Richard Wagner, Götterdämmerung (cena final). Jessye Norman. The New York Philharmonic. Lincoln Center. Kurt Masur
«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
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10.10.09
4.10.09
BEHRENS E O ANEL: NÃO HÁ LUGAR PARA A ESPERANÇA NEM PARA A REDENÇÃO
Richard Wagner, Götterdämmerung. Siegfried Jerusalem, Hildegard Behrens. MET, NYC. James Levine, 1991. Como diz um leitor, «e quantas mais despedidas, quantas mais viagens em busca de aventuras e glórias não acabam em fracassos, traições e tragédias. Actualidade do Anel, onde não há lugar para a esperança nem para a redenção.»
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5.4.09
GRANDEZA
Richard Wagner: pormenor da gravação de "O Crepúsculo dos Deuses". Siegfried: Wolfgang Windgassen. Wiener Philharmoniker. Direcção de Sir Georg Solti. 1965
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22.9.08
O GRANDE MISTIFICADOR
Passa hoje o aniversário da estreia de O Ouro do Reno (Das Rheingold), o prólogo da tetralogia wagneriana O Anel do Nibelungo (Der Ring des Nibelungen), em Munique. O "clip" pertence à versão de Herbert von Karajan* e representa a descida dos deuses ao "Niebelheim", um subterrâneo infernal onde Alberich e os seus anões trabalham o ouro cuja posse confere poder sobre todo o mundo. Alberich furtara o ouro depois de enganar as ninfas encarregadas da sua preservação em nome do amor. Alberich não queria saber do amor para nada. Queria só o poder. Wotan e Loge encontram Mime, irmão de Alberich, que lhes dá conta da infelicidade do "Niebelheim" sob a liderança de Alberich. Este obrigou o irmão a forjar um elmo mágico, o "Tarnhelm", que lhe permite transformar-se no que quiser. Alberich tenta impressionar os deuses tornando-se invisível. Loge desafia então Alberich a demonstrar a magia do "Tarnhelm" e Alberich transforma-se num dragão. O deus finge-se impressionado e pede-lhe que se transforme, não já num ser imenso, mas numa pequena criatura, dando a entender que, dessa forma, será mais fácil furtar-se aos perigos. Alberich, armado em esperto, "vira" sapo e é imediatamente capturado pelos deuses e levado ao mundo onde todos, a começar pelos deuses, se irão perder até ao derradeiro capítulo do Anel, O Crepúsculo dos Deuses. Alberich é uma excelente metáfora musical do trajecto de muitos políticos contemporâneos. Como eles, é um grande mistificador, fútil, ambicioso e soberbo, que acaba mal.
* Berliner Philharmoniker, Thomas Stewart (Wotan), Peter Schreier (Loge), Zoltan Kelemen (Alberich), Gerhard Stolze (Mime)
* Berliner Philharmoniker, Thomas Stewart (Wotan), Peter Schreier (Loge), Zoltan Kelemen (Alberich), Gerhard Stolze (Mime)
13.3.07
OS DEUSES TAMBÉM SE ABATEM

Esta é a versão oficial: Pinamonti recusou o convite. Mais tarde saberemos a verdadeira história. Trata-se da miserável crónica de uma demissão anunciada. As carpideiras, fartas de saberem o que se ia passar, anteciparam por uns dias o "requiem". Sou dos poucos que está à vontade sobre Pinamonti. Há quatro anos saí pelos meus próprios pés da direcção do Teatro Nacional de São Carlos a que ele presidia. Na carta de demissão que enviei aos então ministro e secretário de Estado da Cultura expliquei porquê. Não fui poupado pelas referidas carpideiras. Mal cheguei, pedi uma auditoria à gestão do Teatro a efectuar pelo Tribunal de Contas. Que eu saiba, até hoje nunca foi realizada. Defendi o encerramento provisório do Teatro para introduzir-se um módico de racionalidade, de eficiência e de controlo interno, acabando de vez com o arrastar de insustentáveis situações de facto de há muito instaladas. A resposta foi sempre "seguir em frente". Deste modo, o TNSC acumulou os erros da empresa pública, os erros da fundação do dr. Santana Lopes e da dra. Nogueira Pinto e os erros do instituto público. Mário Vieira de Carvalho vai agora somá-los todos na sua gloriosa OPARTE que, desde o ínicio, mereceu a crítica frontal dos directores artísticos do Teatro, Pinamonti, e da Companhia Nacional de Bailado, Ana Pereira Caldas. Resta saber quem são os monos disponíveis para tomar conta da OPARTE e do Teatro ao lado do novo director, antigo "intendente" da Ópera de Colónia. Certamente que não faltam candidatos, a começar pelos que inexplicavelmente ainda lá estão. Dito isto, Pinamonti prestou um relevante serviço à "cultura" deste pequenino país que abandona às mãos do caprichismo político-ideológico de uma "política cultural" protagonizada por dois "independentes" do PS, certamente com a complacência de Sócrates que deve perceber tanto de ópera como eu de russo. Os cortesãos que bajularam Pinamonti durante estes seis anos já devem estar a preparar-se para receber o novo director artístico. O governo foi um mau Wotan que quebrou a lança do guerreiro a meio da obra. O abraço que dei a Pinamonti no sábado à noite, depois da derradeira representação da "Valquíria" - um espectáculo emblemático e premonitório - pressentia-se o último. Dammann fica com o seu conterrâneo Wagner nos braços. Oxalá complete a "tetralogia" e que o "crepúsculo dos deuses" coincida com outros finais e maldições. Os deuses também se abatem.
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