Mostrar mensagens com a etiqueta Macau. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Macau. Mostrar todas as mensagens

19.5.09

UMAS BOAS MEMÓRIAS


Quando cheguei a casa Mário Crespo estava a entrevistar José António Barreiros. Barreiros é o presidente do conselho superior da Ordem dos Advogados e um homem sensato. Passou por Macau quando Macau tinha espalhada, um pouco por todo o lado, uma imensa subsecção do Largo do Rato encimada pelo "governador" Melancia. Parte do pessoal político recrutado por Guterres e por Sócrates veio de lá. Foram - ou são - ministros, deputados, empresários ou advogados bem sucedidos. Por esta ordem. Barreiros começou por cá como chefe de gabinete de Almeida Santos, uma eminência parda que dispensa apresentações. Só em Macau, porém, se deu conta com quem é que estava metido. Este "incidente" fê-lo regressar e começar tudo de novo, como Barreiros explicou a Crespo. Sou testemunha disso porque Barreiros foi para o escritório ao lado daquele em que eu fingia "estagiar". Este homem é dos poucos que conhece por dentro esta estranha gente que nos governa. Daí a sua lúcida descrença. No dia em que ele se fartar de espiões, que tal escrever umas boas memórias?

1.2.07

UMA VERDADE INCONVENIENTE - 2


Para além de Pinho, na China, outro especialista nacional em chinesices, Vitalino Canas - que nunca mais deixa de ser o inspirado porta-voz do PS -, veio temperar as declarações do azarado ministro com uma pérola da sua autoria. Canas é mais um daqueles intermináveis produtos políticos que passaram por Macau no tempo das vacas gordas e que inundam o partido maioritário. De acordo com Canas, o que Pinho disse - "Portugal é um país competitivo em termos de custos salariais (...) os custos salariais são mais baixos do que a média dos países da União Europeia e a pressão para a sua subida é muito menor do que nos países do alargamento (...) "Portugal é um país em que há segurança e estabilidade política, características que não se registam em outros países europeus" e que uma avenida qualquer de Pequim lhe fez lembrar "para melhor - porque é mais bonita - a Madison Avenue de Nova Iorque" - não constitui "um problema grave". Pinho tem, de facto, todo o direito a ser infantil e, como as crianças, cruel e irresponsável mesmo com o sorriso mais patético do mundo. Até pode, no limite, ser ridículo - o detalhe possidónio nova-iorquino - mas inteiramente à sua conta. Acontece que ele criou um problema, e grave, ao seu primeiro-ministro que um mandarim como Canas tentou disfarçar com outro disparate. Aliás, Pinho é um problema e Canas, ao apoiá-lo na sua vertigem serventuária, não fez melhor figura. Mediaticamente, a viagem de Sócrates terminou ontem à boa maneira portuguesa (com uma trapalhada trágico-cómica), graças à incontinência verbal de um ministro inconsciente. Se isto não é um problema grave, dr. Canas, então não sei o que é um problema grave.