«Somos poucos mas vale a pena construir cidades e morrer de pé.» Ruy Cinatti joaogoncalv@gmail.com
Mostrar mensagens com a etiqueta La Bohème. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta La Bohème. Mostrar todas as mensagens
9.2.09
8.2.09
MIMI TOSCA
Venho de uma récita da ópera La Bohème no São Carlos. Como é costume, a encenação é igual a todas as outras. "Neo-realista", escura, minimalista, com uma utilização abstrusa das luzes (por exemplo, o Teatro ficar todo iluminado no último acto com a chegada da protagonista moribunda é um disparate, bem como "deixá-la" morrer em cima de um casaco de peles com o palco aberto) e dos espaços (tudo se passa praticamente na rua). Ignoro o nome dos cantores - o que também não tem qualquer importância - que fizeram o que puderam, num ou noutro caso (raro) acima da mediania. É como no jornalismo. Não sabemos quem são porque falam todos a mesma "língua de pau" e já não existe a figura da "grande figura". São todos pequeninas figuras com vozinhas aceitáveis ou nem isso. A soprano que fez o papel de Mimi é mais adequada à Tosca do que a esta ópera. Enfim, a orquestra não terá sido suficientemente "puxada" nas cordas - e La Bohème é uma obra-prima musical em que a orquestração é fundamental - pela nova maestrina titular que, tal como os outros, lá esteve. É pena que a ópera, tal como quase tudo o resto, aliás, funcione em regime de "pacote". Tive a sorte de começar a frequentá-la cedo o que me permitiu assistir a grandes momentos perpetrados por grandes cantores. Agora, e ao contrário do que os encenadores modernaços imaginam, nada é diferente. É tudo indiferente e cansativo. Este "modelo" em breve estará esgotado e, não tarda, voltamos ao excesso de sentido contrário. Quanto ao público, não sei, francamente, de onde vem esta gente, este "novo" público tão maravilhosamente ignorante e que aplaude o primeiro guincho mais estridente. Restam-nos discos e os "dvd's". Recomendo duas versões para escutar e outras tantas para ver. Uma, dirigida por Tullio Serafin, com Renata Tebaldi, Carlo Bergonzi, Gianna d'Angelo e Ettore Bastianini. Outra - para mim a definitiva - da Filarmónica de Berlim dirigida por Karajan, com Mirella Freni, Pavarotti, Panerai, Harwood e Guiaurov. Em "dvd", há uma boa versão da Ópera de São Francisco com o casal Freni/Pavarotti, Guiaurov, Italo Tajo e direcção de Tiziano Severini, de 1989. A outra tem dez anos a menos. Dirige Carlos Kleiber, em Milão, com Cotrubas e Pavarotti. É melhor ficar em casa.
(Clip: do "dvd" em que Carlos Kleiber dirige Pavarotti e Ileana Cotrubas.Teatro alla Scala, 1979 )
(Clip: do "dvd" em que Carlos Kleiber dirige Pavarotti e Ileana Cotrubas.Teatro alla Scala, 1979 )
Etiquetas:
La Bohème,
Puccini,
Teatro Nacional de São Carlos
Subscrever:
Mensagens (Atom)