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1.9.08

QUE LUGAR?


Com o aproximar das aulas, regressa inevitavelmente a "banda larga" e o mentido "plano tecnológico". Lá onde a escola representava a conquista da raridade (Finkielkraut), instala-se agora a Internet, «o perigo que corre a liberdade quando se pode conservar o traço seja do que for, mas é também o perigo que fazemos correr aos outros e a nós próprios quando gozamos de uma liberdade sem limites.» Continuo com Finkielkraut. «Apresentam-nos a Internet como um magnífico instrumento de informação e de comunicação, mas para quê tanta informação, tanta comunicação? E o lugar para o resto - para tudo o que na nossa vida não depende nem da informação nem da comunicação? Que lugar fica para a contemplação? Que lugar para a admiração? Que lugar para a ruminação? Que lugar para a solidão? (...) A Internet favorece a constituição e a afirmação plena de um indivíduo prazo-zero, que não concebe a realidade a não ser como maleabilidade. Será particularmente difícil converter a criança mimada ao pensamento dos limites ou ao sentido da medida.»

27.7.08

NOVAS ERAS


Por cada novo "investimento" que promete ou celebra, Sócrates fala numa "nova era". Teoricamente, ele e o imaginativo Manuel Pinho andam, há quase quatro anos, a inaugurar "novas eras" dia sim, dia não. Pinho, o proto-ministro da cultura, até fala em "direcção comercial de luxo" para se referir ao governo e à sua extraordinária "vocação negocial" com gente tão improvável quanto imprevisível. Em breve, no ano que se segue, haverá ocasião para avaliar as "novas eras", em tese abertas por Sócrates e pelos seus ajudantes "de luxo". Numa delas, lembram-se decerto, garantia-se cento e cinquenta mil novos empregos numa legislatura. O camarada de Sócrates que preside à Câmara de Évora estava muito contente porque a "nova era" que abriram ontem por perto representará mais não sei quantos postos de trabalho e menos desertificação alentejana. A ver vamos. Era bom que os nossos jornalistas, sempre tão atentos, venerandos e obrigados ao poder socialista, começassem a preparar dossiês, preferencialmente isentos, sobre o que deram as "novas eras" sugeridas por Sócrates em quatro anos. Onde estão, o estado em que encontram e os benefícios que trouxeram. Nicolau Santos, por exemplo, podia "coordenar" esse trabalho já que é tão levianamente impressionável por "anúncios". Aguarda-se o balanço.

5.2.07

A APOTEOSE DA ABSTENÇÃO


Parece que a D. Fátima Campos Ferreira vai dedicar, logo à noite, mais um programa ao referendo do aborto. Das duas, uma. Ou a RTP está empenhada num determinado resultado - é questão de estar atento aos "convidados" no palco e na plateia - ou a televisão pública quer mesmo debater a sério. E a sério, não pode ser com as mesmas caras com que andamos sempre "a levar" de ambos os lados. Até parece que estão combinados uns com os outros para ver quem se sai melhor no respectivo fundamentalismo. E que o referendo é tema exclusivo de meia dúzia de "iluminados". Depois admirem-se com a abstenção.