta doentia cretinice. Ou nos livre dele como comentador monomaníaco.

Adenda (do dia seguinte) : O "modelo" escolhido por Magalhães para se despedir não podia ter sido mais desastroso independentemente da qualidade de alguns participantes. Só a presença final (e fatal) desse sublime papagaio socrático que é Peres Metello era o bastante para estragar tudo. Imagino que nem o mais irrelevante a

27.3.11

POUCO APROVEITADO



Esqueçam a capa, esqueçam as primeiras 49 páginas e passem logo para a 50 da Pública deste domingo. Medeiros Ferreira, meu querido Amigo de há décadas, e prefaciador do meu primeiro livro, "ser errático" como se define (e eu gosto), e sim, definitivamente alguém que Portugal aproveitou pouco, é ali entrevistado. Se hoje, leitores, sois europeus de papel passado pela União (porque, no fundo, sois os mesmos burgessos, sempre prontos a deixar crescer a unha do dedo mindinho dentro da cabeça e a eleger os chefes dos vossos partidos em manada), à intervenção de Medeiros o deveis. Por isso, quando vejo gente a babar-se para cima do "génio" do Amado - actual MNE com ar de Sandokan do Fogueteiro - não posso deixar de recordar os versos do Régio. Há, nos olhos meus, ironias e cansaços. E no Medeiros também.

Adenda: Há uns cromos - se calhar sempre o mesmo idiota shallow - que, volta não volta, vêm aqui deixar um comentário pseudo-erudito sobre o meu alegado "ressabiamento". Com uma insistência típica de "ressabiados". Não vale a pena, porém, porque gente estreita e ainda por cima anónimos não "passam". Vão directamente para o "trash".

18.3.11

AJUDAR A PENSAR


Já se sabe que o actual PS é um amontoado de quadrilheiros desbiografados. Por isso, e não sendo forçoso concordar-se com tudo o que Medeiros Ferreira diz é bom que ele o diga e que o pense. Porque, tipicamente, pensamento é algo que desapareceu do partido de Soares, uma coisa agora entregue a franco-atiradores e a pessoal menor.


Adenda de sábado: A posição de Carrilho sobre isto, deixando de fora o insuportável Costa que Medeiros sugere. Dito isto, o autor deste blogue está-se relativamente nas tintas para o futuro imediato do PS por cujo "presente" vamos pagar caro. "Este" PS (de Sócrates &Cia.) deve ser removido impiedosamente. Mas Medeiros e Carrilho são amigos que respeito.

3.3.11

LIVRE E ÚTIL


«Desde o exílio em Genebra que ser universitário fora uma maneira máxima de ser livre e útil, mantendo-me refractário aos pequenos poderes do mundo.»

José Medeiros Ferreira

1.3.11

UM CONVITE


Aumente a imagem que vale a pena. Cada vez mais, aliás, só vale a pena prestar atenção a meia dúzia de coisas e de pessoas.

23.2.11

IRONISMO POLÍTICO REFORMADOR

Ouve-se agora muito António Barreto tal como em Un Ballo in Maschera se ouve Ulrika. Mas, ao escutar Medeiros Ferreira (em boa hora "recuperado" na tvi24 por Constança Cunha e Sá), percebe-se quem era (é) o verdadeiro reformador.

2.2.11

UM LIVRO DE HOMENAGEM A UM AMIGO


19.7.10

À ESPERA DOS BÁRBAROS?

Encontrei o José Medeiros Ferreira, no D. Maria, com a Maria Emília. Bem humorado, sempre certeiro, amigo, o Medeiros faz parte de uma paisagem da qual fui forçado a expulsar tanta gente quanta a que me expulsou da sua. A vantagem do decurso do tempo - e a poesia de Kavafis que ali ouvimos não fala de outra coisa - é podermos decantar, com ou sem a ironia dos versos, as amizades e o resto. O Medeiros apareceu (mais rigorosamente, fui eu quem apareceu) em 1979, nos meus improváveis dezoito anos, para ficar. E justamente, entre 82 e 83, as coisas foram assim como ele as conta singularmente. «Não fui um entusiasta da revisão de 1982 no que disse respeito aos poderes presidenciais. Ela foi feita com aquela« largueza de vistas» de quem queria apenas arrumar politicamente com o general Eanes. O pacto inter-partidário PS-PSD nesta matéria está em vigor há perto de três décadas. Para os nostálgicos de pactos de regime, aí está um, e dos duros.» Os jogos florais entre o PS e o PSD este fim de semana não passam precisamente disso, de jogos florais. E de quem sabe que não haverá nenhuma revisão constitucional nem nenhum candidato presidencial que rompa com isto propondo ele uma. Que melhor referendo a isso que uma eleição presidencial? Por que é que há-de ser o parlamento o preponderante nesta matéria? Só uma cultura democrática de pequeninos é que pode refugiar-se na epifania parlamentar ou inclinar-se perante ela. Cresçam. Ou estão à espera dos bárbaros?

