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11.1.12

CORRENTE SOPORÍFERA


Também adormeci.

6.1.12

O GOSTO

«Os dez programas de televisão mais vistos em 2011 foram todos de futebol, com predomínio para os jogos da selecção nacional. A TVI liderou em novelas e "reality shows", mas a informação foi da RTP. A SIC conseguiu voltar ao segundo lugar e o conjunto dos canais do cabo estabeleceu-se como uma alternativa seguida por um quarto dos espectadores com acesso ao serviço de televisão por subscrição, praticamente já 70% do total do universo.»

Manuel Falcão, Jornal de Negócios

30.12.11

RENOVAÇÃO DA LÍNGUA DE PAU

Um "desejo" para o novo ano das televisões portuguesas consiste em que elas nos poupem a uma legião de comentadores onde todos dizem mais ou menos a mesma coisa, as mesmas banalidades, jornalistas ou não jornalistas. Ao menos renovem a língua de pau.

11.12.11

QUE VENHAM DA INTELIGÊNCIA

Praticamente deixei de ver televisão doméstica em casa. Prefiro canais como o Mezzo, o ARTE, os franceses e os que passam 24 horas de filmes ou outras tantas de séries. De "notícias", estou razoavelmente apetrechado. E de comentadores - praticamente os mesmos há anos seja lá qual for o canal onde debitam -, estou farto de chuva no molhado e de cretinice às postas. Por isso, e embora não tivesse assistido, parece que a aparição de Viriato Soromenho-Marques num programa da sicn foi uma espécie de bálsamo (opinião transmitida por vizinho amigo em cujas opiniões sobre o audiovisual confio). As televisões precisam de mais "Viriatos" e de menos frequentadores de lugares-comuns, independentemente de virem das esquerdas, das direitas ou do raio que os parta. Basta que venham da inteligência.

4.12.11

PANÓPTICO

Terminei este post com a certeza de que não seria a última vez que o Eduardo Cintra Torres aparecia reproduzido neste blogue. Hoje congratulo-me com o seu regresso à crítica televisiva no Correio da Manhã que, espero, mantenha o saudável propósito ali enunciado: «os independentes, ao contrário dos lambe-botas, dos intolerantes e dos medrosos, são imprevisíveis e têm tendência a querer dizer a verdade, mesmo que sofram as consequências disso.» Do artigo de estreia, pela oportunidade, extraio a reflexão sobre a TDT (televisão digital terrestre) já que me parece não haver muito "pensamento" em torno do tema como se de uma coisa exclusivamente técnica se tratasse. «A implantação da TDT serve a PT, a sua Meo e os outros operadores de cabo. Julgaram os generalistas que beneficiariam de a TDT só ter os seus quatro canais, mas enganaram-se, porque oito em dez lares nas zonas já sem TV analógico optaram por assinar cabo, pelo que diminuirá ainda mais a audiência dos generalistas. Falta saber quantos pobres ficarão sem analógico, cabo e TDT.»

20.11.11

A INFORMAÇÃO SEGUE DENTRO DE MOMENTOS

Parece esdrúxula qualquer "recomendação" para diminuir o espaço de informação nas televisões. Elas praticam-na diariamente. Quanto à tvi, só falta acrescentar ao post do Zé Mendonça da Cruz que Júlio Magalhães foi para intervalo... aos cinco (5) minutos.

26.10.11

OPINIÕES ADULTAS

Uma sociedade adulta é uma sociedade mais aberta e mais cosmopolita. Mas é, simultaneamente, uma sociedade mais exigente e mais crítica, ou seja, avessa a fórmulas mais ou menos disfarçadas de pensamento único. Aliás, sob a capa do pluralismo esconde-se demasiadas vezes o pensamento único malgrado as aparências comunicacionais contraditórias em razão de filiações partidárias. Não é por ser seu amigo há décadas, mas vejo com agrado que o José Medeiros Ferreira é, neste momento, um dos comentadores mais estimulantes dos que têm acesso às televisões. E nem sequer preciso estar sempre de acordo com ele ou vice-versa.

