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6.11.11

WAGNER/SINOPOLI



Richard Wagner: Os Mestres Cantores de Nuremberga - Abertura. Staatskapelle Dresden. Giuseppe Sinopoli. 1998, Tokyo (do leitor Joaquim Costa)

5.11.11

O PRINCÍPIO DO FIM



Prossegue esta tarde, a partir das 16 horas, na Gulbenkian, a saga dos Nibelungos transmitida directamente do Met de Nova Iorque. Depois de O Ouro do Reno e de A Valquíria, Siegfried, a terceira jornada do Anel do Nibelungo de Wagner fornece cerca de cinco horas de espectáculo. Siegfried é o herói forjado no amor incestuoso de Siegmund e Siegfried, aquele que vai despertar a valquíria adormecida e protegida pelas chamas a quem Wotan retirou todos os poderes no final da jornada anterior. Siegfried é um estarola frívolo que só é herói graças à espada Notung e à vigilância dos deuses. Os verdadeiros "heróis" desta terceira jornada são Wotan/ o Viajante, o ressentido Alberich e Brühnhilde, a valquíria que, coitada, vai experimentar os equívocos do amor. Erde regressa do seu sono eterno para, com Wotan, o viajante, discutirem o crepúsculo dos deuses que se vai seguir uma vez quebrada a lança protectora do deus pelo rapazola Siegfried. Está tudo resumido nessa quebra voluntária da lança por parte de Wotan. É o princípio do fim.

21.8.11

EQUILÍBRIO



A água do mar - como é próprio da natureza que é sábia - fica mais quente depois da tempestade ou da sua ameaça. Do sol passa-se, sem dar por isso, de novo à tempestade ou à sua ameaça. Talvez haja um equílibrio misterioso nisto tudo. Como na música de Wagner ouvida no carro.

Clip: Wagner, Rienzi (abertura) London Philharmonic Orchestra. Klaus Tennstedt.

6.8.11

O CREPÚSCULO DOS DEUSES




Na versão de Simon Rattle para o Festival d'Aix-en-Provence, passa às 19.30 no canal Mezzo. Ben Heppner (Siegfried), Gerd Grochowski (Gunther), Mikhail Petrenko (Hagen), Dale Duesing (Alberich), Katarina Dalayman (Brünnhilde), Emma Vetter (Gutrune), Anne Sofie von Otter (Waltraute), Maria Radner (Norn 1), Lilli Paasikivi (Norn 2), Miranda Keys (Norn 3), Anna Siminska (Woglinde), Eva Vogel (Wellgunde), Maria Radner (Flosshilde). Rundfunkchor Berlin, Berliner Philharmoniker. Encenação de Stéphane Braunschweig. Brünnhilde - aqui interpretada pela excelente Dalayman que vi no papel titular de A Valquíria na Ópera da Bastilha -, no Crepúsculo, afirma que toda a gente a traiu. O "saber" que Wotan - o pai, o deus fundador e final - lhe havia outorgado, não serviu de nada num mundo de ganância, de estupidez, de egoísmo e de sofrimento. A sua entrega às chamas devoradoras dos deuses em queda é eloquentemente simbólica depois do assassinato de Siegfried. Tal como a devolução do ouro ao Reno com que termina a longa narrativa do Anel. Afinal, dos acordes finais do Crepúsculo, e já sem deuses ou homens, em plena apoteose vazia, emerge uma esperança - a esperança da serenidade.

17.7.11

6.3.11

ELISABETE

4.10.09

BEHRENS E O ANEL: NÃO HÁ LUGAR PARA A ESPERANÇA NEM PARA A REDENÇÃO



Richard Wagner, Götterdämmerung. Siegfried Jerusalem, Hildegard Behrens. MET, NYC. James Levine, 1991. Como diz um leitor, «e quantas mais despedidas, quantas mais viagens em busca de aventuras e glórias não acabam em fracassos, traições e tragédias. Actualidade do Anel, onde não há lugar para a esperança nem para a redenção.»

