«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
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13.1.12
23.9.11
«A DECADÊNCIA DO OCIDENTE»

«Medina Carreira, uma das pessoas que hoje vale a pena ouvir em Portugal, anunciou na TVI a decadência económica do Ocidente (ou seja, da Europa e da América). A decadência do Ocidente tem sido anunciada muitas vezes, mas Medina Carreira foi inquietante. O retrato de um velho mundo, que progressivamente produz menos, gasta mais e, ainda por cima, se endividou sem peso nem medida para conforto e sossego de uma população indiferente, não é reconfortante e não autoriza uma visão muito optimista do futuro. Quando se olham as coisas de longe, os pequenos problemas portugueses parecem, como de resto são, parte de uma mudança histórica radical e fica o sentimento de que nada nos poupará a uma catástrofe inevitável e merecida. Não vale a pena discutir, ou "explicar", os números de Medina Carreira. Vale a pena pensar se, além dos números, não há outros sintomas das desgraças que ele nos profetiza. O colapso do império soviético mudou um equilíbrio de 30 anos. Verdade que esse equilíbrio assentava no condomínio quase universal da América e da URSS. De qualquer maneira, a Guerra Fria, embora com um ou outro sobressalto, e milhões de vítimas "passivas", permitiu o estabelecimento de uma certa "ordem" e uma previsibilidade, que não existia desde o fim do século XVIII. A Inglaterra desaparecera como potência hegemónica e, excepto pela aventura napoleónica, a França também. A Alemanha, do princípio agressiva, tinha ambições para que não tinha meios. Quanto à Rússia, a fraqueza interna não lhe permitia uma intervenção externa decisiva. E a América, como se constatou, persistiu, de facto, no seu isolacionismo até 1941. Restava o "concerto das nações", como se dizia, um jogo frágil, sempre em risco de acabar mal, se um dos parceiros resolvesse não respeitar as regras. A situação de hoje, a que se chama "globalização", é uma espécie de regresso ao "concerto das nações". Na ausência de um "centro" e de uma autoridade indiscutível (como, por exemplo, a América e a URSS, cada uma na sua "esfera"), o mundo está dividido em potências de vário porte e alcance, que tentam adquirir vantagens próprias, sem forma de restrição ou responsabilidade global. A Europa, com união ou sem união, deixou de contar. A América, crescentemente mais débil, tenta dissolver com mansidão o seu antigo papel de polícia ideológico e militar de uma democracia imaginária. Longe da sua velha superioridade, e da sua velha arrogância, o Ocidente, que se refugiou em palavras, está em decadência. Politicamente, em decadência. »
22.9.11
12.9.11
SERVIÇO PÚBLICO
Às segundas, no canal Foxlife. Oito episódios. «It's not what you are - it's what people think you are.»
9.9.11
DA TRIVIALIDADE
A pergunta mais irritante dos últimos dias e a que toda a gente anda, afadigada, a responder é "onde é que estava no 11 de Setembro".
9.8.11
15.7.11
4.7.11
THE STATES, UNITED

«On July 4, 1826, Jefferson died. For posterity he wanted to be known as the author "of the Declaration of American Independence, the statute of Virginia for religious freedom, and father of the University of Virginia." A few hours later, the dying John Adams said, "Thomas Jefferson still lives." But Jefferson had already departed. John Adams had his epitaph ready; it was to the point: "Here lies John Adams, who took upon himself the responsability of the peace with France in the year 1800"."Let us now praise famous men and our fathers that begat us", as the New England hymn of my youth, based on Ecclesiacticus, most pointedly instructed us.»
Gore Vidal, Inventing a Nation
18.5.11
ROTH