24.10.11

UMA SEMANA DE TELESPECTADOR EM PORTUGAL


«Esta semana fiz uma curiosa pesquisa: ver, em cada um dos três canais comerciais, quais os cinco programas mais vistos. Na RTP 1, o TOP 5 é preenchido com quatro programas de informação (três deles Telejornais) e um jogo de futebol. Na SIC, regista-se uma emissão do Peso Pesado, três programas de informação (todos Jornal da Noite) e um jogo de futebol. Na TVI, diversas emissões da casa dos Segredos ocupam quatro lugares do top 5 e a restante pertence a um Jornal das Oito. Se avaliarmos por tipologias os 20 programas mais vistos da semana encontramos sete reality shows (seis Casa dos Segredos e um Peso Pesado), 3 jogos de futebol, 7 programas de informação e três de ficção (novela Remédio Santo). A TVI continua a liderar com 25,8% de share médio durante a semana, seguida da SIC com 21,8% e da RTP 1 com 19,8%. O conjunto dos canais de cabo registou 26,8% de share, com a SIC Notícias, Hollywood, AXN, Sport TV e Disney a ocuparem os cinco primeiros lugares.»

Manuel Falcão, Lugares-Comuns

16.10.11

DE ACORDO

Com Estrela Serrano (às vezes acontece e parcialmente). «A presença dos actores políticos, estejam no governo ou na oposição, é assegurada através da cobertura jornalística das suas actividades públicas e em debates e entrevistas, sem necessidade de lhes serem atribuídos espaços próprios remunerados. Ter políticos “avençados” como comentadores não é muito saudável nem para a democracia nem para o jornalismo.» Apenas acrescento - e aí não acompanho E.S. - que no caso das televisões que não são subsidiadas pelos contribuintes, cada um contratualiza com quem e o que lhe aprouver.

Adenda: Por falar em televisões subsidiadas pelos contribuintes, a RTP, na parte "informação", neste fim de semana de folclore e cerveja à porta do parlamento, trouxe à memória a RTP do velho Lumiar de 1975, sobretudo naqueles dias trágico-cómicos de Novembro que terminaram com a substituição de um patético capitão Duran Clemente (que nos anunciava a "revolução" em directo) por um filme de Danny Kaye.

