
Completam-se trinta anos sobre a eleição de François Mitterrand para a chefia do Estado francês. Com De Gaulle (contra De Gaulle), Mitterrand representa uma ideia da França e da Europa que não existe mais. Qualquer semelhança entre estes dois e os "estadistas" europeus que desfilam diariamente nas televisões pelas piores razões, nem sequer chega a ser coincidência porque não existe. Os principais hebdomadários franceses dedicaram ao assunto páginas e páginas em papel e online. E há prateleiras de livros sobre o homem ao dispor de quem quiser e souber ler. Até nestas coisas somos menores e rascas. Disse-o aqui várias vezes. Mitterrand foi um homem complexo e contraditório e só homens políticos assim - densos, cultos e com o sentido da História - valem a pena, venham das esquerdas ou venham das direitas. Lamento que os menores de 30 anos praticamente só conheçam, aqui e lá fora, pouco mais que lixo ambulante. As eleições legislativas portuguesas podiam, nessa matéria, ocorrer num centro de reciclagem apesar dos riscos ambientais. Mitterrand não cabe no espaço de um post português. Não se confunde.
Adenda: Le Monde, Le Nouvel Observateur, Le Figaro, Libération
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