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17.7.11

DA LITERATICE PAROQUIAL


«vhm [valter hugo mãe] foi ao camarote de Elza Soares em Paraty com uma câmara de filmar nas costas, para — sejamos sérios! — registo dum momento promocional da sua própria pessoa diante duma artista puríssima, duma brasileira extraordinária. Tremendo equívoco: se se sentiu tocado por ela só teria de falar-lhe ou escrever-lhe da maneira mais anónima possível e não fazer dessa aproximação um trunfo pessoal. Não foi capaz de lhe dizer nada que não fosse banal. E quando ela lhe falou de Florbela Espanca, vhm não teve uma frase ou a expressão duma surpresa digna desse momento, pois tudo o que ali se jogava era ele, ele, ele e ele. Petit homme e nada mais.»

Vasco M. Rosa, Corta-Fitas

29.5.11

A OSTRA


Ontem, o suplemento A(c)tual do Expresso trazia uma carta da escritora Lídia Jorge. Parece que a "romancista" concedeu uma entrevista à revista Ler. E que, nessa entrevista, insinuou que tinha sido boicotada pelo dito suplemento do Expresso uma vez que a grande crítica literária Mellid-Franco (?), com dois ll e um hífen, lhe aviou 5 estrelas - o máximo - e no jornal saíram apenas 3. Tratou-se aparentemente de um erro de paginação, o suficiente para Lídia fazer queixinhas na sua editora e, ao que me dizem, insinuando quem teria sido o perpetrador contra tamanho génio escrevente luso. Recordo-me de, entretanto, o A(c)tual ter, em errata posterior, reposto as duas estrelinhas que faltavam no firmamento lídio. É neste contexto que aparece, então, a cartinha a que aludi e que resume o "génio" da autora. Diz ela, "a dado passo" daquela entrevista, que «em vez de porem cinco puseram três» e que «houve alguém que alterou aquilo.» Depois esclarece que «esta afirmação foi produzida num contexto de ironia e na tentativa de exemplificar o carácter por vezes aleatório da avaliação quantitativa dos livros, referindo-me em concreto aos erros comuns originados pela formatação informática, como terá sido o caso, sem que as minhas palavras procurassem ter outro qualquer significado ou envolvessem associações pejorativas.» Fala seguidamente em "incómodo" e em "especulações", talvez ciente das queixinhas que tinha andado a fazer, e acaba a «pedir desculpa aos profissionais envolvidos bem como ao editor» do suplemento. O êxito de livraria e de difusão nunca foram sinal de nada em literatura. Pelo contrário, aquilo a que temos assistido é a uma profusão de péssimos escritores e de romancistas medíocres que não conseguem livrar-se de uma concepção provinciana dela ao mesmo tempo que beneficiam de uma mediatização equivalente a marcas de cerveja. A circunstância de Lídia Jorge fascinar a mediania tribal e comádrica em vigor no pequenino mundo das letras portuguesas não passa, por isso mesmo, de um gesto de propaganda como qualquer outro em outras áreas. A sua carta (o "assunto") é como a ostra do poema de Ponge no sentido em que revela, na perfeição, o modo de ser daquilo que passa por literatura portuguesa contemporânea em versão "romance": tout un monde opiniâtrement clos. Um mundo no qual importam mais as entrevistas certas e as "estrelas"- em casos de patologia literata avançada e compulsiva, como Eduardo Pitta, a gastronomia e a vitivinicultura fazem parte da "pensão completa" - do que a qualidade intrínseca da obra. É o que há.

27.9.10

OS DIAS CINZENTOS DE MÁRIO DIONÍSIO


Todas estas justas homenagens a Mário Dionísio incluem a menção da sua passagem, no PREC, como docente na Faculdade de Letras de Lisboa? É que mesmo as melhores almas têm (ou tiveram) os seus dias. Cinzentos.

12.8.10

OS "HERDEIROS"

Depois da viúva residente, os "saramaguinhos" literatos. Há coisas, dantes conhecidas por fenómenos do Entroncamento, que nem sequer merecem comentários.