30.9.11

GALA, A OUTRA


«A RTP1 fez no domingo mais uma "gala". Chamou-se Amigos para Sempre. Foi mais ou menos assim: num ecrã gigante passavam bocadinhos, já vistos cinco mil vezes, de artistas e actores, dos anos 50 até ao passado recente; na sala, a plateia aplaudia os artistas nestes pedacinhos; um artista ou personalidade entrava em palco e recordava maravilhosos momentos e qualidades dos artistas ou actores mostrados no ecrã gigante; a plateia aplaudia a homenagem dos presentes aos passados; as intervenções eram entremeadas e interactivadas por duas grandes figuras da RTP actual, o apresentador de concursos e talk shows José Carlos Malato e a apresentadora de talk shows e concursos Sónia Araújo; cada um elogiava o outro; houve efusões de cloreto de sódio de uma ou outra lágrima furtiva. E assim começou e assim acabou a "gala". A "gala" intentava fazer a ponte das "novas gerações" para as antigas. Grupos de jovens na plateia, coitados, fizeram de cenário humano aplaudente. O programa exibiu a concepção de cultura vigente na RTP1. Só existe quem passou pela RTP, em programas ou em filmes canónicos dos anos dourados da comédia no tempo da ditadura. O mundo cultural, popular ou não, exterior a este paradigma cultural da RTP ficou oculto. A cultura RTP1 começa em João Villaret e acaba em Mariza. Tem os seus máximos expoentes nuns cinco segundos, de uma peça de teatro de hora e meia, em que Palmira Bastos diz que morre de pé, como as árvores, noutros tantos segundos de Villaret declamando/cantando "tocam os sinos na torre da igreja", Amália num fado, Ivone Silva num quadro de revista. Não vai mais longe do que onde chega a memória mais singela de qualquer pessoa que visse televisão nas últimas décadas. Sempre o mesmo modelo de cultura popular. Veio de Itália nos anos 60 para a RTP - e o modelo RAI vinga até hoje. Trouxe-o Luís Andrade, realizador que foi mais de uma vez director de Programas da RTP1, pai de Hugo Andrade, o actual director de Programas da RTP1, pai de Serenela Andrade, apresentadora da RTP, pai de Ricardo Andrade, responsável do canal RTP Memória, e irmão de Francisco Andrade, que foi também realizador da RTP. A "gala" convocou os jovens de hoje para uma evocação sem sentido, fora de contexto e sem qualquer substância, embrulhando-a num vazio absoluto, mais Malato do que Amélia Rey Colaço, mais Sónia Araújo do que Mário Viegas. Pelo palco do Tivoli passaram, como vultos, pessoas amáveis, uma ou outra comunicando em directo com o reino dos mortos congelados por trás de si no ecrã gigante. Eunice Muñoz, percebendo a natureza profunda da "gala", disse que em breve ela mesma juntar-se-á aos homenageados evocados a preto e branco. Ela sabe que haverá uma "gala". Um dos convocados a recordar os falecidos foi António Pedro Vasconcelos, cineasta e agora ex-comentador num desses programas de "serviço público" em que falam ou gritam adeptos de três dos clubes de futebol portugueses. Vasconcelos aproveitou o momento em que recordou Milu para defender a RTP contra "a privatização", a RTP que, disse, faz "galas" maravilhosas como aquela. Dias depois, o mesmo Vasconcelos anunciou que deixava o programa Trio de Ataque (RTPN), onde altos valores de "serviço público" ao seu clube o levaram a insultar o representante de outro clube, Rui Moreira, que abandonou de imediato e ao vivo o programa. Razões que adiantou para sair? Não quer que o acusem de defender o "tacho", agora que se prepara para uma cruzada nas ruas em defesa da RTP, EP, ameaçada de "privatização". Promete, se necessário, qual Martim Moniz, lançar as suas secas carnes e altura imensa para impedir que os mouros fechem o portão da RTP! Ora, antecipando-se ao Governo, que anunciou a privatização da concessão de um canal (e não da RTP), quem faz uns ameaços de fechar a RTP1 são as audiências. A "gala" em que Vasconcelos já anunciava o seu automartírio teve um share de 14,0%, num dia que foi para a RTP1 o segundo pior do ano. Em Setembro, a RTP1 está com a menor audiência do ano. O modelo Andrade & Andrade vai de "gala" em "gala" até ao dia em que terá mesmo um grande "galo".»

Eduardo Cintra Torres, Público

26.9.11

DOS GRAÚDOS AOS MAIS MIÚDOS


«Secret Story, jogos de futebol, as novelas Remédio Santo e Laços de Sangue, telejornais e a entrevista a Pedro Passos Coelho (28,3% de share, nono lugar da semana), ocuparam a lista dos dez programas mais visto, numa semana em que 80% dos portugueses seguiram nalgum momento emissões de televisão. No cabo a SIC Notícias continua sistematicamente o canal mais visto – os outros canais de informação estão longe – a RTP N vem em 8º lugar no top do cabo e a TVI 24 surge em 10º lugar. A seguir à SIC Notícias os mais vistos na semana passada foram AXN, Hollywood, Sport TV e Fox – os cinco magníficos do cabo que conquistam a atenção de mais portugueses – o sexto é o Panda, para os mais miúdos.»

Manuel Falcão, Lugares-Comuns

20.7.11

"CONCEITO DE QUALIDADE"


Estava a ler ao almoço o livrinho de Eduardo Cintra Torres, A Televisão e o Serviço Público. Deparei-me com uma frase. «O conceito de qualidade, em relação à TV, cria um bloqueio intelectual aos autores e comentadores das elites cultas, que tendem a confundir qualidade com o (seu) gosto.» Por exemplo, ainda não vi nenhum comentador "das elites cultas" (se calhar por distracção minha, porque não vivo agarrado ao ecrã, e alguém poderá ter intervalado o "financês" - a lingua franca em vigor - com o tema) "comentar" o chamado affair Murdoch e o que ele revela de instintualmente repugnante em qualquer parte do mundo, civilizado ou não. Mas não devemos interferir no conceito de qualidade (mesmo quando ele é "impreciso") de cada um.

