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13.11.11

OUTRA COISA QUALQUER


Quando frequentei as fileiras militares, não me passava pela cabeça que, encerrados o PREC, os SUV ("soldados unidos vencerão") e os juramentos de bandeira de punho erguido, os militares voltariam a desfiles e a manifestações. E, muito menos, que terminassem a bravata com uma vaia ao seu Comandante Supremo. Nesse exacto momento deixaram a condição militar e passaram a ser outra coisa qualquer. Militares é que não.

Adenda (do leitor Alves Pimenta): «Viu o Vasco Lourenço a ser "entrevistado" na TVI24? A "entrevistadora" conseguiu a proeza de não perguntar:
- qual o objectivo concreto da manifestação?
- que perseguições está o Governo a mover aos militares?
- por que motivo os militares têm o direito de passar ao lado da situação económica do país? Quanto ao "entrevistado", esteve sempre à altura do QI que lhe é geralmente reconhecido, fazendo jus à eternização como presidente da A25A. Que país, este! »

26.2.11

UM ESPELHO




O "Expresso 2000 exemplares" (parabéns à prima) divulga, via Mr. Assange, o que um diplomata norte-americano transmitiu ao seu governo sobre a Defesa Nacional, as Forças Armadas e a FLAD portuguesas. Quem serviu nas fileiras - com ou já sem Ultramar mas antes da destruição metódica das FAP's pelos partidos deste regime, todos, sem excepção - não pode deixar de se sentir envergonhado com o "retrato". E escusam de vir com discursatas patrioteiras (e vindas, então, de quem nunca disparou um tiro ou vestiu uma farda, dá vontade de rir) e politicamente correctas (Passos Coelho já caiu na armadilha ao falar em "leviandade") contra a coisa porque conseguem ser ainda mais ridículos do que saem do "retrato". Todavia, um país (e uns chefes militares) que entrega a Defesa Nacional a um sociólogo ex-MES (como, dantes, a um bondoso académico ou a um eterno chefe de partido de fatos às riscas) merece todos os vexames públicos. Já que nós não somos capazes de nos vermos ao espelho, haja então quem nos empreste um.

13.11.09

«O HORROR À DECÊNCIA É DOS INDECENTES»


«Como professor na universidade, sempre que tenho conhecimento de que um aluno meu veio do C[olégio] M[ilitar], posso testemunhar o aprumo, o à vontade, a auto-confiança e o profissionalismo com que está numa aula. Tudo isto, em flagrante contraste com os colegas, especialmente os mais betinhos. Além disso, como os alunos são tratados por igual, têm um número (que vem antes do nome), andam vestidos com farda e os filhos de pais ricos não se distinguem dos filhos de pais pobres. Também por isso, o convívio democrático hierarquizado é a regra. Ainda bem. O contraste é gritante com o que se passa nas nossas escolas. E a anarquia, quase geral em que vive o ensino secundário, tem horror ao Colégio Militar, obviamente. Aliás, a verdade é mais funda: a anarquia quase geral da nossa sociedade tem horror à instituição militar. Uma instituição organizada, como a militar, que cultiva os valores da honra, da camaradagem, da disciplina e do dever para com a pátria, não pode ser bem vista pela sociedade actual. A nossa vida colectiva -a civil - privilegia o oportunismo, habituou-se aos casos de corrupção (com ou sem fundamento), tem uma imprensa virada para o escândalo e uma televisão com novelas que são difusoras da falta valores e da ausência dos bons costumes. O Colégio Militar poderá acabar mas as razões estão na nossa sociedade e não dentro dos muros do Colégio. O horror à decência é dos indecentes.»

Luís Campos e Cunha, Público

21.10.09

DEPOIS DA VIRTUDE


Há uns anos, num semanário entretanto desaparecido chamado O Jornal, Pedro Ayres Magalhães - dos Madredeus, dos Heróis do Mar e autor de muitas e boas letras dos respectivos repertórios - na sua qualidade de ex-aluno do Colégio Militar "revelou" que era trivial a prática de relações sexuais (aparentemente voluntárias) entre alunos "do seu tempo". Na altura isto criou um pequeno tumulto. Como se Magalhães tivesse dito uma grave mentira ou como se essas situações afectassem uma qualquer "moral" militar e tivessem alterado o curso dito normal da natureza. Agora, ex-alunos foram acusados pelo Ministério Público por maus tratos perpetrados recentemente a gente nova. Não agressões sexuais mas porrada mesmo. O Colégio Militar era uma instituição prestigiada que fatalmente acompanhou a "dieta da correcção" imposta às forças armadas pelo regime. Nas televisões, os alunos são descritos como "meninos" sujeitos às piores sevícias. Ora quem opta pelo Colégio Militar - mesmo no estado a que tudo chegou - tem a obrigação de saber ao que vai. Nada disto, porém, justifica a violência imbecil comum, aliás, a muitas "praxes" civis universitárias que até já mortos produziram. Nenhuma escola, de ensino secundário ou superior, é hoje suposto dar à luz virtuosos - no sentido clássico do termo - ou induzir noções básicas de disciplina, rigor ou, no limite, de ética. Muito menos homens.

16.10.09

EXÉRCITO EM PEQUENINO


Sem se rir, o chefe de estado-maior do exército afirmou que o dito caminha para "a excelência". Como é que é possível que um exército - repare-se que escrevo com minúscula - que foi reduzido a cinzas pelo poder político da esquerda e da direita, que se dedica à filantropia internacional, que aceitou pacificamente o fim do serviço militar obrigatório, que "colabora" no apagar de fogos (reais e virtuais), que se deixou capturar pela correcção política, em suma, como é que este exército pode caminhar para a "excelência"?

