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16.10.11

À FRANCESA


François Hollande defrontará Sarkozy nas presidenciais francesas do próximo ano. Isto após um interessante processo de escolha do candidato que passou do partido (o PSF) para a sociedade. Repito. Não se perdia nada em fazer umas "primárias" por cá uma vez passada a fase dos "candidatos naturais" à esquerda e à direita. Marcelo - que este domingo da decisão das "primárias" francesas esteve muito preciso e certeiro na análise da vida doméstica - não perdia nada em ser o primeiro em sugerir um processo semelhante para as próximas presidenciais.

16.5.11

PORTAS LARGAS

Por cá, aparentemente prosseguem os

15.5.11

PREPARAÇÃO E FARSA

Disse a Passos Coelho, em São Pedro de Sintra, que tem a obrigação política - e até moral - de derrubar Sócrates. Tantos anos de "preparação" deste Sócrates - deputado, secretário de Estado, ministro, 1º ministro - e entre ele e os portugueses estão, à cabeça, 78 mil milhões de euros pedidos emprestados à conta de tamanha "preparação". Tantos anos de "preparação" deste Sócrates e entre ele e os portugueses está um partido e uma estratégica comunicacional que vivem de amedrontar e de mistificar. Sim, Passos não estará preparado para tudo. Sobretudo nunca deve estar preparado para se exibir como um perigoso farsante.


Adenda (do leitor Barroca Monteiro): «O país prepara-se para o duelo de 5 de Junho, sujeito mais ao Acordo com o FMI (34 páginas) do que a qualquer Programa Eleitoral (70 páginas, no PS) – a sintomática verborreia lusitana por escrito. Incapaz da caridade de um antigo PR para com Sócrates (Eanes), depois de um Barroso que se pira para Bruxelas seguido de um Santana de circunstância, faltava-nos um PM a lembrar-me um tipo de comerciantes que duas décadas atrás vendiam aos sábados as suas mercadorias junto ao Casão Militar na Feira da Ladra – os vendedores de banha da cobra. Ouvi-lo na AR, vê-lo em público quase diariamente em acção/campanha, lembra-me a observação de um coronel professor universitário de Sociologia: que tempo lhe resta para governar (pensar)?»

17.2.11

NÃO TÊM VERGONHA?

A forma "esperta" como o governo "resolveu" retroactivamente o não cumprimento cabal do princípio do sufrágio universal nas últimas eleições presidenciais, ocorreu através da extinção do número de eleitor. Pelo caminho, o PR correu o risco jurídico de não poder tomar posse e apenas se "extinguiram" dois directores-gerais. Ficou o ministro e uma patética cacique partidária (que já foi governadora civil e vereadora do comentador Costa) que é sua secretária de Estado. Não têm vergonha?

Duas notas no facebook:

«Se alguém estiver a ver a quadratura do círculo a partir de Marte e escutar o edil Costa, imaginará seguramente um grande doutrinador político-económico quando, afinal, não passa de um pequeno powerpoint ambulante sedeado algures entre o Rato e o Intendente.
»

«
"Estilo sóbrio do ministro Rui Pereira", "resiliência" do dito e mais tolices deste jaez diz Costa, comentador e edil, na sicn. Em breve inaugurará uma estátua ao dito Pereira algures entre o Rato e o Intendente. E é nisto que alguns pensam para suceder a Sócrates.
»



27.1.11

OS MORTOS SÃO A ARMA DO VOTO


«O Correio da Manhã é um grande desmancha-prazeres. Andavam já por aí uns tantos crânios de caneta em punho a dissertar sobre os altíssimos valores da abstenção e eis que o jornal revela que, afinal, há um milhão e duzentos e cinquenta mil mortos e emigrantes nos cadernos eleitorais. Feitas as contas, a abstenção nas eleições de domingo andou por volta dos 46 por cento, um valor perfeitamente razoável nos tempos que correm. Ainda por cima, por obra e graça do Governo do senhor engenheiro relativo, milhares e milhares de indígenas foram impedidos de votar nestas presidenciais. Algo normal num País indigente e falido que adora fazer figura de rico e desenvolvido. Pois é, queridos intelectuais, analistas e comentadores. Que grande maçada. Maldita realidade.»


