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22.5.09

UM PAÍS AJUSTADO DIRECTAMENTE


No dia em que se sabe - já se sabia ou calculava - que o "plano tecnológico" da troika Sócrates/Lino/Zorrinho, na componente Magalhães, o ex libris da propaganda, foi alvo de uma queixa em Bruxelas por violação das regras da concorrência comunitária (ajuste directo em vez de concurso público), julgo que o "retrato" de Manuel Pinho feito por um leitor de Loulé completa a ideia geral sobre a farsa em que estamos metidos.

«Só a título de curiosidade. Ontem, feriado municipal em Loulé, o Sr. Pinho da Maizena foi agraciado pela autarquia com a "comenda" d'oiro por se tratar de um "filho da terra"(?). Diria antes, "aperfilhado" pela oportunidade dos elevados serviços prestados ao Concelho através de uns espectáculos que promove por aqui em época de veraneio a preços proíbitivos ao comum do cidadão onde me insiro. A mesma figura que se lembrou de mudar o nome da região acrescentando-lhe um "L" para gozo do restante Portugal, então tão duramente criticado precisamente pelas mesmas pessoas que (ontem) lhe colocaram a "comenda" no cachaço. O verdadeiro "Allgarve" feito à medida para que o Pinho & famelga possam ter algo para se entreter quando vierem a banhos.»

Bom dia e boa sorte.

Foto: Ângelo Ochoa

Adenda: Um zeloso assessor oficial ou oficioso chamou a minha atenção para este desmentido e desafiou-me a fazer-lhe referência. O filho de António Campos, e secretário de Estado de Lino, deu a cara contra a queixa apresentada em Bruxelas. Interpretem como quiserem.

3.3.09

COISAS DA VIDA


Umas escassas horas antes de Sócrates dar início a mais uma sessão de propaganda SIMPLEX - onde ele se louva em si mesmo, naturalmente, e nos "progressos tecnológicos" alcançados pelas suas extraordinárias medidas vezes e vezes sem conta "balanceadas" e "reanunciadas" - o Centro Hospitalar de Coimbra, um dos muitos que não tem um mero plano de emergência e segurança a funcionar, ficou às escuras. O quadro eléctrico, em todas as suas componentes, ardeu e os casos clínicos mais críticos tiveram de ser retirados à pressa de madrugada. Em 2007, a inspecção geral das actividades em saúde efectuou uma auditoria a estes "planos" em noventa e tal equipamentos hospitalares e os resultados deixariam qualquer um arrepiado. Não, isto não vem no "plano tecnológico" nem nas fichas de Sócrates e não é aparentemente "simplex". É só a vida.

25.2.09

NADA

Para "blindar" o chefe e defendê-lo de questões incómodas ou para o poupar na repetição de anúncios (mesmo assim não resistiu à tentação e, nas respostas aos deputados, disse invariavelmente a mesma coisa e citou os mesmos números várias vezes), o PS parlamentar foi instruído no sentido de "perguntar" ao primeiro-ministro pelos "sucessos" do "plano tecnológico" entretanto descritos (na versão deles) por Alberto Martins e Afonso Candal, os delegados de Santos Silva neste debate. Sócrates evidentemente não se poupou e, uma vez "puxado" o "Magalhães" para a mesa, não hesitou como se já estivesse em congresso: «Portugal vai ser o primeiro país no Mundo onde todas as crianças dos seis aos dez anos têm um computador pessoal.» O governo está como que num limbo "governado" pela crise para a qual só ele, Sócrates, tem "soluções" e um "Magalhães". Mesmo que retóricas, vagas, inúteis ou meros paliativos formais não são admitidas interrogações nem interferências na genialidade com que este este governo os "inventou", às "soluções" e ao "Magalhães". Isto permite que tudo o resto seja tratado com sumário desdém (v.g. a CGD e o sr. Fino, o BPP, os 70 mil novos desempregados, etc., etc.). Até estranhei Sócrates não se ter louvado na Comissão Europeia que elogiou - como se aquilo fosse uma coisa extrordinária ou original - a revisão do PEC português para permitir alargar o défice público. O que verdadeiramente se percebeu disto é que Sócrates está farto dos debates. Porque, na verdade, a crise passou a justificar tudo e o seu contrário. Mais adequadamente, nada.

1.9.08

QUE LUGAR?


Com o aproximar das aulas, regressa inevitavelmente a "banda larga" e o mentido "plano tecnológico". Lá onde a escola representava a conquista da raridade (Finkielkraut), instala-se agora a Internet, «o perigo que corre a liberdade quando se pode conservar o traço seja do que for, mas é também o perigo que fazemos correr aos outros e a nós próprios quando gozamos de uma liberdade sem limites.» Continuo com Finkielkraut. «Apresentam-nos a Internet como um magnífico instrumento de informação e de comunicação, mas para quê tanta informação, tanta comunicação? E o lugar para o resto - para tudo o que na nossa vida não depende nem da informação nem da comunicação? Que lugar fica para a contemplação? Que lugar para a admiração? Que lugar para a ruminação? Que lugar para a solidão? (...) A Internet favorece a constituição e a afirmação plena de um indivíduo prazo-zero, que não concebe a realidade a não ser como maleabilidade. Será particularmente difícil converter a criança mimada ao pensamento dos limites ou ao sentido da medida.»