24.7.10

ESTÁ CERTO


Leio uma frase retirada de uma entrevista da editora Maria do Rosário Pedreira: «é preciso criar os Saramago e Lobo Antunes de amanhã.» Com o devido respeito, já estamos razoavelmente servidos deles. Não é preciso esperar por amanhã. E, depois, como é que se "criam" escritores? Curiosa sinceridade, a da editora. Longe vão os tempos em que os escritores eram os criadores e não estavam à espera que os criassem. Sem querer, a editora explicou as criaturas que passam aí por escritores apenas porque estão inscritos num partido, numa religião, numa televisão ou num jornal. «Quando tudo é cultura, então nada é cultura», lembrava, há oito dias em Almada, Manuel Maria Carrilho. Tal como quando tudo é literatura, nada é literatura. Está certo.

Adenda: A propósito da propedêutica editorial, este post.

24.6.10

LITERATURA E COISA DE FUTEBÓIS


Este é um artigo idiota e oportunista, não acerca de uma personagem política ou de um escritor, mas sobre a porteirice que domina as redacções de certos media e deste, onde o escriba debita, em particular. Um tipo que fala em "uma conspiração na sua (de Cavaco) Casa Civil para colocar notícias desagradáveis ao Governo" revela uma "categoria" deontológica. Já este é um artigo de um intelectual - que também é político - acerca de um escritor e, como tal, é uma opinião de quem conheceu de perto o escritor, quer por motivos oficiais, quer por genuína atenção àquilo que por aqui passa por cultura. O mais interessante das impressões de Carrilho é demonstrar que, muito provavelmente, Saramago teria detestado o que fizeram por aí com o seu cadáver durante dois dias. «Preparava-se então para seguir para Lisboa, mas estava preocupado com as notícias que tinha sobre o tipo de recepção que lhe estavam a preparar, "como se fosse uma coisa de futebóis". E acrescentou, em palavras que recordo como se fosse hoje: "Eu sou escritor, o que se fizer tem que ser uma homenagem à literatura.» Em 1998, vivo, como em 2010, morto, foi como "coisa de futebóis" que a varanda e o salão nobre do munícipio o acolheram e não como uma homenagem à literatura. Deixem-no finalmente em paz.

Adenda: No dito media ainda trabalham formas de vida inteligente livres de "raciocínios" louceiros primários à la Roseta ou à la Ana Gomes. «Seria de um grande cinismo Cavaco ir ao funeral do escritor. Hipocrisia. E seria atacado por isso. Preso por ter cão, preso por não ter. O PR fez a nota que lhe competia e mandou o seu chefe da Casa Civil. As presidenciais explicam o histerismo de quem o criticou. E a arrogância cultural de quem não percebe como se tornou possível o povo eleger para PR o filho de um gasolineiro de Boliqueime.»

22.6.10

EMPEQUENECER IRREMEDIAVELMENTE


Este post do Bruno podia perfeitamente ler-se como um "comentário" ao que se passou nos últimos dias em torno da morte de um escritor. Por exemplo, a ninguém ocorreu perguntar às múltiplas carpideiras que desfilaram nas televisões - a começar por Sócrates e Costa que, suspeito, poucos livros terão lido na vida, muito menos do falecido - qual era o personagem que preferiam nos livros dele, qual foi a "fase" que mais apreciaram e porquê, se consideravam o estilo ou a substância inovadores, etc., etc. Nada. Gosto e é muito grande, prontos. Ou, no resumo de Canavilhas (que a resume), levaram-lhe as palavras todas, mesmo as que ela nunca teve ou saberá ter seja em que circunstância for. O homem queria mesmo ficar debaixo de uma oliveira simples, na ilha ressequida que escolheu para viver, mas o marketing político (idêntico em tudo ao do futebol) prevaleceu tendo à cabeça a gerente da "marca" e de quem teremos bastas ocasiões para ouvir falar. Estes episódios apenas revelam «um país “que se empequeneceu irremediavelmente”» e ao qual nem Sena nem Sophia pertenciam completamente. Só que o amavam com o ódio de todo o genuíno amor. O que não era pouco.