25.1.11

POBRES ESQUIZOFRÉNICOS


Quem aterrasse em Portugal nas últimas 48 horas e visse as televisões, ouvisse as rádios e lesse os jornais poderia pensar que Cavaco Silva não foi reeleito Presidente da República. Pobres esquizofrénicos, estes opinion makers sorteados na farinha Amparo.

SOARES, O MAGNÂNIMO


O fim do silêncio de Mário Soares acerca das presidenciais ou de como mais valia ter continuado silencioso. Também ele - logo ele cuja "magnanimidade" para com os adversários e inimigos é bem conhecida quando é preciso "ir à luta" - fala de um Cavaco rancoroso no momento da vitória. Mas, com o devido respeito, aquilo não era nem o local nem o momento para retóricas institucionais ou para bravatas salvíficas da pátria. O PR tem já daqui a um mês e meio, no discurso da tomada de posse na "casa da democracia" de que o dr. Soares tanto gosta, ocasião para explicar ao que vem no contexto actual do país. É só prestar atenção.

24.1.11

O "FENÓMENO DO ENTRONCAMENTO"


Nestas eleições houve um "fenómeno" que provocou delírios em pessoas aparentemente circunspectas e que costumam exibir uma coisa parecida com uma cabeça em cima dos ombros. Alguns comentadores e jornalistas forneceram o indispensável gás ao "fenómeno" da mesma forma que o fariam a um mini-tornado ou a uma abóbora gigante. Ainda hoje não conseguiram serenar. O "fenómeno" chama-se Coelho e é da Madeira. Alcançou quase 190 mil votos. É um sintoma de que há qualquer coisa de profundamente idiótico, mesmo na vertente apalhaçada, na sociedade portuguesa. O homem acabará fatalmente capturado pelo "sistema" como um vulgar concorrente do Big Brother. E, à semelhança deles, desaparecerá.

CAVACO E OS FARISEUS

Vi e ouvi alguns comentadores a criticarem Cavaco por não ter sido "magnânimo" no discurso de vitória. O exilado e ex-campeão nacional virtual da luta contra a corrupção (em Londres, no BERD), João Cravinho, chegou mesmo a falar em ressabiamento. Estes fariseus, na sua maioria agnósticos e ateus, esquecem-se que Deus nos manda ser bons mas jamais parvos. Também fizeram ampla menção de que o PR "perdeu" 500 mil votos em relação a 2006. Sucede que esses 500 mil votos não alteraram o resultado final: Cavaco ganhou absolutamente como ganharia se tivesse apenas um voto a mais. Já os mesmos 500 mil a menos fizeram muito diferença nas legislativas de 2009. Foi a diferença entre uma maioria absoluta no parlamento e isto que agora temos.

Adenda: Depois há "casos" como este, de pura canalhice, de quem não esqueceu nem aprendeu coisa alguma. No fundo, de quem nunca foi democrata alimentando-se da democracia.
Adenda: Filipe Nunes Vicente veio, num comentário, chamar a atenção para o que terá dito o "meu" bispo Torgal, o das forças armadas. Esclareço que para mim, católico, apostólico, romano, parte da igreja portuguesa (a que inclui esse bispo e D. José Policarpo, por exemplo) não representa a Igreja (comunidade de leigos e de eclesiásticos) portuguesa. São meros opinadores que, por coincidência, foram ordenados e mandam de acordo com uma determinada hierarquia. Podiam perfeitamente ser canalizadores ou bibliotecários. Aliás, basta atentar em quem se louva na opinião dele.

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR

A vitória de Cavaco nos Açores foi particularmente saborosa (aliás, venceu em todos os distritos do país). Aquela caricata figura cesarista devia ter vindo a público pelo menos para se solidarizar com Alegre. Repelente carácter, de facto. Pena que Medeiros Ferreira, nesta matéria, também pertença ao clã anestesista e não aponte a César o que é de César.

