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12.2.08

CILINHA


O livro do João Amaral - que se lê de um fôlego - explica, como Marcelo notou, que não foi nenhum republicano excitado quem varreu definitivamente a hipótese monárquica. Foi Salazar. Salazar achava que a monarquia era uma instituição e não propriamente um regime. Por isso preferiu "roubar" a instituição, dissolvendo-a no regime. Um pouco como D. Carlos (que dizia mandar numa monarquia sem monárquicos), Salazar desprezava os monárquicos de serviço a quem apelidava de "os nossos pobres meios monárquicos" e a quem acusava, tipicamente, de "insensatez". Nesta matéria, de facto, não mudaram muito como pude constatar recentemente. Nunca mereceram D. Carlos. Defensor de que não valia a pena a nação dividir-se por causa do que não interessava - república ou monarquia -, Salazar meteu a "instituição" no bolso. Fez bem. Não se fala, pois, mais nisso. Mas de Salazar fala seguramente o livro da foto, sobre a mítica "Cilinha" Supico Pinto, uma mulher literalmente "de armas" e, já nessa altura, aberta à modernidade, como diria o dr. Soares. Fernando Dacosta apresenta, às 18.30, na Sociedade de Geografia, ao lado do Coliseu.

Adenda: O "Estado Novo" nunca teve propriamente uma "primeira-dama". Maria do Carmo Carmona, Berta Lopes e Gertrudes Tomáz eram personagens secundárias ao lado dos também secundários maridos. O presidente do Conselho era celibatário e Marcello, quando lhe sucedeu, vivia a tragédia da doença da mulher, aparecendo publicamente com a filha. Cecília Supico Pinto foi, a partir de 1961, a verdadeira e única "primeira-dama" do regime. Era bonita, elegante, de boas famílias, católica, salazarista, patriota e acreditava genuinamente na política colonial em vigor. Até hoje, para Cecília, a África que foi portuguesa designa-se por "províncias ultramarinas". Nunca foi, por isso, incoerente nem nunca enganou ninguém. Dirigiu, até à extinção, em Junho de 1974, o Movimento Nacional Feminino e acreditou ingenuamente que as "suas" forças armadas iam continuar a acarinhá-la. Como aconteceu a muita coisa no PREC, os ficheiros do Movimento desapareceram. Apesar de ter dirigido um movimento de mulheres, Cecília odiava, como lhe competia, feministas que apelidava de "mulheres feias e mal vestidas". Dizia piadas a Salazar e permitia-se fumar diante dele. Conhecê-la, através deste livro, é conhecer uma parte da nossa história contemporânea, a que coincide com a derradeira guerra colonial de um país que foi, durante quinhentos anos, um "império". Não é nostalgia. É memória.

1.2.08

«UM PORTUGUÊS QUE SEMPRE PROCUROU SERVIR A PÁTRIA»

Não caíram os parentes na lama ao Chefe de Estado e Presidente da República, Cavaco Silva, por ter homenageado o seu antecessor D. Carlos I, em Cascais. «Neste momento em que se completam cem anos sobre a trágica morte do rei D. Carlos, é nosso dever honrar a memória de um português que sempre procurou servir a pátria», disse o PR. Era apenas disto que se tratava, coisa que os anões da esquerda parlamentar não perceberam. Nunca aprenderam nem esqueceram nada, apesar de alguns possuírem cursos superiores incluindo o de história. Coitadinhos.

31.1.08

A HISTÓRIA E OS HISTORIADORES

O argumentário utilizado pelo ministro da defesa, o historiador Severiano Teixeira, para vedar a participação do Exército na homenagem a D. Carlos I deve figurar, de agora em diante, numa qualquer antologia de anedotas. Teixeira já se tinha distinguido, em tempos, num livrinho sobre a República, por veicular ideias que não eram exactamente suas ou originais. É um homem a reboque da pequena história e, talvez por isso, apareça de vez em quando a ornamentar governos do regime. De qualquer forma, e para os interessados sem preconceitos espúrios - para ser delicado que ainda é cedo -, Rui Ramos falará sobre D. Carlos na Universidade Católica de Lisboa, mais logo pelas 21.30. Sempre é um historiador livre.
Adenda: O senhor ministro, amavel e servilmente, telefonou ao historiador Rosas - autor do requerimento do BE que acabou implicitamente secundado por todos os outros partidos - a informá-lo do seu douto despacho. Estão bem uns para os outros.

