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30.11.09

DAQUI ATÉ À ETERNIDADE

O prof. Freitas do Amaral ressuscitou ontem pela mão do marcelínico "diário da manhã". Não li evidentemente. Calculo que tivesse produzido mais um dos brilhantes diagnósticos acerca do estado a que isto chegou. Freitas safou-se a tempo de Sócrates alegadamente por causa das "cruzes". Era, para usar um termo de Woody Allen, um homem desfocado. Apesar disso, aparenta estar sempre pronto vai para mais de quarenta anos. O que nunca se sabe bem é para quê.

28.1.09

FREITAS, A REVOLUÇÃO PERMANENTE


O Prof. Freitas do Amaral que escreveu o livrinho da foto - actualizado precisamente em 2002 por ocasião do governo de gestão de Guterres - não deve ser o mesmo que ontem falou na Sic-Notícias a propósito dos poderes legislativos dos governos de gestão. Não deve ser porque estive a relê-lo e recomendo-o até porque tem poucas páginas. O Freitas "televisivo" não seguiu o Freitas "académico". Terá sido mais uma das suas crónicas "evoluções"?

3.12.08

HISTÓRIA DE UM DESENCONTRO


Entre domingo e segunda, por causa do frio, li o livro da foto. Todo. Freitas escreve mal. Nada que se compare com os seus livros de direito. Todavia, interessava-me o período descrito porque abrange a formação, ascensão e queda da Aliança Democrática na qual, com dezanove anos, modestamente me empenhei ao lado dos Reformadores liderados por Medeiros Ferreira e António Barreto. Quem viveu os anos políticos de 1979 e 1980 não pode deixar de ler esta obra. Apenas decorridos cinco anos sobre o "25 de Abril", a "direita" chegou ao poder, em maioria absoluta, contra a "situação" político-militar da época. E contra os "situacionistas" do PSD, cindidos na altura em grupo parlamentar autónomo, cuja parte ainda viva integra o vigoroso "bloco central" que manda no regime. Freitas do Amaral era indiscutivelmente o "número dois" desse novo poder e dessa estratégia. Era ele quem devia ter sucedido a Sá Carneiro na liderança do governo e da AD, apesar de ser chefe do segundo partido da coligação, um CDS, ao tempo, com mais de quarenta deputados. Percebe-se, lendo o livro, que talvez as relações com o então PR Eanes pudessem ter sido diferentes. Como diferente poderia ter sido o destino da Aliança, nos anos seguintes à morte brutal do então 1º ministro e presidente do PSD, se este não tivesse sido substituído pelo improvável Balsemão. Tudo se precipitou no final de 1982 e, como Cunha Rego escreveu na altura, a AD acabou estatelada aos pés do General PR. E Soares voltou logo em 1983 para não mais nos deixar. Foi, pois, no princípio dos anos 80 que Freitas perdeu a oportunidade definitiva da sua vida política. Não foi sequer quando ficou a escassos metros de Belém ou quando entrou na transumância dos últimos anos. Ter permanecido no lugar de Sá Carneiro configuraria a "vitória pessoal" que, com mágoa, Freitas nota que as seis eleições em que participou nunca lhe deram. A vida é quase sempre madrasta. A história também.

(Diogo Freitas do Amaral, A Transição para a Democracia, Memórias Políticas II (1976-1982), Círculo de Leitores, 2008)