23.1.11

OS QUE NÃO CRESCEM

Apesar do barulho à volta, no CCB, consegui perceber qualquer coisa do que estavam a dizer Manuel Maria Carrilho e Pedro Santana Lopes na tvi. Enquanto o primeiro sublinhava a pesada derrota de Manuel Alegre, Santana Lopes parecia mais interessado em apoucar a vitória de Cavaco à semelhança destes incansáveis serventuários (e como a D. São Almeida, do Público, estava agora a fazer na tvi24, manifestamente anacrónica e tola pois dá ideia que não passou dos idos de 70 em que a moda era somar o não somável das esquerdas: a miséria da votação em Alegre não lhe ensinou nada?). A política dá muitas voltas mas, por este andar, Lopes dificilmente chegará às "primárias" da "direita" daqui a cinco anos ou, então, quer lá chegar como o Manuel Alegre delas. Como me dizia Pedro Roseta, às vezes parece que não cresceu.

NOITE DOS POLTRÕES

Os anestesistas já estão em funções na sicn através de Adelino Maltez e do famoso historiador mundial Costa Pinto. É um teaser para os que virão a seguir neste e noutros canais. Será que alguns vão "reparar" ou, sequer, mencionar o episódio do cartãozinho?

O C.U. DE ANTÓNIO COSTA

O "cartão único", uma invenção desse soba comentadeiro que dá pelo nome de António Costa, está a provocar coisas como as que conta o leitor Manoel Barbosa:

«Porque o seu blog é bastante lido, talvez esteja interessado (obviamente depois de se informar convenientemente), em alertar as pessoas para o facto de muitos eleitores não poderem votar, dadas as alterações de números, e, se "recambiadas" para informação sms, telefone ou internet, não lhes estar a ser facultada qualquer informação !... Hoje, à minha frente, e porque "recambiadas" pela mesa identificadora dos eleitores, três pessoas desistiram. Dada a profusão de canalhices, nada nem ninguém me impede de presumir que pode tratar-se de um entrave para aumentar a abstenção...»

Pacheco Pereira - que logo lá deve estar a doutrinar a pátria ao lado daquele cacique autor político do "cartão único" quando era ministro de Sócrates com cem pastas -, bem que o podia confrontar com as suas próprias dúvidas em vez de andar tão preocupado com petições que ele apelida de "populistas".

Adenda: Miserável é o mínimo com que se pode classificar a prestação de Nuno Godinho de Matos, da CNE. Tudo digno de um país latino-americano ou de uma ditadura africana mais primitiva e rasca. Um país onde o 1º ministro, porém, vai votar de carro eléctrico.

ISTO AQUI

Os boicotes eleitorais que as televisões têm noticiado não são tão graves (na sua maioria, meramente risíveis) como o "boicote" do sr. porta-voz da CNE que acha a abstenção um comportamento eleitoral "normal". É evidente que as pessoas têm o direito a deixar a decisão democrática para os outros e ir tratar das suas vidinhas. Mas um tipo que foi deputado reformador em 1979 - o dito da CNE, Nuno Godinho de Matos, agora ilustre causídico em processos mediáticos - tinha a estrita obrigação de ser um bocadinho melhor do que um frequentador de café na Buraca, legitimamente e em abstracto "revoltado" com o mundo visto justamente a partir da Buraca. Por volta do meio-dia, para alegria dos poltrões que logo vão aparecer nas televisões a dar razão a si próprios, a abstenção rondava os 86%. Até os tunisinos conseguem ser mais "ocidentalizados" do que isto aqui.

22.1.11

VOTAR CONTRA OS NOVOS ANESTESISTAS

Ao arrepio dos desejos do "clube dos amigos da abstenção", solenemente representado por muitos jornalistas e comentadores (hoje também é dia de "reflectir" sobre esta gente), parece que os "tempos de antena" (não assisti a um) foram vistos. Escreve Cintra Torres no Público que «os tempos de antena das 19h00 entre 9 e 19 de Janeiro nos três canais reuniram em conjunto entre 1,6 milhões e dois milhões de espectadores (de 17,2% a 21,3% de rating) e, «assim considerados, os tempos de antena foram sempre o programa mais visto do dia.» Mais. «Considerando ainda as audiências dos noticiários, sempre no top diário dos generalistas, todos com um segmento diário importante dedicado à campanha, pode dizer-se que milhões de espectadores contactaram com a campanha eleitoral pela televisão. O contacto com a política estende-se aos outros media, como a rádio, a imprensa e a internet. Deste modo, são exagerados os comentários de diversos comentadores sobre o desinteresse dos eleitores. Podem abster-se, mas acompanham.» Votar é simultaneamente um direito e um dever. Mas nunca ocorreu a esses comentadores recordar publicamente a evidência porque a "agenda" deles não passa pelo "povo" sempre mais adulto do que eles. O "espírito" da defunta "5ª Divisão" do defunto MFA, conforme lembrou a Helena Matos, passou para esta casta dita democrática que bota sentença diária. No fundo, estes são os novos anestesistas com vocação para clínicos gerais em regime de dedicação exclusiva. Votar amanhã é, também, derrotar o "espírito" anti-democrático destes "donos" da opinião nacional.

