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3.8.09

«E ASSIM ACABA O MUNDO, E DEPOIS DESAPARECES»


Afinal, a Ana Margarida Pereira, como aqui desejei, não recuperou. Era de Torres Vedras e para lá regressou esta tarde. Ninguém merece desaparecer tão cedo de forma tão brutal. Há muito menos de um mês, deu-me o prazer de a ver na peça Agosto em Osage, de Tracy Letts. Era inimaginável, nessa noite, pensar que seria das últimas representações por causa da doença da actriz. Deveria, ironicamente, ter terminado ontem, no dia em que a Ana Margarida Pereira partiu. «E assim acaba o mundo, e depois desapareces.» São as últimas palavras de Agosto. E a minha homenagem.

(A Ana Margarida Pereira é a terceira a contar da esquerda no cartaz)

26.7.09

UM LIVRO


No dia seguinte a ter assistido a esta peça, a actriz Ana Margarida Pereira ("Jean Fordham") sofreu uma paragem cardíaca e foi internada no Santa Maria. A Ana Margarida tem vinte e seis anos e vida e talento pela frente. A peça foi interrompida. Do fundo do coração (e eu só vi a Ana Margarida naquela noite), desejo que recupere depressa. Quem não assistiu à peça, pode lê-la numa tradução de Pedro Gorman para a Quimera e TNDMII. «Graças a Deus que não sabemos ver o futuro. Nunca poríamos os pés fora da cama.»

Foto: Tracy Letts, autor de Agosto em Osage

22.7.09

ACABAR O MUNDO


DÉCIMAS ALENTEJANAS

MOTE

Quero e não posso esquecer-te
Devo odiar-te mas não quero
Sinto perder-me ao perder-te
Não tenho esperança mas quero

VOLTAS

Invadiu-me esta paixão
Naquela tarde de Agosto
Quando olhei para o teu rosto
E tu olhaste pró chão
Disse-me o meu coração
Que tu me correspondeste
Bem sei que em casos destes
Pode haver mal entendido
Mas já não me sai do sentido
Quero e não posso esquecer-te

Cheguei a ter a sensação
Quando me olhavas com ternura
Eu navegava num mar de ventura
Com o vento de feição
Agora que vejo que não
Embora me custe dizer-te
Naufraguei ao conhecer-te
Nas ondas da amargura
E o meu mal já não tem cura
Sinto perder-me ao perder-te

(João Chouriço Paias, Póvoa)

Foto: Die Walküre, TNSC, 2007

19.7.09

O FIM DO MUNDO


Independentemente da causa a dor é apenas isto :«chaque fois unique, la fin du monde.» (Jacques Derrida). Ou Tracy Letts, em August: Osage County: «acabou o mundo».

18.7.09

AUGUST:OSAGE COUNTY


Agosto em Osage. Três horas de grande teatro. Um texto soberbo de Tracy Letts (Pulitzer para teatro em 2008) a recordar o melhor Tennessee Williams. Até 2 de Agosto no D. Maria II em Lisboa. Encenação de Fernanda Lapa, cenografia e figurinos de António Lagarto e desenho de luz de Orlando Worm. Com Adriano Luz, Ana Margarida Pereira, Filomena Cautela, Isabel Medina, João Grosso, José Neves, Lia Gama, Luís Lucas, Manuel Coelho, Margarida Marinho, Marina Albuquerque, Mário Jacques, Paula Mora.