Muitos comentadores excitados vieram aqui travar-se de razões com a história recente. Tudo por causa de
Salazar. Pelo meio, naturalmente, apareceram os insultos costumeiros que bani. Dá-me ideia que não leram o que está lá escrito. Leram apenas o que a respectiva predisposição genetico-intelectual lhes permitiu ler. Não sendo manifestamente um democrata, Salazar, em cinquenta anos de vida pública, nunca enriqueceu de um dia para o outro. Pelo contrário. A documentação é de consulta pública. Hoje em dia, quaisquer meses numa sinecura pública dão direito a enriquecimento instantâneo, provavelmente lícito porque "democrático". Salazar perseguiu, mandou prender, exilou, louvou o "safanão dado a tempo", censurou etc., etc.? Claro que sim. No entanto, a mentalidade persecutória e mesquinha das "esquerdas" não os autoriza a ir demasiado longe nesta matéria. Pelo contrário, fui claríssimo sobre a
natureza autoritária do regime. De lá para cá, apenas mudou a natureza do autoritarismo e dos pides. Agora é democrático e eles são democratas. De resto, tirando a Europa, alguns costumes básicos de civilização, a oportunidade histórica e o "equipamento social", o país é essencialmente o dele, porém desprovido da
"recta intenção" de que falava o insuspeito António José Saraiva. E sem ela, não vamos a lado nenhum.