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1.4.10

A IDENTIDADE DELA


«Maria Filomena Mónica foi à médium da TVI», lê-se na capa da revista Sábado. Já um dia destes, Mónica tinha escrito uma coisa presunçosa e preconceituosa no "i" - disfarçada pelo irritante paternalismo de uma "mulher de esquerda" que sempre teve a mania que é inglesa - acerca do quotidiano de mulheres jovens que a trataram de uma maleita qualquer. Praticamente desde a famosa autobiografia que não sai nada que se aproveite da cabeça da antiga catedrática do ICS. É uma pena. Filomena Mónica, ainda não há muitos anos, era alguém cujas crónicas e livros frequentava. Estão quase todos aqui por casa. De repente, Mónica mudou. Ou fui eu quem mudou em relação a Mónica, não sei bem. Só sei que deixei de ter paciência para aquele misto de sobranceria com vulgaridade popularucha de alguém que vai "à médium da TVI". Daqui a uma Júlia Pinheiro, o que é que falta?

28.1.10

O "DITADOR" QUE DÁ TRABALHO


Há muitos anos, por causa de um trabalho num concurso profissional, li Os grandes patrões da indústria portuguesa, de Maria Filomena Mónica (à direita, na foto). São entrevistas a alguns desses "patrões" precedidas de um notável texto da autora agora aparentemente mais interessada em republicar-se do que em escrever "originais". O que é uma pena. Ali, um desses "patrões" era Belmiro de Azevedo, com a Sonae por "modelo", que utilizei no referido trabalho. Desta vez, Belmiro deixa-se entrevistar para não dizer nada. Ou, melhor, para ser engraçado que é um estado de alma muito apreciado por aí. Mesmo assim, as frases que os media respigaram não fazem justiça ao que Belmiro disse na íntegra. Caricaturá-lo a partir delas e, por tabela, "etiquetar" este ou aquele é insuficiente. O homem, à nossa é à sua medida, é um rei. E um rei com sotaque que esconde outro na barriga e que dá trabalho a muita gente. É quanto basta.

7.7.09

MÓNICA, A PROTO-INGLESA


Apesar da irritação - sim, há mais irritantes no mundo - que causa aquela trágica monomania de que é inglesa, a Maria Filomena Mónica tem sempre uma qualquer allure. Só por causa do que ela diz dos "queirosianos" domésticos vale a pena ler esta entrevista conduzida pela indefectível "socrática" Ana Sá Lopes. As trivialidades da vida dela (deram, aliás, num livro trivial e esquecível escrito a pensar nas pobres donas-de-casa, licenciadas ou não, que gostariam de ter sido "atrevidas" e "modernas" como ela), ou a sua opinião "inglesa" sobre a direita ou Santana Lopes, não interessam nada. No fundo, Mónica é daquela esquerda mental cultivada nalgum ensaísmo anglo-saxónico e muito mais misantropa do que qualquer beato da direita radical. Como ela escreveu na dedicatória do primeiro "Eça", para fulano, "o meu livro preferido". Digo o mesmo.

6.12.07

MÓNICA E CESÁRIO - 2

Dr. Barreiros: fico lisonjeado com a comparação com Jorge de Sena, nas suas palavras, um "compulsivo maledicente". Dá-me ideia que já li o que tinha a ler - livros - de Maria Filomena Mónica, da mesma maneira que penso que ela já escreveu os livros que tinha a escrever. Repare que, praticamente desde as gloriosas "memórias", Mónica não prodigaliza um parágrafo aproveitável. E já estou a incluir no balanço quase todos os parágrafos das referidas "memórias". Pessoa/Caeiro, um panteísta como Cesário é, por sinal e na minha modesta opinião, o menos suportável dos heterónimos. Mesmo a famosa referência de Campos ("mestre, meu mestre querido...") não chega para fazer esquecer os irritantes transportes campestres do poeta "guardador de rebanhos". Quando tinha 17 anos, apreciava e comovia-me com tanta verdura. Aos 47, é-me impossível.

4.12.07

MÓNICA E CESÁRIO



Maria Filomena Mónica escreveu um livrinho sobre Cesário Verde que não tenciono ler. Por causa da proeza, Mónica não tem parado de conceder entrevistas e, num artigo do Público de hoje, dá conta das suas melancólicas deambulações aos locais onde nasceu, viveu, trabalhou, passou e morreu o poeta de "o sentimento de um ocidental". Sempre gostei de Cesário mas jamais me passaria pela tola erguê-lo a "exemplo" da melhor poesia portuguesa. Joel Serrão redigiu uma bela "explicação" sobre o bardo para a velhinha edição da Portugália e, se bem me lembro, Jacinto Prado Coelho tem um ou dois ensaios concludentes. Mónica apenas se "apaixonou", como uma previsível adolescente, pelos versos de Cesário e, evidentemente, pela sua curta vida, aliás, pouco entusiasmante. O artigo do Público é esdrúxulo e não põe nem tira nada ao que interessa para a "compreensão" da poesia de Cesário Verde ou da já mencionada inexcitante vida do autor. Ao falar de Cesário, como de costume, Mónica fala dela própria e do seu caprichismo burguês. Deu voltas e voltas e acabou na Lapa, mais exactamente no quentinho pequeno-burguês da casa dela. Ficam-lhe mal estes ademanes solipsistas. Experimente antes um piquenique.