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5.4.09

DO RESSENTIMENTO

Na imagem estão três militares. Ramalho Eanes, Jaime Neves e Vasco Lourenço, respectivamente e à época Chefe do Estado Maior do Exército, comandante do Regimento de Comandos da Amadora e Governador Militar da Região de Lisboa. Nunca tive pachorra para Vasco Lourenço, alguém desde sempre instrumentalizado pelo PS. De Eanes sou amigo. Quanto a Jaime Neves, homem de enorme coragem física como Eanes, recordo que não tergiversou no momento decisivo do "25 de Novembro" quando foi preciso acabar com o circo da então "Polícia Militar" de que era segundo-comandante o maravilhoso e "progressista" Major Tomé, ex-oficial da guerra colonial onde obteve uma "cruz de guerra" e ex-ajudante de campo de Kaúlza de Arriaga. Neves entretanto imaginou que podia ir mais além do que devia. Perdeu-se nas brumas do ressentimento e do populismo fácil. Se Cavaco concordar - e após vinte anos na reserva - deverá, por proposta unânime das chefias militares e o apoio do pequeno Severiano Teixeira, ser graduado em major-general, o correspondente à antiga patente de brigadeiro. Nada, pois, a opor. Lourenço, porém, já protestou com transportes do estilo "falta de bom senso e de decoro" e com o "ir contra todas as regras" (quais? as da "associação" dele?). Lourenço talvez não saiba mas é apenas uma outra forma de ressentimento. Fica-lhe mal.

31.10.08

OS MILITARES E O REGIME

Medeiros Ferreira, no famoso "congresso de Aveiro", "previu" que o regime do Estado Novo cairia às mãos da tropa. Caiu. Em 1976, quando foi eleito livremente como primeiro Presidente deste regime, Ramalho Eanes acumulava um poder extraordinário para os "parâmetros" ocidentais onde começávamos a dar os primeiros passos. Presidia ao país, à tropa e ao "conselho da revolução". A nova nomenclatura não descansou enquanto não varreu os militares do poder de decisão. Soares e Balsemão "combinaram" uma revisão constitucional ad hominem e, pelo caminho, extinguiu-se o conselho militar revolucionário. No princípio dos anos noventa, Cavaco e Fernando Nogueira deram início ao processo de extinção "cívica" e política das Forças Armadas. Daí para diante, a obsessão com a "sociedade civil" por contraposição a tudo (função pública, em geral, incluída) determinou o apoucamento do "estatuto militar". A machadada decisiva deu-se com o fim do serviço militar obrigatório "afastando" ainda mais a corporação - e, por consequência, a compreensão do seu simbolismo - da "sociedade". O dr. Portas, autor da "obra" e uma pessoa sempre tão disponível para a demagogia patrioteira, cedeu à facilidade. A "profissionalização" transformou-se num mero pretexto para ornamentar missões internacionais e ganhar uns dinheiros extra. Este regime tratou mal os militares e os seus símbolos que, quase sempre, coincidem com os nacionais. O governo de Sócrates, enfatuado com o seu "reformismo" histérico, pretende equiparar a "condição" militar a outras de serviço público como se a tropa fosse fandanga ou mais um bando de "mangas de alpaca". Sem armas funcionais, sem carros de combate que se mexam, sem quartéis e, sobretudo, desprovidos da relação com a "sociedade civil" a que a guerra obrigava, os militares podem hoje pouco. Lamento-o porque ainda pertenço a uma espécie em vias de extinção que respeita as Forças Armadas. Ou, pelo menos, a "ideia" delas. Por isso, e fora uns encontros patéticos entre "associações" de militares, seguidos ou não de jantares e de passeatas, não virá mal ao regime por parte do pessoal fardado. Quem lhe faz verdadeiramente mal são os donos dele.

Adenda de 1 de Novembro: «A política de Sócrates de equiparar a Defesa à Saúde ou à Educação é a última humilhação para um oficial - a negação da sua moral e do seu valor. Loureiro dos Santos não falou por falar.» (Vasco Pulido Valente no Público)

20.3.07

EUROPA: ENTRE A GLOBALIZAÇÃO E GEOPOLÍTICA


Logo, pelas 18h30, o general António Ramalho Eanes profere uma palestra intitulada "Europa: entre a globalização e geoestratégia", na Sala de Exposições da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Quando a política portuguesa atravessa um momento de não-pensamento - tão bem representado pelo deserto socrático, pela "feira do Relógio" da direita e pela preocupante desautorização das chefias militares às mãos de um "académico"- vale a pena escutar um homem da democracia, com biografia, que não se vergou à correcção política.