17.4.10

SE FOSSE EU A ESCREVER ISTO QUE SUBSCREVO


«E vai mais uma com um ajuste directo ao assunto: Imprensa-Apesar-De-Tudo-Muito-Mais-Livre destes poucos patrões de jornais e televisões e sinergias e betinhos jornalistas e jornalistas betinhos. A imprensa do tempo Pacheco era feita de outra forma, tão esquisito eu aqui a pensar que apesar da censura a Imprensa era mais livre. Não era, claro, mas de certa forma era. Explicarei melhor noutra altura. Pois então, Pacheco Luiz editou preciosidades e no resto? Uma alma de crápula e fiscal. Não se endeuse quem nem sequer suportaria saber-se assim colocado numa peanha. Pacheco não tem obra mas opúsculos, pagelas, folhecas. A questão pachecal é que cada um dos seus opúsculos, pagelas ou folhecas e tudo isto junto tem mais peso na cultura nacional que as toneladas de livros editados em Portugal. De há muito que a literatura não me interessa para nada. Em especial a portuguesa. Está tudo escrito e quanto ao rescrito, lamento mas é mau. Quase tudo muito bera. »

Fátima Rolo Duarte, fworld

8.11.09

BARATAS GUERREIRAS


Enquanto vejo e ouço a Força do Destino de Verdi - que título promissor! - passo os olhos pelo Actual do Expresso, secção livros e subsecção não ficção. Normalmente estas secções dos jornais não se destinam a levar os putativos leitores a ler os livros de que ali se fala. Não. Os literólogos de serviço esmeram-se em asfixiar os livros colocados à sua presunçosa consideração e falam sobretudo deles, literólogos (uma deflexão dos politólogos da televisão) e geralmente dos amigos deles que ocorreram em livros. António Guerreiro é um excelente exemplar desta mistificação. Pegou em dois livros de poesia - de António Osório e de Adília Lopes - e vá de fazer a "poesia" dele com eles. Ora reparem. Adília cria «identidades, representações, figuras que são a cifra de um Eu que constrói uma sumptuosa comédia autobiográfica», por exemplo, quando escreve "os meus gatos/gostam de brincar/com as minhas baratas." Na pobre cabeça guerreira há gatos que brincam com baratas e esses gatos e essas baratas são da Adília, não são do poema. Por isso lhes chama «versos desarmantes e deceptivos» como poderia ter dito que está a chover. Depois, na Adília, «tudo se passa à superfície, mas uma superfície de onde se avista o abismo.» É a chuva de volta. Há um título ("um jogo bastante perigoso") que tem «pertinência analítica» e há «desvios» todavia «passageiros e sem importância». Já António Osório «situa-se no lado oposto.» A quê? Aos «dispositivos lúdicos» e aos «processos formais que absorvem tudo»? Osório, segundo Guerreiro, celebra. Em poucas linhas temos duas «celebrações». Porquê? Porque «a celebração como fim último da palavra poética é um tema recorrente da tradição poética». Guerreiro é um modelar oficiante de disparates que ele toma por crítica literária. É notório, porém, que não consegue distinguir uma barata de um poema ou um gato de uma palavra. Tudo se passa à superfície. Literalmente.

30.10.09

JOGO DE LINGUAGEM - 2


«A visita ao Senhor Palomar produziu o meu contacto com uma capa do Ípsilon, em que se informa que o Valter Hugo Mãe (ao que tudo indica, um escritor) é, e passo a citar - como sabem eu nunca invento nada -, "um homem que está a morrer da escrita". Desde o "morreste-me" do José Luis Peixoto que não vomitava tanto. Mais: prometo não ler a entrevista por forma a fundamentar o meu volvo. Era só o que faltava.»

a causa foi modificada

4.10.09

A ESTÁTUA JACENTE OU O EMPADÃO REEDITADO


Com esta, é segunda vez que Pedro Mexia aparece neste blogue. A "estreia" deu-se aquando da apresentação que ele fez de um livro do Paulo Rangel. Agora é porque Pedro Mexia "desafia" essa estátua jacente da literatura portuguesa contemporânea que é António Lobo Antunes - quando (como recorda) escreve sobre a dita literatura há dez anos. Das últimas vezes que tentei lê-lo, fiquei a meio ou a menos de meio. Lobo Antunes há muito que deixou os livros para se dedicar à culinária. Ao pastelão, para ser preciso. Do L. Antunes de outros tempos resta apenas o cheiro do pastelão e edições inflaccionadas sobre edições inflaccionadas. É como uma cantora de ópera retirada que só concede recitais de meia-hora em cidades do interior. Vergílio Ferreira, por exemplo, quando morreu ainda cantava ópera completa. Chapeau, Mexia.

