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1.1.12

«QUEREMOS CONTINUAR A VIVER DE CABEÇA ERGUIDA»


«A crise que Portugal atravessa é uma oportunidade para nos repensarmos como País. Orgulhamo-nos da nossa história e queremos continuar a viver de cabeça erguida. Durante muito tempo vivemos a ilusão do consumo fácil, o Estado gastou e desperdiçou demasiados recursos, endividámo-nos muito para lá do que era razoável e chegámos a uma “situação explosiva”, como lhe chamei há precisamente dois anos, quando adverti os Portugueses para os riscos que estávamos a correr. Agora temos de seguir um rumo diferente, temos de mudar de vida e construir uma economia saudável. Somos todos responsáveis. Esta é a hora em que todos os portugueses são chamados a dar o seu melhor para ajudar Portugal a vencer as dificuldades. Trabalhando mais e apostando na qualidade, combatendo os desperdícios, preferindo os produtos nacionais. Deixando de lado os egoísmos, a ideia do lucro fácil e o desrespeito pelos outros. Nenhum Português está dispensado deste combate pelo futuro do seu País.»

Cavaco Silva, 1.1.12

20.10.11

UMA EQUAÇÃO SIMPLES


Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho são dois patriotas e dois homens sérios. Nenhum deles é um vulgar tagarela de corredor ou de televisão. Dois patriotas sérios e com um indeclinável sentido das responsabilidades, em tempos de emergência nacional, entendem-se perfeitamente.

Adenda de sexta-feira, 21: Vasco Pulido Valente, na crónica do Público, sova metodicamente Cavaco Silva. Não é nada de especialmente novo na, como agora se diz, "narrativa" do autor sobre o PR vai para mais de trinta anos. Apoda mesmo a sua eleição de 2006 como uma "desgraça", presumindo-se que o país seria hoje coisa bem mais comestível por terceiros se tivesse sido entregue na altura à dupla Soares, 3ª versão, ou Alegre e Sócrates. Numa coisa, porém, tem razão. Cavaco foi complacente com Sócrates praticamente até ao dia em que ele foi e veio de Bruxelas sem lhe dar palavra (o PEC IV). Mas - e a coisa é recente e qualquer patrulheiro pago ou desempregado pode averiguar - quem é que não foi?

12.10.11

SOLIDARIEDADE E RESPONSABILIDADE SEM FALHAS


Grande intervenção do Presidente da República em Florença sobre a Europa em crise. E sobre nós. «A crise envolve a zona euro e não está confinada a um ou outro Estado membro. Na situação actual, e face ao elevado grau de interdependência económica e financeira, qualquer desenvolvimento negativo num Estado da zona euro terá sempre impacto negativo em todos os outros Estados. É este risco de contágio que tem de ser prevenido adequadamente e não pode ser menosprezado. Perante a evidência da crise, a União tardou a reconhecer a sua natureza e a sua escala e tardou a dar-lhe a resposta que se impunha. Enredada numa retórica política de recriminações mútuas, evitando reconhecer a responsabilidade partilhada, ignorando a evidência dos riscos de contágio, hesitando na solidariedade, oscilando nos instrumentos a usar, promovendo uma deriva intergovernamental, a União Europeia deu guarida a uma crescente especulação sobre a zona euro, alimentando as incertezas sobre o próprio futuro da moeda única. Ora, o que os mercados estão a testar é precisamente a existência de uma verdadeira e consistente União Económica e Monetária. Recordo palavras de Jean Monet. Cito: “Não temos senão uma escolha: entre as mudanças para onde seremos arrastados ou aquelas que decidimos por nossa vontade realizar”. De novo hoje nos confrontamos com essa escolha: ou enfrentamos a crise com as medidas que se impõem ou seremos arrastados por ela para mudanças imprevisíveis e incontroláveis que põem em risco a própria União Europeia. O tempo que enfrentamos exige acção e acção rápida. Os mercados não esperam por discussões labirínticas e negociações intermináveis. Custa a compreender, por exemplo, que as positivas decisões do Conselho Europeu de 21 de Julho ainda estejam prisioneiras de obstáculos políticos e formais. Tal como é inadmissível o happening quotidiano de discursos divergentes por parte dos líderes europeus. Este tempo exige, mais do que nunca, convergência, solidariedade e responsabilidade sem falhas. (...) Não escondo a preocupação com que venho assistindo, nos últimos anos, à desvirtuação do método comunitário. A deriva intergovernamental está a contaminar o funcionamento institucional da União Europeia. Em vez de uma mobilização convergente, e de uma responsabilidade solidária por parte de todos os Estados e instituições, vamos constatando a emergência de um directório, não reconhecido, nem mandatado, que se sobrepõe às instituições comunitárias e limita a sua margem de manobra. Este é um caminho errado e perigoso. Errado por que ineficaz. Perigoso por que gerador de desconfianças e incertezas que minam o espírito da união.O caminho certo é o do método comunitário, como a história da integração europeia eloquentemente demonstra. Foi com o método comunitário que a integração europeia se aprofundou e afirmou. (...) Portugal firmou um acordo de assistência financeira com a UE e o FMI. Esse programa colhe o apoio largamente maioritário do Parlamento e será, sem dúvida, cumprido na íntegra pelo Governo português. Portugal honrará plenamente os seus compromissos, reestabelecerá o equilíbrio das finanças públicas e levará por diante as reformas estruturais indispensáveis ao reforço da competitividade da sua economia. Estão a ser exigidos duros sacrifícios ao povo português, que tem respondido com grande sentido de responsabilidade. É importante, também para a UE, que o exigente esforço de Portugal seja coroado de pleno sucesso. Para isso é necessário que a União Europeia enfrente a crise financeira com as medidas adequadas e em tempo certo, que tome as decisões sistémicas que se impõem para estabilizar a zona euro, fortalecer os sistemas financeiros e promover o crescimento económico.»