30.1.08

PORTUGAL DOS PEQUENINOS

Não sou monárquico. Isso não invalida que entenda que o centenário do assassinato de um Chefe de Estado, na circunstância um rei, deve ser recordado. Passem os anos que passarem, é um dado histórico inelutável, porventura - a avaliar pelo que se seguiu - funesto e, seguramente, anti-patriótico. Os esquecíveis deputados de todos os partidos com representação parlamentar - ou seja, já não apenas os do BE - que integram a comissão de Defesa, exigiram, ao ministro da tutela, a retirada do Exército da cerimónia organizada para a hora do regicídio, no Terreiro do Paço, na próxima sexta-feira. Trata-se de um gesto simultaneamente imbecil e infantil. Os herdeiros pífios do dr. Afonso Costa imaginam que a história muda consoante o "correcto" do momento. Não muda. D. Carlos já lá está por direito próprio, com ou sem a banda do Exército. Pelo contrário, destes deputados pequeninos ninguém falará quando desaparecerem.

O QUE TEM SIDO ISTO

«Em que assentaram então os regimes políticos anteriores ao actual? Todos se propuseram modernizar o país. Mas uns tentaram chegar aí reservando o poder a um pequeno grupo iluminado, com exclusão dos demais, e outros através do envolvimento consensual do maior número e da alternância no poder. A monarquia constitucional, entre 1834 e 1910, esteve neste segundo caso. Havia vários partidos, que rodavam no poder de acordo com o rei. O regime caiu porque não podia funcionar sem se pôr em causa a si próprio. Era o rei quem, perante o desprestígio das eleições, accionava a alternância. Mas quando o fazia era invariavelmente discutido e contestado por uma classe política sem reverência dinástica. Mesmo assim, o regime durou mais do que qualquer outro regime nos últimos 200 anos, e assegurou a mais longa época de liberdade e pluralismo. Eis o que representa D. Carlos. A chamada I República, entre 1910 e 1926, e o Estado Novo, até 1974, tiveram isto em comum: chefes de Estado eleitos (directa ou indirectamente) e governantes determinados em usar a força para impedir qualquer alternância no poder. O Partido Republicano não precisou, como Salazar, de censura nem de proibir partidos: preferiu recorrer à "acção directa" de grupos paramilitares, protegidos pelas autoridades, para limitar a expressão e a acção dos adversários (foi a célebre "ditadura da rua"). De resto, excluiu a população do processo político, negando o direito de voto à maioria. Houve republicanos e salazaristas que quiseram outra coisa? Houve. Fizeram coisas benéficas para o país? Fizeram. Mas nenhum dos dois regimes foi capaz de deixar de ser o despotismo de um bando convencido de que tinha o monopólio da razão. A construção da actual democracia em Portugal foi feita não apenas contra o Estado Novo, mas também contra a I República. Dependeu de uma nova cultura política, em que se admitiu o princípio de que a validade das eleições dependia mais das instituições e procedimentos do que das "qualidades" da população. Dependeu também de se ter voltado a reconhecer novamente, como no tempo da monarquia constitucional, que a razão é algo distribuído a mais de uma opinião ou partido. Obteve-se assim um regime aberto a todos, e em que o voto de todos é a base da alternância no poder.Os exclusivismos, porém, deixaram herdeiros frustrados. Há quem ainda não tenha percebido por que é que não é dono desta democracia, tal como o PRP foi dono da I República ou os salazaristas do Estado Novo. Eis o que representam os contestatários da comemoração de D. Carlos.»
Rui Ramos, in Público