OS ESTADOS DE ALMA E A REALIDADE

Para não ferir a lei, digamos que regressei do final da campanha do candidato Y a tempo de olhar para a televisão antes da fatal meia-noite. Estava ligada na tvi24 e falava a Constança Cunha e Sá. Do que pude ver nestas últimas semanas, poucos foram os jornalistas e comentadores que não apareceram a, directa ou indirectamente, apelar à abstenção. Munidos do respectivo frasquinho de veneno (consoante fosse maior ou menor o ódio ao candidato Y e a natureza dele: política, pessoal ou de classe, a mais vulgar à "esquerda"), esses jornalistas e comentadores limitaram-se, nas palavras de um leitor, a transformar os seus estados de alma em "realidade" uma vez que as campanhas são feitas para os eleitores ou para certos grupos de eleitores, mas certamente não são feitas para as masturbações elocutórias do comentarismo publicável. Na mesma tvi24, o resumo a que assisti da prestação de dois comentadores residentes que estimo (Santana Lopes e M. M. Carrilho), acabava justamente por se tornar em mais um acto sofisticado de defesa da abstenção do que uma "reflexão" acerca da campanha, sempre com o candidato Y na mira "técnica". É neste contexto de infelicidades que o trabalho diário executado por Constança Cunha e Sá merece louvor. Bem como o artigo que passo a citar, substituindo o nome dos candidatos pelas letras X e Y para ninguém se queixar à CNE.

«Enquanto as sondagens variam entre os mais improváveis resultados, multiplicam-se as almas que apelam à abstenção nas eleições presidenciais. Porque os candidatos não prestam; porque a campanha foi pobre, caricata e falha de ideias; porque o papel do Presidente é irrelevante; porque o regime tem os dias contados – embora se possa dizer que há anos que nos anunciam que o regime tem os dias contados; porque, enfim, qualquer pretexto serve para se exibir uma hipotética superioridade intelectual. Dando de barato que o dia-a-dia desta campanha não foi propriamente dos mais recomendáveis e que ouvir candidatos a sugerir que podem levar um tiro na cabeça ou que a democracia – essa frágil violeta adquirida à custa de muitos sacrifícios e lágrimas – está em perigo, a um passo de ser "mutilada" pela tenebrosa direita, não convida a grandes entusiasmos, convém perceber que, tendo em conta os anos que nos esperam, o próximo Presidente da República não será propriamente "o verbo de encher" em que o querem transformar. Não só as circunstâncias exigem um mandato mais activo, como as dificuldades com que se depara o país fazem com que Belém se transforme num centro decisivo de influência e poder. Sem ir ao ponto de antever um "novo ciclo" – uma antecipação recorrente que dá invariavelmente em nada – limito-me a registar um pequeno pormenor que, para uns tantos, parece ser irrelevante: em plena crise económica, financeira, social e política não é indiferente ter X ou Y na Presidência da República. Aparentemente, esta singular evidência não tem sido fácil de engolir. Principalmente, pela direita, como não podia deixar de ser. Mais do que ser detestado pela esquerda, Y é tolerado pela direita. Uma direita que sempre o viu como um intruso, que não lhe perdoa as origens, que se envergonha do seu "provincianismo" e da sua proverbial "falta de cultura". A direita ou, para ser mais precisa, uma certa direita, que na sua insignificância tem como grande ambição ser reconhecida pela esquerda, faz questão de manter as distâncias em relação a um candidato que, mesmo sem o seu voto, foi o único que lhe deu duas maiorias absolutas e a Presidência da República. Três vitórias que esta gente, coitada, nunca conseguiu compreender.»