Que esperamos na ágora congregados?

Os bárbaros hão-de chegar hoje.

Porquê tanta inactividade no Senado?
Porque estão lá os Senadores e não legislam?

Porque os bárbaros chegarão hoje.
Que leis irão fazer já os Senadores?
Os bárbaros quando vierem legislarão.

Porque se levantou tão cedo o nosso Imperador,
e está sentado à maior porta da cidade,
no seu trono, solene, de coroa?

Porque os bárbaros chegarão hoje...
E o imperador espera para receber
o seu chefe. Até preparou
para lhe dar um pergaminho. Aí
escreveu muitos títulos e nomes.

Porque os nossos dois cônsules e os pretores,
saíram hoje com as suas togas vermelhas, as bordadas,
porque levaram pulseiras com tantas ametistas,
e anéis com esmeraldas esplêndidas, brilhantes;
porque terão pegado hoje em báculos preciosos
com pratas e adornos de ouro extraordinariamente cinzelados?

Porque os bárbaros chegarão hoje.
e tais coisas deslumbram os bárbaros.

E porque não vêm os valiosos oradores como sempre,
para fazerem os seus discursos, dizerem das suas coisas?

Porque os bárbaros chegarão hoje;
e eles aborrecem-se com eloquências e orações políticas.

Porque terá começado de repente este desassossego
e confusão. (Como se tornaram sérios os rostos.)
Porque se esvaziam rapidamente as ruas e as praças,
e todos regressam tão às suas casas muito pensativos?

Porque anoiteceu e os bárbaros não vieram.
E chegaram alguns das fronteiras,
e disseram que já não há bárbaros.

E agora que vai ser de nós sem bárbaros.
Esta gente era alguma solução.


Konstandinos Kavafis

4.6.10

OLHAR PARA A FRENTE


Medeiros Ferreira, com indisputável brilho, acabou de explicar na SICN que o PS não está condenado a ser um partido albanês. E como Alegre, que tanta bravata retórica alimentou contra essa albanização, acaba pateticamente refém da única coisa que o distinguia de um Sócrates no qual, há apenas escassas horas, descobriu "ética" e "convicções": ter estado seis anos contra ele.

31.10.09

A EVOLUÇÃO DA BARBA

Há sempre, no Medeiros Ferreira, uma encantadora desmesura insular. Com a mesma tranquilidade com que defendeu a terceira candidatura presidencial de Soares, agora dispõe-se argumentar a favor da de Francisco Assis. É a vantagem de o conhecer, ao Medeiros, há trinta anos quando, justamente, eu ainda me preparava para ter barba.

11.7.09

FORMA DE VIDA

... inteligente no PS. São tão escassas que convinha prestar-lhes mais atenção. O interesse nem sequer é meu. Bem pelo contrário.

18.6.09

UM REFORMADOR PERMANENTE

Até ao 7 de Junho Sócrates desconhecia a figura da opinião pública e está agora a "esforçar-se" para a conhecer, disse Medeiros Ferreira numa entrevista seriamente divertida a Mário Crespo. O PS se quiser salvar-se - sobretudo no pós-Sócrates e após varrer de cena os medíocres sub- Sócrates que pululam na elite do partido - deve dar mais atenção a socialistas como Medeiros Ferreira, um reformador permanente.

12.2.09

OS NOSSOS

«Havia muita gente escondida debaixo da mesa quando Ramalho Eanes se ergueu contra o medo por dever não administrativo. Fê-lo com serenidade, conta, peso e medida. Não esmagou ninguém com a sua coragem pessoal e política. Muitos heróis só apareceram depois. Tem-se remetido a um silêncio que sugere um exílio interior perante tantos talentos à solta. Foi ontem ao Instituto de Defesa Nacional fazer uma conferência sobre estratégia nacional e achou oportuno denunciar um medo difuso que encontra na sociedade portuguesa.Tenho a certeza que se Ramalho Eanes um dia achar insuportável a situação o dirá com todas as letras.» Escreve o José Medeiros Ferreira. E também tenho a certeza que o José Medeiros Ferreira fará exactamente a mesma coisa nesse caso.