13.9.09

PONTO DE EXCLAMAÇÃO


Numa estante aqui de casa dei pela "correspondência" de Jorge de Sena com Eduardo Lourenço, um livrinho publicado pela IN-CM em 1991. Inclui as dedicatórias mútuas apostas nos livros que enviaram um ao outro. Gostei particularmente deste post-scriptum de Sena, numa delas, datado de 1955: «olhe que o Torga é, para mim, a imagem do que a poesia não deve ser!» Até tem ponto de exclamação e tudo!

28.6.09

«A MORTE VEM COMO NENHUMA CARTA»


Passaram cinco anos sobre a morte de Sophia de Mello Breyner Andresen. Os jornais dedicaram-lhe os usuais derrames feitos, salvo uma ou outra excepção, pelos usuais. A poetisa da política interessa-me pouco, salvo naquele lance magnífico do «dia inicial inteiro e limpo.» Prefiro o poeta do mar, das coisas, dos lugares certos e incertos, dos outros poetas. A "clássica", a enxuta. Agora que se preparam para "recuperar" Jorge de Sena, esta "Carta(s) a Jorge de Sena":

I
Não és navegador mas emigrante
Legítimo português de novecentos
Levaste contigo os teus e levaste
Sonhos fúrias trabalhos e saudade;
Moraste dia por dia a tua ausência
No mais profundo fundo das profundas
Cavernas altas onde o estar se esconde

II
E agora chega a notícia que morreste
E algo se desloca em nossa vida

III
Há muito estavas longe
Mas vinham cartas poemas e notícias
E pensávamos que sempre voltarias
Enquanto amigos teus aqui te esperassem -
E assim às vezes chegavas da terra estrangeira
Não como filho pródigo mas como irmão prudente
E ríamos e falávamos em redor da mesa
E tiniam talheres loiças e vidros
Como se tudo na chegada se alegrasse

Trazias contigo um certo ar de capitão de tempestades
- Grandioso vencedor e tão amargo vencido -
E havia avidez azáfama e pressa
No desejo de suprir anos de distância em horas de conversa
E havia uma veemente emoção em tua grave amizade
E em redor da mesa celebrávamos a festa
Do instante que brilhava entre frutos e rostos

IV
E agora chega a notícia que morreste
A morte vem como nenhuma carta

23.6.09

ELOGIO DO PASSEIO PÚBLICO


Não é todos os dias que este blogue é presenteado com um comentário de um escritor português contemporâneo. Pois a Filipa Martins - bonita que é, a nossa Filipa - concedeu-me o privilégio de umas linhas. O PPC das linhas da Filipa é Pedro Passos Coelho. Mas a Filipa, felizmente, é mais do que PPC. Sobre todos os aspectos. Tem a coragem de escrever livros num país em que os livros e a literatura são normalmente maltratados. Só por isso vai um beijinho e um muito português «desculpa qualquer coisinha». Porquê? Porque a Filipa revelou a sua maturidade ao aceitar, sem acrimónia e assinando por baixo, uma pequena polémica. Aprendam, anónimos. Querem melhor «elogio do passeio público» que é o que um blogue deve ser?

«Olá, João

Desde a última vez que tive o prazer de falar contigo pessoalmente no programa do Pedro Rolo Duarte. Antes de mais os meus parabéns pela publicação do blog em livro. Apenas um comentário ao teu post, que respeito, no que se refere a mim. Trata-se de uma questão de datas. Fui Prémio Revelação da Associação Portuguesa de Escritores em 2005 - um pouco antes da candidatura do PPC à liderança do PSD -, como tal torna-se complicado que ele me tenha produzido enquanto escritora...isto se acharmos possível que os escritores sejam produzidos por candidatos. De resto, fora as imprecisões, são opiniões que me escuso a comentar.

