20.3.06

"INTOLERÂNCIA"

Jerónimo de Sousa não gostou de ver o seu partido fora do Conselho de Estado. E, vai daí, acusou o PR de "intolerância" o que, vindo de onde vem, dá direito a, pelo menos, uma semana de riso político. Independentemente do juízo que se possa fazer das escolhas presidenciais - e o meu, como já aqui foi dito, não é dos mais positivos - cabe indiscutivelmente ao presidente pôr no Conselho de Estado quem ele bem entender, já que se trata de um órgão para seu "aconselhamento". A quota dos cinco membros foi, por isso, preenchida segundos os critérios de Cavaco Silva - eleito não apenas à revelia como com a acrimónia total do PC - e não exactamente em consonância com a visão do mundo do sr. Jerónimo de Sousa. O Parlamento também não os escolheu, nem a ninguém do BE, por sinal. Temos pena, mas paciência. E nem sequer o exemplo de Sampaio, que enfiou Carlos Carvalhas na sua quota, deve ser invocado. O PR não é um filantropo politicamente desinteressado ou um benemérito de serviço. Cavaco não tem necessariamente de "seguir" Sampaio nesta matéria como em outras. Se o faz melhor ou pior, logo veremos com o decurso do tempo. Agora invocar "intolerância" a propósito disto, é apenas risível. Não chega sequer a ser um facto.

4 comentários:

Bart Simpson disse...

mas com esta atitude, CS não deixa margem de manobra para o tal presidente de todos e altamente independente...
triste.

Carlos Sério disse...

Deixemo-nos de hipocrisias. O PCP já adiantou alto e bom som que CS nunca seria o Presidente de todos os portugueses. Desde a primeira hora e também aquando da tomada de posse de CS. Não agem como se CS fosse o presidente de todos os portugueses e apregoam-no bem.
Só que, esta posição do PCP, nada tem a ver com a independência do novo presidente. Para ser independente, não é condição necessária ter o acordo do PCP, será triste ou alegre mas é assim.

Anónimo disse...

"Quem sou eu para dizer que a minha democracia é melhor que a de Cuba"? Esta frase de Jerónimo, mostra bem a falta que se vai sentir no Conselho de Estado. A sua "democracia" continua bem cá fora.

Anónimo disse...

Na hipótese (por absurdo) de Cavaco convidar um comunista, teria de ser Jerónimo, não é?
Daí, o remoque a cheirar a dor de cotovelo.
Se eu fosse o Cavaco, tinha convidado o Carvalhas. Por dois meses e sem direito de opção no fim do (curto) contrato...