A América não é apenas aquilo que a foto denota ou um carcereiro embotado a sugerir que é preciso vigiar um homem 24 horas por dia não vá ele suicidar-se! Medem os outros pela sua bruteza intelectual, coitados. A América é Whitman, Emerson, Pound, Vidal, Mailer, Roth e afins. E não há noites urbanas como as de Nova Iorque, nas palavras de Pound. O lixo correcto, perfeitamente representado pelo Obama do birth certificate e por aquilo ali em cima, não me interessa nada. É apenas isso. Lixo. Philip Roth recebeu o Man Booker 2011 pela sua obra completa. Getting people right is not what living is all about anyway. It's getting them wrong that is living, getting them wrong and wrong and wrong and then, on careful reconsideration, getting them wrong again. That's how we know we're alive: we're wrong. Maybe the best thing would be to forget being right or wrong about people and just go along for the ride. But if you can do that - well, lucky you. A prosa de Roth recebe-se como uma epifania da morte. Attachment is ruinous and your enemy. Joseph Conrad: He who forms a tie is lost. That you should sit there looking like you do is absurd. You tasted it. Isn't that enough? Of what do you ever get more than a taste? That's all we are given in life, that's all we're given of live. A taste. There is no more. É aproximadamente um límpido evangelho pagão do qual foi eliminada toda e qualquer esperança em Deus ou no homem. Afinal, não é a mesma coisa?
Foto: Do Médio Oriente e Afins no qual recomendo, aos não imbecis simples ou complexos, a leitura do editorial de Jean Daniel no Nouvel Observateur desta semana.
Foto: Do Médio Oriente e Afins no qual recomendo, aos não imbecis simples ou complexos, a leitura do editorial de Jean Daniel no Nouvel Observateur desta semana.
20.3.11
OS ODORICOS E A LÍBIA
«O Ocidente está reduzido à mais nua política de canhoneira e entregou-se sem condições aos bárbaros Odoricos que se julgam depositários de uma civilização que nunca compreenderam.» Obama, o Nobel da paz que derreteu os corações esquerdófilos do mundo inteiro, ainda não enterrou a herança de duas das suas estúpidas guerras e já meteu o país numa terceira. Lula, o outro herói dos mencionados esquerdófilos, ignorou-o. A diferença entre este e o amador norte-americano é que Lula, mesmo nas suas horas mais cretinas, já tombou muitas panelas.
11.2.11
A "INSPIRAÇÃO"

Os EUA, hipócritas como ninguém, dizem-se "inspirados" (os americanos estão sempre "inspired" seja por um hamburger, seja pela demagogia discursiva do seu presidente) pelo MFA egípcio, isto é, em linguagem nossa conhecida, pela "aliança povo-MFA". A emergência do exército era expectável. Todavia falta provar que tipo de "democracia" pretende numa sociedade tipicamente não vocacionada para a importar a não ser na faceta do esplendor folclórico que tanto impressiona o jornalismo doméstico. Mubarak foi um aliado estratégico dos EUA (e de Israel) enquanto travão à proliferação do fundamentalismo islâmico. Presidia a uma república autoritária mas os EUA estavam fartinhos de saber que era assim e, até às palhaçadas da "praça da libertação", nunca se comoveram por aí além. De repente, a dita praça "inspirou-os" e a praticamente todo o ocidente. Oxalá não venham a ter de engolir em seco tanta "inspiração".
20.1.10
A "LUZ"
«Todos nós achámos que vinha uma nova luz ao mundo», disse Adriano Moreira a Mário Crespo a propósito de um ano de Obama. Salazar lá se riu, de novo, deste seu antigo ministro na tumba rasa do Vimieiro. Soares não diria melhor e a RTP também não. Se eu fosse americano, teria votado Obama naquela "linha" do melhor do que não presta. Mas como não sou cego, surdo e mudo nem aspiro a ser bajulado em lado algum, parece que está a ficar razoavelmente claro que Obama é mais um presidente dos EUA e não uma "luz" qualquer. O que há de bom nos EUA, como, por exemplo, as universidades e as bibliotecas, antecede a "luz" e ficará para além da "luz". Obama é apenas mais um demagogo. Passará.
OBAMA E O EMPORIO