19.10.08

UM AÇORIANO


Nesse "jogo de expectativas e de decepções" que é a política - ouço-o da boca de Manuel Maria Carrilho - constato (quem é que nunca constatou?) que dela também não faz parte a gratidão. Fernando Madaíl, no Diário de Notícias, dedicou um artigo a "uma dúzia de açorianos que mudaram Portugal". Dos políticos, digamos assim, contemporâneos, Madaíl seleccionou apenas dois e monótonos: Mota Amaral e Jaime Gama. Isto no meio do Antero, de Nemésio, de Natália Correia, do futebolista Pauleta ou do músico Nuno Bettencourt. Com o devido respeito, creio que o jornalista se esqueceu de outro português nascido nos Açores a quem o país deve, no cargo então desempenhado de ministro dos negócios estrangeiros, o pedido formal de adesão à CEE. Chama-se José Medeiros Ferreira e apesar de ser um "homem de partido", como os outros dois, ao contrário deles manteve sempre uma liberdade de acção que lhe facultou um registo muito próprio e independente nos últimos trinta e quatro anos de vida pública. O que verdadeiramente obrigou a "mudar" Portugal foi esse gesto fundador "europeísta", inscrito no "código genético" do actual regime, independentemente dos juízos que se façam da evolução posterior, cá dentro e na Europa. Sem ela, no entanto, seríamos hoje seguramente ainda mais periféricos e absurdos do que já somos. Neste sentido, Medeiros Ferreira também é um açoriano que "mudou" Portugal.

17.6.08

24 HORAS NA VIDA DE UMA MULHER

José Medeiros Ferreira esteve a ler Ferreira Leite. É a prova viva de que há homens que, apesar das aparências, não pensam em futebol 24 horas por dia.

13.2.08

CONVERSA ACABADA

Às 18.30, na Casa Fernando Pessoa, Medeiros Ferreira fala dos "livros que não esqueceu". Ainda é uma iniciativa do Francisco José Viegas e um bom pretexto para me despedir do 16 da Coelho da Rocha, a partir de sexta-feira nas mãos desta senhora.

18.10.07

TENTAR EXPLICAR...

... o que se está a passar no conselho europeu de Lisboa, sem a retórica habitual e "neutral", foi o que José Medeiros Ferreira fez com Mário Crespo na SIC-Notícias. Não percebi o destemperado ataque de Miguel Sousa Tavares, no último Expresso, ao MNE que solicitou a adesão à então Comunidade Europeia nos anos setenta. Ou Sousa Tavares, contrariando pergaminhos familiares e os seus próprios, já desistiu de ser uma "voz incómoda" e consola-se em ser um mediano escritor rendido à "determinação socrática"?

29.6.07

A CONVERSA


Ao fim do dia de ontem, no meio de uma paisagem "silenciosa e estática" na Caloura, em São Miguel, escutava - porque não o via, a sala já estava cheia quando cheguei - José Medeiros Ferreira. Ia a meio da apresentação do livro do seu conterrâneo Daniel de Sá, O pastor das casas mortas (Veraçor Editores). De repente lembrou-se de mencionar o filme absoluto sobre a impossibilidade do amor, Esplendor na Relva, qualquer coisa a que, anos mais tarde, Marguerite Duras viria a apelidar de "luto do amor". Todo o amor é luto do amor, escrevia a Duras, para ser preciso. E Medeiros Ferreira falou desse filme, do livro e do "amor na hora certa". No filme - não li este livro - os dois protagonistas voltam a encontrar-se, anos depois da passagem da "hora certa" que falharam. Eram eles, os mesmos, sem o sentimento. O sentimento deixara de existir. Ficara apenas a recordação, o luto do amor. Sim, o amor também pode ser isto, "o pastor das casas mortas". Depois falámos das liberdades públicas à luz do fabuloso crepúsculo açoriano. Mas essa é a conversa para os próximos meses. Infelizmente.

19.6.07

AQUI E AGORA

José Medeiros Ferreira: suponho que continuo o mesmo reformador de 1979, apenas com a pequena diferença de já não ter ilusões. Aliás, e usando a sua expressão, também me incomoda a falta de capacidade analítica dos democratas genuínos como V. Não aprecio vê-los misturados com aqueles a quem chamei brindes da Farinha Amparo ou, para recorrer a uma expressão conhecida de outro homem de ideias que estimo, a pura gelatina. E não é o Doutor Salazar quem nos vai dividir ao fim de quase trinta anos. Só não simpatizo com rasuras e tonterias sem sentido quando temos tanto com que nos entreter, aqui e agora*, para defender as liberdades.
*não por acaso, o título de um livrinho sempre oportuno de François Mitterrand, Ici et Maintenant.