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26.4.10

UM TRIO INFELIZ

Nos finais de 2007, a então deputada do PC por Santarém, a D. Luísa Mesquita, "esqueceu-se" que tinha assinado um papelinho - costumeiro no PC - que dizia qualquer coisa como "o lugar de deputado não é teu, é do partido". Quando chegou a hora do partido o reclamar, a D. Luísa entendeu que o lugar, afinal, era dela e fez o pequeno número da "vítima independente" até acabar a legislatura. Infelizmente Santarém tem a presidir à sua câmara uma coisa chamada Flores e guarda a memória impoluta de Salgueiro Maia. O primeiro e Sócrates andaram por lá ontem a dar cabo dela - dessa memória - à conta de uma "fundação da liberdade" à qual vai presidir a D. Luísa. A senhora não esperou muito tempo para ficar refém de duas das piores emanações do regime, qualquer delas sem substância democrática que as recomende particularmente. E Salgueiro Maia merecia seguramente mais do que este trio infeliz.

Adenda (mail de leitor):

«Em 1971 vi, em Santarém, que é a minha cidade-berço, inaugurar uma legítima estátua em bronze ao mui-corajoso Pedro Álvares Cabral - fronteira ao hospital da Misericórdia e numa avenida honesta e rectilínea. Já no fim do séc. XX vi, numa visita aos meus progenitores, essa estátua ser substituída - no mesmo pedestal Estado Novo - pela de Salgueiro Maia (enquanto que o navegador Pedro era remetido para um qualquer depósito, "à espera"). Nos alvores do séc. XXI vi pedestal-e-estátua-de-salgueiro desaparecerem, enquanto que a honesta e rectilínea avenida era deformada, por uma utilíssima obra camarária, numa rotunda em forma de cona velha. Mais recentemente, vi a estátua de Salgueiro reaparecer à entrada do povoado, junto a um chaimite, sem pedestal e sem letras, e democraticamente colocada ao nível do passante - que assim pode colar auto-colantes, cuspir, bater, tirar fotografias cómicas - reduzindo assim Maia à categoria de boneco de feira. De Cabral nunca mais ouvi falar. Santarém-e-Moita arvoram, à entrada, o lema "Uma história de liberdade" num dístico já desbotado. Ontem Sócrates foi lá dar mais um golpe, distinguindo o município com mais três instituições inventadas e inoperantes; uma delas feita à medida de moita-e-mesquita. Sinistro.»

Adenda2 (outro mail de outro leitor):

«Só uma achega, a estátua de Pedro Álvares Cabral foi já há muito tempo colocada no larguito fronteiro à Igreja da Graça, lá em Santarém. E Santarém lá continua penando, como já Garrett se queixou.»

6.9.09

UM CABEÇA DE LISTA EM ROUPÃO - 2

Como é que Jorge Lacão - a personificação da irrelevância e da parvoíce carreirista em política - pode pedir isto? E não é que, em parvo, foi verdadeiro?

2.9.09

UM CABEÇA DE LISTA EM ROUPÃO

No momento em que escrevo, decorre um debate na RTPn sobre o distrito de Santarém com os respectivos e principais cabeças de lista. Pelo PS, em primeiro, corre o quase eterno Jorge Lacão. Lacão é secretário de Estado de qualquer coisa neste governo. O ar contentinho e empertigado não disfarça a vacuidade e a irrelevância da personagem. Cada vez que o vejo recordo-me sempre de uma cena que me foi contada, há anos, por um seu ilustre camarada. Um dia foi preciso ir a casa de Lacão, em Lisboa, por qualquer motivo. Lacão recebeu-os em roupão. É assim que eu imagino Lacão. Um homem de roupão. E às riscas.

31.8.09

EVITAR MAIS "VALE DE LOBOS"


«E quando, ele que observara impenitente o velho Portugal, abandonado ao lodo utilitário os seus coevos, via também a mocidade mediocremente respeitosa por essa religião do Indivíduo que era a sua; quando via as tendências centralistas e socialistas - confessas ou inconscientes - dominarem nos governos e oposições, nos partidos conservadores e nos revolucionários, ele chorava, outro Isaías, sobre as ruínas do templo abatido, sem reconhecer que as pedras desse edifício derrubado já começavam a formar um novo monumento.» Isto é Oliveira Martins sobre Alexandre Herculano o tal que «antes de expirar disse apenas: «Isto dá vontade de morrer!» Para contrariar esta fatalidade nacional tão bem encarnada no retiro moral e físico de Herculano em Vale de Lobos, o José Pacheco Pereira apresenta amanhã, simbolicamente na Quinta de Vale de Lobos, a lista de candidatos a deputados que ele encabeça em Santarém. Vou até lá dar-lhe um abraço. Um dividido em dois. O político, que é óbvio. E o pessoal, que é apenas óbvio para mim.