15.7.11

VOCÊ NA TV

«A presença enorme de comentadores partidários na TV deriva em parte da debilidade da sociedade civil e da opinião pública. Não se criaram alternativas fortes no comentário, como noutros países. Além dos políticos encartados, os comentadores costumam vir de três áreas. Primeiro, os especialistas, como os de economia, que têm ocupado os canais desde que a crise se aproximou da catástrofe; na maioria, têm inculcado evidências que não eram vividas (o país é deficitário, etc.), mas também os pontos de vista do sistema financeiro português. Alguns defendiam a opção deficitária do anterior governo, só tendo mudado à última hora. Apesar disso, continuam a perorar nos ecrãs como grandes sábios desse mundo para iniciados que supostamente é a economia. Segundo, os jornalistas. Deveria haver mais jornalistas especializados no comentário, mantendo uma razoável independência, que lhes permita acrescentar perspectivas de entendimento da realidade pelos espectadores. Infelizmente, a televisão tem poucos jornalistas comentadores com credibilidade, insistindo em alguns que parecem demasiado dependentes de opiniões de partidos ou lobbies. Ora, para isso já existem os comentadores militantes e alguns dos especialistas em economia. Terceiro, os académicos. A sua profissão é dominar instrumentos de análise para depois se debruçarem sobre a realidade, distanciando-se dela, o que os coloca numa posição de vantagem para revelar o invisível às pessoas sem essa formação. Acontece que alguns dos nossos académicos comentadores, em especial os agora chamados politólogos, têm receio de se comprometer com opiniões, o que torna as suas intervenções em grande medida inúteis. Os académicos, no seu trabalho académicos, devem manter essa distância, mas no espaço público mediático espera-se que exprimam opiniões. Outros banalizam a sua presença, banalizando também o que dizem. Há excepções, mas raramente as televisões os destacam. Preferem os que se enquadram no sistema de opinião hegemónica acima descrito.»

Eduardo Cintra Torres, Público

15.6.11

CONTRA AS BUCÓLICAS


Passadas as fúrias do "facciosismo" eleitoral e comunicacional (do lado de lá do ecrã e do lado de cá, do espectador comprometido), o programa Prova dos 9 da tvi24, moderado por Constança Cunha e Sá - com Santana Lopes, Medeiros Ferreira e um Fernando Rosas cabotinizado do alto dos seus pequeninos 5% de Bloco - poderá tornar-se no mais conseguido espaço de debate político televisivo para os próximos tempos. E derrubar, não tanto em audiências (e que importa esta treta?) quanto em matéria-prima para meditar e em vivacidade perspicaz (mesmo na sua cabotinice contumaz, Rosas, por vezes, vai lá), a anacrónica "quadratura" da sicn. Esta já cansa. Por demasiado sistémica e por estar irreversivelmente contaminada pelo chamado "pensamento que calcula" em torno de si mesmo. Vem tudo nos antigos e no Heidegger que os leu, seguramente, com a maior das atenções.

12.6.11

MANUAL DE PROCEDIMENTOS

Temos de agradecer às televisões - e, antes destas, ao fim de semana "prolongado" - andarem dias seguidos a "explicar" como é que se assalta, com um módico de sofisticação e sem caterpilars, caixas multibanco. A parte do conselho da mãozinha à frente do código secreto é quase risível perante a minuciosa descrição do modus operandi dos bandidos recentemente apanhados.

7.6.11

DE UM REGIME PARA OUTRO



«A maioria dos comentadores não diz nada que um português com a antiga quarta classe não conseguisse dizer.»

Ana Cristina Leonardo, Meditação na Pastelaria


«Jornalistas» que fingem que não gostavam de ser políticos, perderam.»

«O travesti de jornalismo é uma coisa muito engraçada.»