REFLEXÕES

«O chamado "dia de reflexão" antes da realização de qualquer acto eleitoral não pode ser entendido como um convite a uma espécie de luto espiritual, qual sexta-feira santa em termos cívicos. É impossível evacuar por decreto toda a carga da agenda política em vigor. Vamos então aproveitar este sábado para reflectir sobre algumas características das campanhas presidenciais. Em primeiro lugar, são campanhas essencialmente personalizadas, sem programa, assentes no carácter e demais qualidades do pretendente a titular de um órgão de soberania uni-pessoal, eleito por voto livre, universal e directo dos cidadãos desde há 35 anos. A estabilidade deste órgão de soberania atesta a bondade do processo: todos os presidentes assim eleitos cumpriram os seus mandatos, contrariamente aos presidentes da República eleitos pelo Congresso. Basta recordar que só António José de Almeida o completou para se perceber o mérito da eleição directa do PR. Não é só uma questão de competências, é também uma questão de independência do jogo parlamentar. Em segundo lugar, as eleições presidenciais são tratadas com filtros diversos pelos partidos. Já serviram por vezes para uma espécie de "Adeus português" aos candidatos. Se por um lado estas eleições servem aos candidatos para se emanciparem dos seus partidos de origem, por outro também permitem aos partidos desembaraçarem-se de certos líderes e reorganizarem-se à volta de outras hierarquias e de outros grupos de interesse. Em terceiro lugar, com a excepção da eleição de 1976, as campanhas presidenciais desenrolam-se em pleno Inverno, o que não deixa de ter as suas consequências, nomeadamente na mobilização que provocam, e no possível estímulo climático à abstenção. Acresce que a própria quadra natalícia interrompe o ritmo político da campanha, introduz as institucionais mensagens de Natal e de Ano Novo, que podem confundir os planos e os discursos. Mais, vistas as imagens do estrangeiro, hão-de pensar que Portugal é um país de sobretudos e cachecóis… Ora este mau calendário das presidenciais deveria ser corrigido pelo próximo PR, já que é este que marca o dia das eleições para o cargo. Porque não experimentar um período mais primaveril? Por exemplo, o feriado do 25 de Abril. Seria uma maneira de assegurar maior aquecimento nas campanhas, além de mudar a forma de comemoração da data de cinco em cinco anos.»

José Medeiros Ferreira, CM

21.1.11

A "VITÓRIA DA CIDADANIA"

O mais supreendente (ou talvez não) nas sondagens todas é o somatório dos pseudo-candidatos a Belém, do mais profissionalizado (Lopes) ao ridículo Coelho que tantos suspiros provoca em pessoas que tomava por inteligentes ou quase (Raúl Vaz, comentador da antena 1, por exemplo, até falava nas suas "propostas", sic). Dizem que é uma "vitória da cidadania", sobretudo aquele absurdo Nobre que imagina ter uma cabeça onde alguém poderia dar um tiro. Ao ponto a que chegámos, até eu, que sou presidencialista, começo a inclinar-me para a vantagem de mandatos presidenciais únicos mais alargados (7 anos) a manter-se a actual constituição. Aliás, é curioso (e triste) ler comentadores como Vasco Pulido Valente que, depois de terem contribuído para a elaboração de tantos discursos presidenciais quando o PR tinha competências directas sobre o governo - antes da revisão ad hominem de 1982/83 - vêm agora falar em "poderes ditatoriais". Então VPV já está esquecido dos tempos em que (tantas vezes bem) Eanes não poupava os governos nos discursos do 25 de Abril que ele ajudou a escrever entre 1976 e 1978? Por que é que o governo não pode ter dupla dependência política, da AR e do PR, sendo ambos órgãos de eleição directa e universal? Enfim, felizmente isto está a acabar. Julgo que, apesar de tudo, os eleitores percebem que apenas um candidato se candidata seriamente ao cargo que já ocupa. A "vitória da cidadania" é só e exclusivamente votar nele.

20.1.11

MITOMANIA

Criou-se o mito, nesta campanha (em parte real mas isso decorre da bovinidade geral em vigor), da pior das campanhas destes 36 anos. Mas alguém se lembra da campanha presidencial de 2001 onde Sampaio foi reeleito? Foi assim tão gloriosa e "temática"? Puxem lá pelo bestunto.