27.1.08

A PIOLHEIRA


Sexta-feira próxima passam cem anos sobre o regicídio. D. Carlos I regressava a Lisboa. Desembarcou, cerca das 17 horas, no Cais das Colunas, meteu-se na caleche com a Rainha e os dois filhos, seguiu para a Rua do Arsenal e, na esquina com o Terreiro do Paço, os tiros traidores acabaram praticamente com a monarquia constitucional e com o liberalismo, no sentido benigno do termo. Até hoje. Dois anos depois, o "PRP" do dr. Afonso Costa tomou de assalto o Estado e reduziu a tradição liberal a uma caricatura. Écrasez l'infâme - isto é, o "rebanho" constituído pelo "povo" que ignorava e desprezava uma República erguida, no fundamental, contra o "povo" e a igreja - foi o lema do Partido Democrático do dr. Costa durante o nefasto período em que nos pastoreou a partir de Lisboa. O Estado Novo recolheu os despojos, eliminou o pior jacobinismo, cavalgou o despeito popular do interior e da tropa contra os "progressistas" do dr. Costa, e aproveitou a sementeira anti-liberal e anti-democrática da I República para instalar a sua própria. Tecnicamente o "25 de Abril" poderia ter recuperado essa tradição liberal interrompida pelos assassinos de 1 de Fevereiro de 1908. Não conseguiu. O "reformismo" de que se reclama o actual sucessor do dr. Costa, o eng. Sócrates, esbarra com uma coisa chamada país, uma notória maçada para qualquer "iluminado". Ninguém "reforma" ninguém que não aspire a ser "reformado". Muito menos em "democracia" onde o escrutínio é, na forma, total. E, sobretudo, ninguém aceita ser "reformado" por "políticas" que não lhe foram previamente anunciadas. Banalizou-se a mentira de Estado por troca com o compromisso eleitoral. Ainda ontem Sócrates prometia água no Alentejo para os próximos mil anos tal como um antigo chanceler prometeu à Alemanha um império por outros tantos. Durou doze anos esse "império", metade dos quais enfiado numa guerra planetária. Julgo que estes cem anos devem ser estudados mais como perda do que como ganho ou "progresso". Se hoje estamos mais "modernos" e menos periféricos, não o devemos tanto à política doméstica quanto à Europa. Mesmo Cavaco, quando fez o que devia ter sido feito muito antes dos anos 80 e 90, fê-lo porque já pertencíamos à União Europeia. Sem ela, nunca teríamos passado duma razoável estância balnear. Foi uma pena ter-se sacrificado um homem bom, amante da vida, liberal e patriota, praticamente para nada.

Adenda:

«Ao ler uma passagem do post do João Gonçalves, referente à efeméride do Regicídio, fui imediatamente transportado no tempo, a um já longínquo dia 27 de Abril de 1974. Dia de aniversário da minha mãe, era sempre motivo para uma grande festa que reunia toda a família e dezenas de amigos, à boa maneira laurentina. Abriam-se as portas de casa a quem aparecesse e sendo previsível a costumeira grande afluência, a minha mãe fazia os preparativos necessários, contando com a colaboração dos três filhos, do nosso pai e de outros amigos e familiares. Contudo, nessa manhã e à revelia do que era costume fazer, o meu pai resolveu ..."ir dar uma volta com o Nuno à Baixa"... De nada serviram os protestos e no que a mim diz respeito, fiquei todo satisfeito por me furtar a uma longa manhã de assistência à cozinha. Percorremos as principais avenidas de Lourenço Marques, passando à frente de quartéis, repartições e empresas do Estado. Fomos até ao palácio da Ponta Vermelha, residência oficial do governador-geral e no regresso, contornámos a praça Mouzinho de Albuquerque, onde se situava a grandiosa Câmara Municipal. As ruas da Baixa mostravam o movimento habitual e nada denunciava que algo de transcendente se havia passado dois dias antes em Lisboa. Chegando a casa e respondendo ao olhar inquisidor da minha mãe, o meu pai disse algo que jamais esquecerei: ..."16 anos de bombas e de Afonso Costa, 48 daquilo que ainda agora acabou e vai continuar tudo na mesma!"..."Na mesma? Mas como?" e continuando, sem prestar atenção, "...vamos ser corridos daqui para fora, disso não tenho qualquer dúvida, mas dentro de dez anos, parecerá que voltámos à estaca zero"... "mas afinal o que estás para aí a dizer?"... "Pois, ninguém prestou atenção. Após tantas iniquidades, aquela bandeira continua hasteada como se nada tivesse acontecido. Os símbolos são tudo para a maioria das pessoas e parece-me que lá em Lisboa, ou são muito estúpidos, ou não querem mudar nada no essencial. Era bom que as pessoas compreendessem que abrimos uma nova página e isso eles não ousaram. Que pena!"... Na sua obra biográfica sobre o rei D. Carlos, Rui Ramos fala no desabar de um mundo, o da Monarquia Constitucional, que apesar de todas as convulsões e reinício de marcha, habituou o país à normalidade da existência de vida partidária, diversidade de opiniões, apaixonados debates sobre a coisa pública. Enfim, habituou a maioria dos portugueses a um caminho que inevitavelmente encaminharia a nossa sociedade na senda daquilo a que hoje comummente chamamos velhas democracias europeias. Dois ou três minutos bastaram para que retrocedêssemos oitenta anos, para que a História fosse reescrita ao sabor dos ventos da propaganda mais ou menos oficializada. Quem perdeu fomos todos, o país como entidade muitas vezes secular e cada um que aqui quotidianamente sacrificamos um jantar fora com amigos ou uma ida ao cinema, para estarmos diante do computador, a tentar perceber o porquê destes desesperados e pouco promissores tempos que vivemos. O meu pai tinha razão e a bandeira continua a mesma. Assim, não nos podemos queixar.»

(Nuno Castelo-Branco)

25.1.08

AS VELHAS BENEVOLENTES

Esta gente e esta ideia da "associação república e laicidade" cumprem a preceito uma velha "máxima" do Grande Timoneiro chinês: "a política reside na ponta da espingarda". Sempre cheios de ideias, estes velhos idiotas.

27.7.07

NO CENTENÁRIO DO ASSASSINATO DE D. CARLOS

Outra petição. A memória de um chefe do Estado assassinado por dois "heróis" republicanos e democráticos e vítima de conspiradores como Aquilino e Afonso Costa. Ao menos este foi posto na rua e interdito o seu regresso a Portugal, morrendo em Paris em 1937. Ao outro, espera-o o Panteão se o dr. Gama não tiver um acesso do bom senso que o costuma caracterizar.

11.6.07

UM PAÍS DE COSTAS


Ignoro em que estado é que isto vai - isto de impedir que o bombista e conspirador Aquilino "entre" no Panteão para se juntar a uns quantos inexplicáveis que já lá estão - todavia, e dando de barato que, se fosse vivo, estaria de certeza nesta "lista de honra", nada como voltar a recordar a má lembrança do filósofo presidente do Parlamento, o dr. Gama. Os amigos do outro dr. Costa, o Afonso, por sinal um deles Costa de apelido e o Buiça, eram íntimos do autor de "Um escritor confessa-se", as "quase memórias" de Aquilino. Em poucos minutos e numa escassez de metros, na Rua do Arsenal, os seus tiros colocaram um fim à esperança de isto poder ter sido outra coisa. Foi o que foi e é o que é, para nossa perpétua infelicidade.