30.7.08

A VARINHA MÁGICA


Este post do Jorge Ferreira leva-me a repetir duas ideias. Uma de Manuel Maria Carrilho e a outra de Maria Filomena Mónica. Escreve o primeiro - sobre a "vaga número um" da "banda larga" pela mão de Guterres (Sócrates já lá estava) - que «o slogan do «acesso de todos à Net» pretende, no seu fervor militante, passar a ideia de uma nova igualdade, agora ao alcance do teclado, como se entre o analfabeto e o investigador, o rural e o urbano, o europeu cosmopolita e o habitante de África, as diferenças desaparecessem quando se «surfa» na Net» já que, «pelo contrário, é justamente aí que as diferenças mais se evidenciam, se nada as tiver atenuado, ou anulado, antes.» E a segunda - num reparo que assenta perfeitamente ao "plano tecnológico" permanentemente apresentado como o novo "passe de magia" para o "progresso" da pátria - alerta para o facto de, «num país de analfabetos, o computador [se ter transformado] numa varinha mágica capaz de transformar um bronco num génio.» Não transformou. Nem nunca transforma. O problema é que, como lembra o Jorge Ferreira, «José Sócrates, quando não sabe o que fazer ou o que dizer anuncia banda larga, internet e computadores», na realidade «um número tão gasto como as corridinhas no estrangeiro antes das cimeiras.»

27.7.08

NOVAS ERAS


Por cada novo "investimento" que promete ou celebra, Sócrates fala numa "nova era". Teoricamente, ele e o imaginativo Manuel Pinho andam, há quase quatro anos, a inaugurar "novas eras" dia sim, dia não. Pinho, o proto-ministro da cultura, até fala em "direcção comercial de luxo" para se referir ao governo e à sua extraordinária "vocação negocial" com gente tão improvável quanto imprevisível. Em breve, no ano que se segue, haverá ocasião para avaliar as "novas eras", em tese abertas por Sócrates e pelos seus ajudantes "de luxo". Numa delas, lembram-se decerto, garantia-se cento e cinquenta mil novos empregos numa legislatura. O camarada de Sócrates que preside à Câmara de Évora estava muito contente porque a "nova era" que abriram ontem por perto representará mais não sei quantos postos de trabalho e menos desertificação alentejana. A ver vamos. Era bom que os nossos jornalistas, sempre tão atentos, venerandos e obrigados ao poder socialista, começassem a preparar dossiês, preferencialmente isentos, sobre o que deram as "novas eras" sugeridas por Sócrates em quatro anos. Onde estão, o estado em que encontram e os benefícios que trouxeram. Nicolau Santos, por exemplo, podia "coordenar" esse trabalho já que é tão levianamente impressionável por "anúncios". Aguarda-se o balanço.

4.10.07

UM PAÍS

O "plano tecnológico" não inclui remover obstáculos designadamente numa escola secundária do Cacém em que um professor paraplégico não pode dar aulas porque a escola não tem condições para que ele possa circular? País de merda.

21.7.07

O SLOGAN


Dezoito - tantos como os distritos - ministros andaram pelo país a distribuir computadores e a prometer "novas oportunidades". À cabeça, claro, Sócrates. Sobre este momento de propaganda digno de Merché Romero, nada como dar a voz a um camarada esclarecido, Manuel Maria Carrilho, que, já no tempo do profeta Guterres (também com ele as prioridades eram a educação e a qualificação, e é o que se vê), denunciava o embuste. «O slogan do «acesso de todos à Net» pretende, no seu fervor militante, passar a ideia de uma nova igualdade, agora ao alcance do teclado, como se entre o analfabeto e o investigador, o rural e o urbano, o europeu cosmopolita e o habitante de África, as diferenças desaparecessem quando se «surfa» na Net. Ele ignora que, pelo contrário, é justamente aí que as diferenças mais se evidenciam, se nada as tiver atenuado, ou anulado, antes.» Ou a Filomena Mónica que, mesmo depois do episódio auto-biográfico, mantém a devida lucidez quanto ao fundamental.«A retórica que declara que aquilo que se está “a dar ao povo é o que ele gosta” tem como base a crença de que as massas populares são intrinsecamente estúpidas e, portanto, incapazes de seguir um raciocínio complexo ou de admirar uma obra de arte. Uma tendência paralela é o endeusamento da Internet como transmissora de cultura, tema retomado, entre nós, na recente campanha eleitoral, sob a designação do “choque tecnológico” proposto pelo PS. Num país de analfabetos, o computador transformou-se numa varinha mágica capaz de transformar um bronco num génio.»

31.1.07

UMA VERDADE INCONVENIENTE

O dr. Manuel Pinho já não devia ser ministro da Economia há muito tempo. Até agora, e tirando as apresentações informáticas de luxo em que participa, não se lhe conhece grande valia. Não lhe explicaram - e há tantos especialistas no governo que o podiam fazer- que, antes de "técnico", o seu lugar é político. Apenas e só isso. Ora até um cego consegue ver que, para além de inexistir politicamente, o dr. Pinho, quando tem acessos como o que teve na China, faz corar de vergonha o governo socialista que integra. Ao passar um breve e real atestado de "chinês" ao trabalhador tuga, o dr. Pinho, no entanto, falou verdade. Uma verdade inconveniente, porém uma verdade.