28.3.09

LIGUE



Adeptos do optimismo antropológico decretaram para a noite de sábado uma hora de poupança de electricidade sugerindo um apagão mundial. Uma das nossas fanáticas dizia de manhã, na Antena1, e na melhor tradição da "engenharia das almas" tão cara às nomenclaturas estalinistas, que as pessoas podiam aproveitar para um jantar romântico à luz das velas, para dar uma lição de ecologia ambiental aos filhos ou para desligar a televisão. A este folclore inútil respondo com Wagner. O Crepúsculo dos Deuses, a derradeira jornada do Anel do Nibelungo numa versão da Ópera de Estugarda, passa a partir das 19 h no Canal Mezzo. Ligue que vale a pena.

(Clip: Luana DeVol no papel de Brünnhilde. Richard Wagner, "Götterdämmerung". Ópera de Estugarda. 2003)

7.3.09

TUDO TEM UM FIM



Wagner: Das Rheingold, Hanna Schwarz e Robert Hale. Bayerischen Staatsoper. Dir. de Wolfgang Sawallisch. 1989

3.3.07

CENA FINAL

Donald McIntyre no papel de Wotan, cena final do III Acto

WOTAN -2

James Morris no papel de Wotan.

WOTAN -1

Jerome Hines no papel de Wotan.

1.3.07

WOTAN/SÓCRATES


Num colóquio qualquer sobre política, globalização e "transformações" - as tretas do costume -, José Sócrates teve um acesso "wagneriano" e falou quase como o deus Wotan, esse titã "condenado" à eternidade. "A felicidade é abrir os jornais e não falarem de nós (...) Isto é uma coisa que nós almejamos. Só se alcança no momento supremo que é o momento da derrota. Quando formos derrotados e passarmos à condição de oposição, então seremos felizes para toda a vida", afirmou o nosso enigmático primeiro-ministro. Um homem que considera a derrota "o momento supremo" merece ser acompanhado com mais atenção. Também Wotan já só reclama o fim, dividido entre o poder asséptico e o afecto interdito. "Só consigo gerar servos", declara igualmente o deus perplexo com a maldição do seu destino. E Sócrates? Que género de gente anda ele para aí a gerar?

21.2.07

O ESPLENDOR DA RENÚNCIA -2

"Deixei-me aprisionar nas minhas próprias cadeias, eu, o menos livre de todos os homens. Oh santa vergonha, oh dor vergonhosa, desgraça dos deuses, fúria infinita, aflição eterna. Sou o mais triste de entre os homens. O que a ninguém revelei, fique para sempre não dito: é para mim que falo ao falar contigo. Quando o desejo próprio do amor juvenil me abandonou, a minha vontade dirigiu-se para o Poder: tomado por súbitos desejos feéricos, conquistei o mundo. Fui desonesto sem o saber, conduzi-me de forma desleal, concebi alianças com aqueles que escondiam fatalidades."

Tradução livre - minha - de parte do monólogo de Wotan na 2ª Cena do II Acto de A Valquíria, de Richard Wagner, a estrear sábado, às 18:30, no Teatro Nacional de São Carlos

19.2.07

O ESPLENDOR DA RENÚNCIA -1


O governo, na pessoa do "hermeneuta da Ajuda", vai deixar Paolo Pinamonti abandonar a direcção artística do Teatro Nacional de São Carlos, provavelmente para o substituir por um neo-realista qualquer devidamente reciclado. Estou à vontade porque, ao arrepio de muitos que agora se calam perante esta saída inevitável - muitos deles trouxeram Pinamonti para Portugal e andaram literalmente com ele ao colo enquanto lhes foi útil - critiquei e tirei, em Abril de 2003, as devidas ilações das críticas que fiz sobre a gestão do Teatro e sobre as posições da então tutela. O afastamento de Pinamonti - num momento em que o TNSC aposta numa extraordinária produção da "Tetralogia" de Wagner, com a primeira jornada, A Valquíria, a estrear no próximo sábado - fará o Teatro mergulhar uma vez mais numa crise, se é que alguma vez se viu livre dela nos últimos anos. Só e mal acompanhado, Paolo Pinamonti lembra-me o "herói" nuclear da "Tetralogia", Wotan. Afinal, A Valquíria mais não é do que uma trágica metáfora musical sobre a renúncia, uma coisa intelectualmente incompreensível para burgessos funcionais sempre prontos a servir qualquer deus.