Por falar em EUA, Obama chega ao fim de um ano de presidência em baixa. Sofreu a primeira derrota doméstica com a eleição dum tal sr. Brown, republicano, para o lugar deixado vago no Senado pela morte de Ted Kennedy. Passada a "fase folclore transmontano" que ainda alimenta as fantasmagorias de alguma esquerda europeia, Obama e a sua "revolução" começam fatalmente a ir ao lugar. A velha história da saúde é um sinal. Clinton também acabou derrotado por esse emporio ao pé do qual as indústrias congéneres nacionais andam de fraldinhas. O sr. Brown ameça virar o "plano de saúde" de Obama ao contrário por causa dos votos. Isto é, no sentido em que ele sempre esteve, nas mãos das seguradoras rapaces. É o "born in the USA" onde todos os Obamas do mundo não cabem.
10.12.09
O PRÉMIO

O mais recente herói das esquerdas mundias, o sr. Obama, recebe em Oslo o prémio Nobel da paz. Vale, como outro Nobel qualquer, o que vale. Nada. Para mais, Obama deslocou-se para o efeito à Noruega não como "nobilizado" pela Academia, mas como o chefe político e militar da maior potência ocidental. Concede-lhes, tipicamente, um dia da sua atarefada agenda imperial. Curiosamente fá-lo passado pouco tempo sobre a decisão acerca do Afeganistão e com o Iraque em pior estado do que Bush o deixou. O prémio da paz para Obama é o tributo que a correcção mundial presta a este novo-riquismo político sublimado nas figuras dele e de sua mulher, uma séria candidata a qualquer coisa quando se fartarem do original. Se olhassem com mais rigor para dentro do que Obama tem feito, mais depressa entregavam o prémio ao presidencial cão luso-americano .
15.10.09
RITMOS

O mais recente colega, em Nobel, do sr. Saramago pelo lado da paz, promoveu nos jardins da sua residência oficial um concerto hispano-americano. Todas as vedetas com nomes terminados em "ez", "an" e "ano" foram convidadas. O anfitrião deu um ar da sua graça dando às ancas de acordo com os ritmos. É só, aliás, o que ele sabe fazer. Depois perorou com aquela indefinida convicção que provoca uma espécie de efeito "viagra político" em pessoas estimáveis como o último dr. Mário Soares. Não tarda e o homem convida as pífias herdeiras de Amália para abrilhantar o arco multicultural da sua presidência. O mundo está perigoso.
4.7.09
A NAÇÃO INVENTADA

«Nothing that Shakespeare ever invented was to equal Lincoln's invention of himself and, in the process, us. What the Trojan War was to the Greeks, the Civil War is to us. What the wily Ulysses was to the Greeks, the wily Lincoln is to us - not plaster saint but towering genious, our nation's haunted and haunting re-creator.»
Gore Vidal, 1988
Gore Vidal, 1988
6.4.09
HUMILHAÇÃO CIVILIZACIONAL

Istambul, uma das mais belas cidades que conheço, é hoje palco de uma sessão circense à conta de uma coisa apelidada de "aliança das civilizações". Recordo aos distraídos que o "alto comissário" para tão sublime "aliança" é, nem mais nem menos, o nosso entediante Jorge Sampaio, alguém que deve seguramente suscitar amplo entusiasmo pela causa. Estas "alianças" visam normalmente favorecer quem não deve ser favorecido e dar protagonismo internacional a quem, por sistema, é refractário à ideia de liberdade forjada naquilo que foi outrora o Ocidente. É uma questão cultural e política, não é uma questão de boas vontades e de porreirismos servidos em hotéis de luxo entre croquetes e conversas de circunstância. É por estas e por outras que o Ocidente chegou ao presente estado de humilhação civilizacional em que se encontra. Isto é apenas um sintoma dessa humilhação. Bem como o mea culpa de Obama em comícios folclóricos e despropositados que a esquerda europeia jamais lhe agradecerá. Ou o sistemático apoucamento do Papa Bento XVI pela "correcção" em vigor. Dêem-lhes corda e depois queixem-se.
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20.2.09
POLÍTICA A SÉRIO
20.1.09
A NAÇÃO REINVENTADA

«Let us now praise famous men and our fathers that begat us, as the New England hymn of my youth, based on Ecclesiacticus, most pointedly instructed us.»
Gore Vidal, Inventing a Nation
«I was brought around by his overall intelligence – specifically when he did his speech on race and religion. He’s our best demagogue since Huey Long or Martin Luther King.»
Vidal em Maio de 2008
21.11.08
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