25.4.07

UM LIVRO EM ABRIL


"Não há, em geral, coincidência entre o valor da actividade ou as realizações governativas e a atmosfera política. O inteligente esforço desenvolvido por D. Carlos e coroado de êxito, nos últimos anos do seu reinado, na política internacional não logrou desanuviar o ambiente e não retardou de uma hora o seu bárbaro assassínio". (AOS, Discursos, Vol. III, págs 27 e 28)

Indispensável o livrinho
"Cartas d’El-Rei D. Carlos I a João Franco Castelo Branco, seu último Presidente do Conselho", da Bertrand, com prefácio de Rui Ramos. "Muita coisa se perdeu com a morte de D. Carlos, e o fim da carreira política de João Franco. E é a consciência dessa "fatalidade" que dá a este livro um estranho fascínio: o fascínio das coisas que nunca foram, mas poderiam ter sido".

10.4.07

DOS ANÕES

Agradeço ao Miguel, do Combustões, a distinção. E recomendo a leitura dos seus posts sobre a "batalha de La Lys", esse enorme embuste nacional promovido pela República dos antecessores da Câncio&Cia. E já estou como ele e muitos outros. Os dois minutos fatais na esquina do Terreiro de Paço com a Rua do Arsenal acabaram com um português grande e, quem sabe, com isto. Não gosto de anões.

20.3.07

O SR. AMARAL


O nosso sistema representativo parlamentar tem esta coisa medonha: somos representados indiscriminadamente por qualquer deputado. Apesar de eleita por aqui e por ali, a distinta deputação (por causa do "método") é "nacional" e não, como por exemplo em Inglaterra, de origem "local". É por isso que aparecem os "cabeças de lista" mais inverosímeis nos distritos mais inesperados. Há muitos, aliás, que já serviram de cabeça de cartaz em vários distritos. Veja-se o caso do "beirão" Helder Amaral, um senhor dos PP's, partido e Paulo Portas. Este "beirão" - escuta-se o que ele diz e aquilo ressuma Miguel Torga por todo o lado, não haja dúvida - desceu à cidade (ao Caldas) para se indignar com Maria José Nogueira Pinto a quem ameaçou com tribunal. A alusão final à cor da pele foi, aliás, a pérola que faltava para o número do coitadinho ser perfeito. Acontece que não foi porque, a escolher entre ele e Maria José, a opinião pública (não a dos intriguistas manhosos manipulados inteligentemente pelo P. Portas que apenas se serve deles e da sua obtusidade) obviamente não hesita. O sr. Amaral veio de Viseu como podia ter vindo da lua. Não interessa nada. É por estas e por outras que eu, republicano com cada vez mais dúvidas, lamento os fatais dois minutos da esquina do Terreiro do Paço com a Rua do Arsenal. Um homem como D. Carlos I - que tinha a coragem de ser Chefe de Estado "disto" (e bom, por sinal) e de falar "disto" como "piolheira" ou "choldra piolhosa" - só podia ser um visionário. Por isso o abateram e a RTP se prepara para o abater de novo. O tempo está de feição para "beirões" como o sr. Amaral. Força.

Adenda literária: O "melhor" D. Carlos que para aí anda (para já, só para sócios e "amigos de Peniche"), é de Rui Ramos, do Círculo de Leitores. Já li metade e apetece ir "poupando" para durar. Há parágrafos inteiros que podiam ter sido escritos hoje, sobre hoje. A piolheira continua, para pior.

1.2.07

1 DE FEVEREIRO DE 1908 - 2

"O chamado “Partido Republicano” tornou-se uma força quando, para além dos velhos ideais, congregou as ambições de uma geração. Essas não podiam satisfazer-se com simples concessões ou com um comportamento exemplar por quem estava no poder: só com sinecuras e honrarias, e sinecuras e honrarias para todos os novos só haveria se os velhos fossem atirados fora e um regime novo abrisse as portas do Estado. Foi essa a lógica da República e contra essa lógica nunca houve argumentos."

Rui Ramos, via Minha Rica Casinha

1 DE FEVEREIRO DE 1908


Quem sabe se aqueles fatídicos dois minutos, na esquina do Terreiro do Paço com a Rua do Arsenal, não tivessem ocorrido, se não teríamos sido poupados a quase cem anos de inanidades de diversas proveniências. Os nossos gloriosos "cem anos de solidão".