28.9.11

UMA NOITE COM O PRESIDENTE



O Chefe de Estado decidiu conceder uma entrevista a Judite de Sousa seis meses após o início do seu segundo mandato. Fez bem e fê-la bem. Explicou, como aliás tinha explicado perfeitamente em alocuções anteriores, o "estado da arte". Apesar de continuar a afirmar que os poderes do PR são os suficientes, Cavaco demonstrou, para lá da "palavra", que acompanha o sentimento político nacional. Quando a jornalista lhe perguntou se tinha contribuído para a mudança da situação política, o Presidente esclareceu que quem mudou a situação, em 5 de Junho, foi o eleitorado e não ele. É verdade. Como é verdade o que disse sobre a economia, as finanças, a emergência social, o difícil ano de 2012 e a Europa. Ou até sobre a Madeira, sem ter de se armar em "mata-mouros". Os tagarelas responsáveis ou cúmplices pelo "estado da arte" que levou o eleitorado a procurar a mudança de Junho presumivelmente não apreciaram. Zorrinho, esse confrangedor erro de casting de Seguro para o parlamento, sugeriu consonância do teor da entrevista com a maioria que elegeu Cavaco. Não ouviu o que o Presidente disse quanto à necessidade de o PS - que assinou, em nome de Portugal, o acordo com a Comissão Europeia e FMI - não se alhear das suas responsabilidades políticas nem ser afastado delas. Em suma, e depois dos Açores, Cavaco regressou em boa forma política à realidade independentemente da "opinião" das carpideiras que nunca o suportaram. Bem vindo.

24.9.11

O IMPERFEITO DO PRESENTE

A visita aos Açores não vai ficar seguramente para a história como um dos melhores momentos do segundo mandato de Cavaco Silva. Poderia, aliás, ser uma frase de um livro que provavelmente não escreverei - na versão de Wittgenstein corresponderia mais ou menos a "tudo o que não escrevi" - e que usurparia o título a Alain Finkielkraut, o imperfeito do presente. Outras frases desse não livro irão, com toda a probabilidade da incerteza, continuar a aparecer.