Espero que estejas bem.
Filipa Martins»

20.6.09

«NÓS ÉRAMOS ENTÃO ASSIM...»


No liceu, a minha professora de inglês (e, depois, até ao fim uma amiga com quem aprendi o gozo dos livros e do seu cheiro) punha-nos a traduzir, entre outros, textos de Gualdino Gomes, de Vasco da Gama Fernandes e (imagine-se) do Eça. Aos dezasseis anos a língua (e a literatura) portuguesa chegava-me pela biblioteca e através do bom gosto, ácido e determinado, da D. Maria da Graça que era apenas suposto introduzir-me nos mistérios das trevas de Shakespeare. Foi o Eurico de Barros que, nesta crónica sobre Gualdino, me recordou melhores tempos. Chama-lhe "o erudito chistoso", homem de um Chiado agora irreconhecível e praticamente infrequentável. Foi com a D. Maria da Graça que cheguei igualmente a Manuel Mendes e aos seus "retratos de alguns portugueses", das velhinhas e desaparecidas "Edições António Ramos". Lá vem o Gualdino. Não há mais "Gualdinos". Há isto ou isto. Eles são assim e, se calhar, nós já não podemos ser outra coisa. «Com ele desapareceu uma sombra que era como um símbolo. Fora amigo e companheiro de Cesário Verde, e gostava de contar, como prova do preito que devia à arte e à literatura, que, estando certa noite os dois a tomar genebra num botequim, viram entrar a figurinha magra de Eça de Queiroz, e respeitosamente ambos tiraram o monóculo e o meteram no bolso do colete. E para nossa escarmenta, concluía - «Nós éramos então assim...»

27.5.09

DANTAS OU A CONSPIRAÇÃO DE SILÊNCIO


Notável "retrato" de Júlio Dantas, um tão injustamente mal compreendido homem de letras que, no dizer de António José Saraiva e Óscar Lopes, escrevia «num estilo de influência queizoziana". Nas suas "Páginas de Memórias" (Portugália Editora, 1968), ao falar de Oscar Wilde, escreve: «relendo mais tarde algumas páginas do De Profundis - livro cruciante e perturbador! -, pensei nos destinos, às vezes tão diferentes, que a intolerância e a maldade humana reservam aos grandes sacrificados da ciência e da beleza.» Se isto aparecesse no Jugular, por exemplo, alguém se ia lembrar do Dantas? O "pim" de Almada liquidou-o aos olhos da parola intelectualidade indígena. Não merecia.

22.5.09

SEI LÁ

Consta por aí que esta blogger também é escritora. De romances, o que prenuncia o pior. Não satisfeita com o "dom" que Deus lhe deu, a moça atirou-se à política onde foi mandatária para a juventude da fracassada candidatura do "jovem" Passos Coelho à liderança do PSD. Era mesmo do que a política portuguesa estava a precisar. De mais uma Edite Estrela dos pequeninos "liberais", sei lá.

16.2.09

ANTUNES EXIT

Mas nem tudo é mau. Lobo Antunes revelou ao país que vai deixar de escrever livros daqui a dois anos. Ninguém lhe terá explicado que há já muitos anos que ele deixou de escrever? Livros, pelo menos?

8.12.08

ALÇADA

Sobre Alçada Baptista, este post do Pedro Correia, este do F. J. Viegas e este do Miguel Castelo-Branco [adenda de 9.12]. «Uma observação da sociedade moderna, ainda que conformada com os quadros analíticos com que nos condicionaram, não poderá deixar de reconhecer que as carências que hoje profundamente marcam o homem pouco já têm que ver com aquelas que deram às doutrinas de Marx sua glória e seu êxito, e que a solidão e a tristeza. a angústia e o desencanto, a insegurança e a fragilidade, a desconfiança e o ódio, a mecanização de todas as horas, fizeram de cada homem um ser aflito e ansioso, com uma vida inteiramente incapaz de poder estar referida a quaisquer valores que passem além da medida numerada.» Alçada escrevia assim em Setembro de 1973, quase no fim das "Conversas com Marcello Caetano", livro editado pela "sua" Moraes. Podia ter escrito as mesmíssimas palavras ontem quando, aos 81 anos, desapareceu.