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20.7.08

NÃO SER DEUS


Eduardo Pitta leu em tradução espanhola a "autobiografia" do filósofo italiano Gianni Vattimo (Non essere Dio - un’ autobiografia a quattro mani , Aliberti, 2006). Em rigor, é mais uma "biografia", escrita por Piergiorgio Paterlini, do que as "confissões" do autor de "O Fim da Modernidade". Vattimo vai falando e o outro vai escrevendo. Existe um "interlocutor" com quem Vattimo "monologa", o seu jovem namorado Stefano, e esse registo - que, aliás, aprecia exibir por vezes de forma desnecessariamente "débil", para usar um termo seu, nas discotecas de Roma - nem sempre o tem favorecido junto da opinião que se publica ou dos seus "pares". Vattimo, no entanto, convive bem com isso. Acaba, aliás, por reconhecer que «riescono - lo ammetto – a farmi sentire sempre un po’ fuori posto. Non c’ è niente da fare. Mi sento e mi sentirò sempre un parvenu.» Exagera, naturalmente. É um dos melhores pensadores do nosso tempo. Um católico "mezzzo credenti" como quase todos nós.

5.7.08

ESPERANÇA, GRATIDÃO E CARIDADE

O livro da foto, da Angelus Novus, inclui dois ensaios, um de Richard Rorty e outro de Gianni Vattimo, e um "apêndice", que contém uma "conversa" inteligente sobre, no fundo, os préstimos da religião (a católica fundamentalmente) num mundo dominado pela contingência. Vattimo é católico, um "meio crente" na sua expressão, e Rorty era alguém que considerava mais decisivos os eventos doutrinários e revolucionários dos finais do século XVIII do que propriamente a distinção entre "a.C" e "d.C". Para Vattimo, "o niilismo pós-moderno é a verdade do cristianismo", um niilismo manifestado no escândalo da Cruz e na "encarnação". Livro de diálogo - tanto quanto possa haver "diálogo" dentro da cultura em vez de meras "solidões" que por vezes se encontram para falar -, O Futuro da Religião deve ser lido juntamente com as encíclicas de Bento XVI, Deus Caritas Est e Spe Salvi, e com a "lição de Ratisbona" sobre a fé e a razão. «Mal procuramos dar-nos conta da nossa condição existencial, que nunca é genérica, metafísica, mas sempre histórica e concreta, descobrimos que não nos podemos colocar fora da tradição aberta pelo anúncio de Cristo.» Rorty diria que isto corresponde a uma "gratidão injustificável" tal como, para ele, a "social hope", a "marca" da sua obra, é uma "esperança injustificável". Esta "diferença" faz com que Rorty e Vattimo, nas palavras do primeiro, "não entrem em conflito". E que se produzam livros admiráveis como este.

7.10.07

DO PENSAMENTO DÉBIL


Pelo José Adelino Maltez fico a saber - e a lamentar só ter sabido depois - que Gianni Vattimo esteve em Coimbra neste fim de semana atrapalhado pela treta do "5 de Outubro". Vattimo desenvolveu na sua obra o conceito de "pensamento débil". Agora que, um pouco por toda a parte e em todas as "dimensões", somos governados pelos homens do pensamento débil, nunca Vattimo foi tão oportuno.