9.3.11

A LIDERANÇA INSTITUCIONAL DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Tive ocasião de felicitar pessoalmente o Chefe de Estado pelo seu discurso de tomada de posse. Cavaco, sem prejuízo da constituição que jurou cumprir, demonstrou que a realidade é mais rica (para pior e para melhor, e, agora, para muito pior) do que a imaginação de todos os constitucionalistas juntos (um, de apelido Novais, deu durante o dia provas bastas de um facciosismo primitivo indigno de professor universitário de direito - mais valia dedicar-se à política numa remota secção do PS, no meio de um pasto). Com a legitimidade refrescada há menos de dois meses, Cavaco Silva não se limitou a "diagnosticar" e assumiu as suas responsabilidades, i.e., a liderança institucional do PR. Confrontou a demagogia inconsequente do governo - personificada num Socrátes que não conhece regras elementares de educação, pessoal e política, e que só pensa em "safar-se" - traduzida no ar "servilusa" do friso dos ajudantes da "resistência socrática", o único e verdadeiro programa de governo. E, sobretudo, confrontou o parlamento com as suas responsabilidades em ambiente "minoritário". Finalmente "libertou-se" do fantasma da estabilidade pela estabilidade. «A estabilidade política é uma condição que deve ser aproveitada para a resolução efectiva dos problemas do País.» Dito de outra forma: se não for para isto, é meramente retórica. Não vale nada.

BOAS NOTÍCIAS

Sócrates, no vão de escada do parlamento, disse que está praticamente sozinho a combater a crise. O pequeno César dos Açores, e sempre em diminutivo, falou num "discurso cruel". Boas notícias.

O DISCURSO DO PRESIDENTE


Cavaco Silva inicia esta tarde, oficialmente, o seu segundo mandato como PR. Fá-lo, à semelhança dos seus antecessores, no parlamento. A legitimidade deste e do PR é a mesma, a eleição por sufrágio directo e universal. Mas é o Presidente quem tem de ir à Assembleia jurar a Constituição diante dos deputados em vez de, por exemplo, tomar posse em Belém depois de o presidente do Tribunal Constitucional ler em voz alta a acta dos resultados das eleições presidenciais e segurar a Constituição colocada por baixo da mão do escolhido. Isto parece um preciosismo. Não é. A revisão constitucional de 83-83 "parlamentizou" o regime e, por tabela, o Presidente quando acabou com a dupla dependência política do governo. O PR deixou de poder demitir o 1º ministro sem esperar pela "palavra" da Assembleia. Durante a última campanha, Cavaco explicou isto perfeitamente com duas frases lapidares. Por um lado, ao afirmar que, no dia a seguir à sua eleição, o governo e a Assembleia eram os mesmos do dia anterior. E, por outro, ao deixar claro que o PR não pode demitir o 1º ministro. Muito se falou acerca do discurso que irá proferir precisamente perante ambos o governo (fisicamente de costas para ele) e a Assembleia (que o contempla e que ele contempla). Confio em Cavaco há demasiado tempo para cometer a leviandade de "palpitar" ou, sequer, para, em estilo "disco pedido", enunciar o que gostaria de ouvir. Na contingência constitucional, a Assembleia "avalia" o governo e o PR, depois, "avalia" a Assembleia. Nem o actual governo nem a Assembleia se recomendam especialmente. O país é, para as duas entidades, um lugar estranho. Para Cavaco, não. Mais do que discursar para a plateia circunstancial, Cavaco fala invariavelmente ao país na qualidade de único órgão de soberania eleito a título singular. Essa é a medida da sua responsabilidade política, da sua seriedade rigorosa e do seu indeclinável realismo, qualidades que o eleitorado lhe reconheceu quando optou, sem hesitações, pela decência contra a insolência alarve. Tudo isto é já, por junto, um discurso.

Foto: Capa do livro editado pela Alêtheia Editores sobre a campanha eleitoral de Cavaco Silva em 2011

23.1.11

CAVACO, UM OUTRO MANDATO


Há cinco anos escrevia aqui que numa eleição presidencial perde-se ou ganha-se absolutamente. Cavaco ganhou absolutamente graças aos portugueses que foram (e puderam) votar. Todos os outros cinco perderam absolutamente. Bem como as patrulhas anestesistas do comentarismo nacional com uma ou duas raríssimas excepções.