José Mendonça da Cruz, Corta-Fitas

22.4.11

NÓS, IDIOTAS, OS QUE VEMOS TELEVISÃO


«A televisão, generalista e temática, anda toda a ouvir demasiada e freneticamente, os mesmos de sempre. Políticos. Deputados. Sindicalistas. Patrões. Economistas. Alguns parece percorrerem diariamente o “triângulo dourado” Carnaxide-Queluz-Chelas, participando no jogo das cadeiras dos estúdios de informação. Andam a substituir o governo numa acção de que este foge a sete pés: inculcar no povo a realidade da crise. Ora, a existência de uma situação excepcional convida a que as televisões abram os seus inquéritos informativos a um maior número de pessoas, ultrapassando os conhecidos do costume. Há algumas pessoas interessantes nos partidinhos que podem originar pequenas entrevistas, sem necessidade dos debates patéticos como houve no passado. Vivendo os canais tanto de cabeças falantes nos ecrãs, sempre era maneira de variar (...) Como ganham de acordo com a audiência, os canais saem para intervalo quando pensam que as fugas de espectadores para os canais ao lado os prejudicarão menos. Nas última semanas, os dois canais privados disputam qual interrompe primeiro o noticiário das 20h00. Esta semana, a SIC ou a TVI já fizeram cinco vezes o intervalo às 20h09. Nunca tal se vira na TV generalista» (Eduardo Cintra Torres, Público). Idiotas somos nós que as vemos.

5.4.11

POR QUE DEVE SER EVITADA A INFERNAL TUDOLOGIA TELEVISIVA


«Por causa da multiplicação de “clichés, stock phrases, adherence to conventional, standardized codes of expression and conduct [that] have the socially recognized function of protecting us against reality, that is, against the claim on our thinking attention that all events and facts make by virtue of their existence.”

Hannah Arendt, The Life of the Mind, Part One: Thinking, NY, Harcourt Brace, 1978, pp. 4, 177»

O

30.3.11

VOCÊ NA TV DA CRISE


As televisões - sobretudo as ditas "noticiosas" - decidiram brindar os espectadores com verdadeiras torrentes de comentadores. Ainda as cadeiras não esfriaram e já lá estão sentados os comentadores que se seguem e assim sucessivamente. Se há bola (e há bola todos os dias), "intervalam" com os da bola para de imediato entrar nova dose. Com a "crise", a avalanche comentadeira adensou-se. Esta frivolização da opinião que se publica e que fala, ainda nem sequer começaram oficialmente as hostilidades eleitorais, é má. Má para quem a pratica e péssima para quem vê e ouve. Daqui a uns dias, ninguém os pode ver e ouvir. Se repararmos com atenção, os escolhidos são invariavelmente daquilo a que agora deram em apelidar de "arco da governação", mesmo com poucas excepções provenientes da "zona libertada" desse "arco" (no caso do PS, Carrilho e Medeiros Ferreira; do PSD, Morais Sarmento). O PC, salvo através de Octávio Teixeira com muitas intermitências, é notoriamente excluído em prol de uma qualquer luminária menor e fashion do Bloco. O CDS aparece de quando em quando pela voz do "independente" Bagão Félix (Lobo Xavier já faz parte do registo "língua de pau" por diversos motivos e apesar das suas qualidades). E o PS socrático está quase sempre bem representado quer pelo edil Costa, quer por Assis, quer por umas criaturinhas deputadas do sexo feminino e por alguns adversários partidários que acabam a "jogar" o jogo socrático, por acção e por omissão. Para recorrer ao termo do filósofo Gil, estão todos devidamente "inscritos" num jargão nada adversariante e irritantemente regimental. O referido "arco da governação" é, assim, o "arco da televisão" e vice-versa. Por exemplo, a tvi24 promove hoje um "debate" estilo Fatinha Campos Ferreira com "painéis" onde entram todos os seus comentadores oficiais e oficiosos. Parece que toda a gente aspira a imitar a estafada "quadratura do círculo" quando forem grandes. É ruído a mais, e que me desculpem os participantes que são meus amigos e que prezo. Para usar uma expressão do livro da foto (a que recorrerei muitas vezes nos próximos tempos), eles sentem-se bem «com o mundo vulgar do compromisso humano» e apreciam atirar-se «para a corrente das coisas». Bom proveito.