Há setenta anos, no dia 1 de Setembro de 1939, a Alemanha de Hitler invadiu a Polónia. De acordo com o cânone, deu-se início à 2ª guerra mundial. Hitler ainda não está completamente estudado apesar dos móveis com estantes que constituem a sua bibliografia passiva. Para ser brando, julgo que o homem não brotou do acaso. Não era possível que aquela figura - insegura, ressabiada e que de ariana não tinha nada - viesse a ser o que foi. Hitler só emergiu graças à complacência mundial. Não apenas a dos alemães como a dos grandes heróis da lenda ocidental, os governantes das famosas "democracias" construídas à sombra de Versailles. Aqueles tristes a quem sucederam os democratas complacentes com Estaline e com a União Soviética, os novos senhores do pós-guerra. O chanceler alemão venceu a retórica democrática com a sua. Excelente, aliás. E com uma formidável máquina de guerra que só se estatelou nas estepes russas à conta da obsessão doentia do chefe. Tivesse Hitler concentrado a coisa em vez de abrir frentes sobre frentes e, porventura, o desfecho do evento que hoje se comemora teria sido outro. A 1 de Setembro de 1939 já Estaline tinha milhões de mortos à sua conta. As "democracias" permitiram que ele e os seus se instalassem confortavelmente na Europa até 1989. Outra história por fazer é a dos massacres físicos e morais dos "aliados" a seguir a 45. Mas essa pouco interessa aos que se vão juntar não sei onde para a tradicional actividade da piedosa comemoração. A América de Obama, como a América de então, pouco tem a ver com isto a que chamamos Europa. Não fosse o "império do sol nascente" e teriam persistido alegremente a ouvir jazz. Tudo somado, a Alemanha é o "eixo" da União Europeia em 2009. E assim continuará por muito tempo (os "mil anos" de Hitler?) graças aos estúpidos alargamentos "a leste". Putin, esse modelo de "democrata" oportunista, até já pede perdão. É o novo nome do pacto germano-soviético. O dele, claro.
«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
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1.9.09
11.8.08
HÁ DEMASIADO TEMPO

Enquanto por cá não se passa convenientemente nada, a Rússia, a velha Rússia que aprendemos a admirar na melancolida eslava e cruel inscrita nas entrelinhas da sua melhor literatura, demonstra ao mundo que, apesar da desagregação dos impérios (o dos czares e o do PC), é uma potência e possui um exército. Pode não ser o glorioso "exército vermelho", mas é a mesma "ideia" de exército e de poder militar independentemente da sua cor, uma coisa de que, por cá, no "ocidente", nos desabituámos por termos transformado as tropas em meritórios "exércitos de salvação"e em panfletos "humanitários". A Rússia de Putin - não vale a pena sequer mencionar o outro senhor, o presidente - tem uma noção de prestígio e de território que é impossível de entender pelos "registos" correctos em vigor. Pelo sim, pelo não, leiam os russos. Aproveitem a idiotia corrente e a modorra estúpida do verão para perceber "este" mundo. Está lá tudo dito e redito há demasiado tempo.
17.2.08
25.10.07
O TALENTOSO SR. PUTIN

Vladimir Putin, que daqui a umas horas aterra em Lisboa, é um caso político do maior interesse. Sócrates certamente que não deve deixar de sentir algum fascínio pelo sucesso deste antigo agente secreto que governa a Rússia no limiar da não democracia. Acontece que entre o cochicho português e a vasta pátria de Catarina não há praticamente nada em comum. A Rússia mantém e desenvolve uma ambição "reconstitutiva" autorizada pela história recente e pela grandeza remota que nos escapa inteiramente. Putin não faz a mínima intenção de largar tão cedo o poder. Percebeu - como me dizia um amigo outro dia - que a "referência" policial substitui com eficácia o partido, na presidência ou no governo. E que não perde nada em maçar os seus homólogos ocidentais, em especial Bush, com os seus "jogos de guerra", independentemente da segunda ou terceira "dimensão" desses jogos. Putin vem, primeiro, falar com anões e, depois, segue-se o desenvolvimento da fábula do Fontaine, em Mafra. Vai ser mais um momento para Sócrates vomitar umas banalidades e para Putin nem sequer o ouvir. Há homens que não perdem tempo com insignificâncias. Putin pode ter todos os defeitos do mundo mas sabe muito bem qual é o lugar da Rússia no mundo, pelo menos o que ele quer recuperar.
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