20.1.11

E É SUFICIENTE

«Não, não lê Gide nem Mann, mas nunca se se fotografou com lombadas de livros. Os meus gostos pessoais não contam. Mais: nenhum gosto conta nestas andanças.Voto CS porque é previsível na sua acção política e sei que sabe o que nos espera. E é suficiente.»

2.1.11

A VINTE DIAS


Não sendo um cavaquista da 25ª hora - daqueles picoitos meretrizes de Elêusis a que alude Ezra Pound e que pululam por aí travestidos de académicos, disto ou daquilo e que são muito respeitáveis porque asseguram a famosa paz das famílias -, estou à vontade para comentar, quando e se me apetecer, as prestações do PR e recandidato a Belém nas próximas três semanas. E de comentar o que as meretrizes de sentido oposto às primeiras (sempre "candidatas" a qualquer coisinha como o Pitta, versejador invertebrado que já tinha idade para não fazer figuras de Marques Lopes ou de "corporativo"). Já se percebeu que Cavaco optou pelo minimalismo. Está rodeado de Constituição - e de bonzos que temem as rupturas - por todo o lado. Correrá contudo o país convencido que "acredita" e que é preciso que o país "acredite". Em quê? Na competitividade das empresas falidas? Num sistema produtivo destruído? Num mundo de trabalho deprimido? Numa banca dependente e rapace? Numa juventude doutoradamente desempregada? Falo disto, assim, brutalmente, porque Cavaco é sucessor dele próprio em Belém e é o único que é verdadeiramente candidato a um cargo que, apesar de todas as limitações, não merecia a idiotia catatónica dos restantes pretendentes que tiveram a infelicidade de obter as legais sete mil e quinhentas assinaturas. Mas o referido minimalismo não lhe servirá de muito. Julgo (ainda julgo) que Cavaco, ao fim destas décadas de dedicação à causa pública, não pretende ficar associado ao descalabro socialista e à inoperância parlamentar. Deverá falar as vezes que forem necessárias e, com a legitimidade eleitoral renovada, jamais deve hesitar em denunciar ao país um e a outra. O minimalismo escolhido numa campanha que acompanho à distância vai custar-lhe uma forte abstenção a 23 de Janeiro. Porque ninguém é mobilizável por lugares-comuns e trivialidades depois da humilhação geral que entrou ontem em vigor. Aliás, é só disso que se vai tratar nos próximos 20 dias - de evitar que a abstenção dos que empobreceram por decreto vença nos boletins de voto. Por aqui, farei o que puder sem lambe-botismos imbecis para que não pendo. Mas com a feliz recomendação do Doutor Salazar na ideia: decididos até onde ir, não devemos ir mais além.

6.11.10

CAVACO 85


Revisto por Pedro Santana Lopes.

28.10.10

A "MAGISTRATURA ACTIVA"

A enfadonha e promíscua raça nouveau riche dos "politólogos", segundo a "politóloga" do Público D. São José Almeida, anda a estudar o conceito de "magistratura activa" lançado há dias por Cavaco Silva. Não desfazendo nas setenta teses académicas e nas trezentas e cinquenta intervenções televisivas que serão oportunamente produzidas, talvez "magistratura activa" queira simplesmente dizer fazer o que será preciso fazer a partir de 9 de Março de 2011 tentando não puxar a vida das pessoas para baixo. Ética e materialmente, vendendo ilusões.

27.10.10

26.10.10

NÃO VENDE ILUSÕES


«Neste panorama miserável resta olhar para cima e ver que na Presidência da República está um homem que não vende ilusões, mentiras e que não gosta desta política. É verdade que foi no seu tempo de primeiro-ministro que nasceu e floresceu muito do entulho que ainda hoje polui a sociedade. Mas também é verdade que hoje é o único referencial de realismo e honestidade. A sua reeleição é necessária, embora esteja longe de ser suficiente para secar este pântano. Seja como for, haja Cavaco.»

António Ribeiro Ferreira, CM

O QUARTO ELEMENTO


Quais abóboras, a partir da meia-noite, na tvi24, o Nuno Ramos de Almeida, o Tomás Vasques e o Miguel Morgado estarão a falar, com um quarto elemento, da recandidatura de Cavaco Silva. Modera o Filipe Caetano.