10.6.09

NÃO TENHO A CERTEZA


Vi, nas televisões, a tropa - ou o que resta dela em nome da correcção política - a desfilar pelas ruas de Santarém em frente ao seu Comandante Supremo. A mesma Santarém da centenária Escola Prática de Cavalaria encerrada por causa da tagarelice da (falsa) "redução da despesa". À medida que o espectáculo decorria, os representantes das forças armadas encarregados de comentar o evento eram questionados pela jornalista (a da RTP, para variar, bem preparada) acerca das misérias que assolam os três ramos. A pompa e a circunstância não escondem as dificuldades a que nem o próprio Chefe de Estado se furtou no seu discurso. O fim do serviço militar obrigatório (SMO) representa um dos maiores disparates da decisão política oportunista nestes trinta e tal anos de regime. A passagem, ainda que efémera, de milhares de jovens portugueses pela "fileiras" nunca fez mal a ninguém. Pelo contrário. Se, como assinalou Cavaco, falta espírito de sobriedade, de missão e de mérito (não a meritocracia dos liberalóides e dos parvenus que "subiram" à custa do regime) à sociedade portuguesa, entre outras circunstâncias, à falta de um SMO se deve. Um SMO que incuta aos jovens um módico de responsabilidade e de disciplina, de respeito por quem se deve ter respeito e de compreensão pelo valor da verdadeira autoridade, aquela que é despojada de tiques autoritários mesquinhos e que se impõe por si mesma. As escolas estão no estado em que estão. As universidades, cheias de corvos bêbados, é o que se vê. "Esta é a ditosa Pátria minha amada"? Não tenho a certeza.

Foto: Estátua de homenagem ao Tenente-Coronel de Cavalaria Salgueiro Maia em Santarém

23.5.09

PANDUREZAS


«Não está fácil substituir as velhas Chaimites na memória dos portugueses. Às viaturas Pandur fabricadas na Áustria falta o glamour de um simples exercício militar. Terão sido compradas ainda na fase infantil do protótipo no tempo de Paulo Portas como ministro da Defesa, e 19 delas jazem inertes numa espécie de parque de automóveis há dois anos. Ninguém quer ouvir Paulo Portas na AR?»

José Medeiros Ferreira, Correio da Manhã

3.11.08

CONTRA OS CATEDRÁTICOS EM BOAS MANEIRAS DEMOCRÁTICAS

«As Forças Armadas dotaram-se de um naipe de senadores notável: Eanes, Loureiro dos Santos, Garcia Leandro, Vasco Lourenço, entre outros, pertencem a uma geração de protagonistas do início da democracia em Portugal que continua a prestar relevantes serviços. Estes antigos oficiais ajudam governos e chefes militares a sair de situações difíceis. Enquanto estes senadores militares exercerem influência não será preciso escutar catedráticos em boas maneiras democráticas.» Isto é: «mais seguros na defesa da subordinação dos militares às regras democráticas do que muitos novos-ricos do sistema.» (Medeiros Ferreira)

1.11.08

OS MILITARES E O REGIME - 2

Em quatro anos, Sócrates nunca pôs os pés num quartel. Em compensação, mandou vendê-los. O Eduardo, quando se trata de Sócrates, fica como se lhe colocassem um vintage à frente do nariz. Cego. Sucede que Sócrates é efémero - mesmo que obtenha trinta maiorias absolutas e inspire respeitinho à manada - e há duas ou três instituições que não são. É o caso das Forças Armadas que nem este governo "modernaço" se atreveu a retirar das chamadas "funções de soberania". No fundo, estamos sempre a voltar ao velho princípio da igualdade tão "proclamado" nestes quatro anos ditos "fracturantes" e "reformistas". Tratar o igual de forma igual, e o diferente de forma diferente. Ora os militares não são equiparáveis aos directores de serviço, aos técnicos superiores ou aos assistentes administrativos habituados apenas a "sovas de cadeira". Quem não percebe isto, meta explicador.

P.S.: E, já agora, os militares portugueses não conhecem Chávez de lado nenhum. Sócrates, como demonstrou amplamente em El Salvador, é que é íntimo dele.

21.8.08

CRIMINALIDADES

Pelo andar da carruagem, a tropa vai acabar por ter de ir para a rua, como ordenou Berlusconi em Itália. Parece que as polícias não chegam. Rui Pereira não chega, de certeza.

12.7.07

PERDAS SIMBÓLICAS

Um tribunal desautorizou as chefias militares ao dar razão à tropa que pretendia exibir-se à porta do primeiro-ministro, depois de uma providência cautelar contra a proibição da marcha. É um mau precedente. Não basta declarar "legal" a marcha folclórica. É preciso perceber do que se trata para além do mero cumprimento da lei. Apesar de apoucadas ao longo dos últimos trinta anos, as Forças Armadas são um símbolo e possuem uma hierarquia que em lado algum no mundo jamais foi, ou poderá ser, democrática. Um país que não sabe respeitar os seus símbolos, não merece o respeito de ninguém.

30.5.07

MORTE OU GLÓRIA - 2

Só quem serviu as forças armadas, fosse em teatro de guerra, no Ultramar, fosse aqui, após o "25/4", pode perceber o texto que a seguir transcrevo.

"Podem vender arrendar ou destruir o Regimento Lanceiros 2 mas jamais poderão destruir o Espírito de tantos Lanceiros que por aí passaram.Um lanceiro desde Caracas Venezuela da CPM 8247 "OS ÍNDIOS".Um abraço para todos os Lanceiros da velha e nova geração.

Artur Pereira 062511/73."

"Morte ou Glória"