Foi muito "bonita" a cerimónia do "25 de Abril" em Belém. Foi muito consensual, "pedagógica" e querida. Já a quinta-feira de 1974, apesar de mais cinzenta, tinha sido assim: bonita, consensual, querida e florida. A Poeta chamou-lhe, até, "o dia inicial, inteiro e limpo". Não obstante tanta epifania e beatitude, chegámos aqui, a este imenso e perigoso falhanço colectivo. Estamos a precisar de outro "dia inicial, inteiro e limpo". O de 25.4.74 acabou.
Apontamento1: De Pedro Santana Lopes. Achou a cerimónia bonita, um termo recorrente no léxico político de Lopes que, por vezes, tende a ver a realidade com os olhos de um menino deslumbrado por um tubarãozinho azul, no Oceanário, a brincar com duas focas amestradas. Num aspecto, porém, tem razão. Os quatro palestrantes do dia "bonito", sem excepção, presidiram a partidos ou foram seus secretários-gerais. Dois deles chegaram, por isso, a primeiros-ministros. Até Lopes, aliás. O círculo do regime dos 37 anos é mesmo quadrado. De Gaulle, que execrava a IV República francesa, fundou uma outra, a V.
Apontamento2: No facebook, o sr. Lello apelidou Cavaco de "foleiro" por não ter convidado os deputados todos para Belém. O sr. Lello, desde que deixou de tingir o cabelo, ficou pior. Um pouco mais reles do que o habitual.
Apontamento3: Isabel da Nóbrega foi agraciada com uma venera qualquer em Belém. Fez bem o PR em a ter homenageado depois de o seu nome ter sido banido das dedicatórias originais pelo esposo da D. Pilar del Rio a quem o regime, certamente, deve ter dado mil e uma veneras e por quem nutria verdadeiro temor reverencial.
Apontamento4: Pequena história do local da "cerimónia bonita": «Este pátio [Pátio dos Bichos], cuja designação provém de lá terem estado em tempos, em celas próprias, bichos provenientes de África, que provocavam o encanto dos frequentadores do palácio, foi transformado, com o decorrer dos anos, para permitir que o local fosse frequentado por outros bichos (e bichas) mais consentâneos com a a modernidade.»
Apontamento1: De Pedro Santana Lopes. Achou a cerimónia bonita, um termo recorrente no léxico político de Lopes que, por vezes, tende a ver a realidade com os olhos de um menino deslumbrado por um tubarãozinho azul, no Oceanário, a brincar com duas focas amestradas. Num aspecto, porém, tem razão. Os quatro palestrantes do dia "bonito", sem excepção, presidiram a partidos ou foram seus secretários-gerais. Dois deles chegaram, por isso, a primeiros-ministros. Até Lopes, aliás. O círculo do regime dos 37 anos é mesmo quadrado. De Gaulle, que execrava a IV República francesa, fundou uma outra, a V.
Apontamento2: No facebook, o sr. Lello apelidou Cavaco de "foleiro" por não ter convidado os deputados todos para Belém. O sr. Lello, desde que deixou de tingir o cabelo, ficou pior. Um pouco mais reles do que o habitual.
Apontamento3: Isabel da Nóbrega foi agraciada com uma venera qualquer em Belém. Fez bem o PR em a ter homenageado depois de o seu nome ter sido banido das dedicatórias originais pelo esposo da D. Pilar del Rio a quem o regime, certamente, deve ter dado mil e uma veneras e por quem nutria verdadeiro temor reverencial.
Apontamento4: Pequena história do local da "cerimónia bonita": «Este pátio [Pátio dos Bichos], cuja designação provém de lá terem estado em tempos, em celas próprias, bichos provenientes de África, que provocavam o encanto dos frequentadores do palácio, foi transformado, com o decorrer dos anos, para permitir que o local fosse frequentado por outros bichos (e bichas) mais consentâneos com a a modernidade.»
O RECREIO DOS SONÂMBULOS
ResponderEliminarOs comemoradores oficiais de Abril dão mais um "bom" exemplo ao País. Acordam sempre de tal maneira tarde que a esta hora ainda devem estar a terminar o pequeno almoço. Já é 1/2 dia e eu com a barriga vazia.
Os soberanos da crise juntos até á capela dos ossos. Revisitada a nudez crua de um martírio escancarado.
Os desenterrados coveiros da Pátria assomam á janela como rebuscados educadores da classe operária.
Dando de barato:
-As enormidades de Sampaio como novo descobridor da atitude, ao remeter para a sociedade civil, que nunca entrou nas contas dos políticos, o ónus da desgraça.
-As habilidades circenses do eterno e mal parado Soares.
-Os arremedos de Eanes, fruto calibrado pela sua independência partidária.
-A cartilha ressequida e gasta do enigmático eucalipto Cavaco.
Todos falam em nome do povo a um povo sem voz.
E remetem, alinhadamente com a comunicação social o soberbo Sócrates para uma sumida nota de rodapé.
Bem hajam,
se passar pelas brilhantes cabecinhas que esta etapa de crentes na procissão beata saída do conclave de Matosinhos , é a antecâmara para o caixote do lixo da história. O 25 de Abril não pode pagar tantas e tão distribuídas e reclamadas contas falsas.
Quatro presidentes, três verbos de encher, duas nulidades e mais um dia de merda.
ResponderEliminarProponho que todos saiam daqui para fora e o ultimo a sair apaga a luz e fecha a porta. Este País não tem cura.
ResponderEliminarOs quatro da cerimônia, ou se quizer a nova Brigada do Reumático, conseguiram foi dar cabo do brinquedo, não obstante tanta ajuda exterior ao longo destes anos.
PASTÉIS DE BELÉM E RESTAURADOR OLEX
ResponderEliminarEm Belém a cena foi antológica: branqueia-se tudo e todos e desresponsabilizam-se, os agentes, próximos, afastados e longinquos.
Porque realmente não são os políticos do Governo, do Partido Socialista, os realmente responsáveis, nãooooooo !!!
A conversa é a seguinte:
Portugal desde 1976, tem sido presidido pelo Pato Donald, pelo Mickey, pela Aurora Boreal e pelo Cenoura.
Como é evidente tudo bonecos famosos acima de qualquer suspeita, sem responsabilidades.
O governo depois de Cavaco, teve como primus interpares, o Picareta-Falante, o Fugitivo, o Bom Rapaz, e logo depois o Diplomado.
Como é evidente tudo bonecos famosos, sem responsabilidades, no desastre.
No Banco de Portugal, esteve o Cisco Kid e agora o Zorro.
Ninguém põe em causa a espinal, destes artistas do mundo de aventuras.
Restava assim o tsunami que nos encalhou, de responsabilidade exclusiva da mãe-natureza, para fazer o acto de desresponsabilização pública, frente ao rio....
Tá feito.
Somos todos bons rapazes, o Mickey, o Donald, o Cenoura, o Diplomado e mai-los outros e então vamos apelar a uma vaquinha.
Se estivermos todos unidos, fazemos um governo sopa de pedra, dividimos esta coisa por Distritos, para aqui vai o PSD, para ali vai o PS, noutro Distrito fica a mandar o CDS.
O mesmo para as Empresas Públicas, as Comissões, os Grupos de Trabalho.
Com o cheque do FMI, salva-se o que se puder e muito dos aparelhos vão continuar...
Esta a fórmula.
Reformar o Parlamento e acabar com uma Assembleia Nacional, parecida com a do Mário Figueiredo, com nomeados pelo Chefe para as listas? é o reformas !!!
Acabar com Institutos, fundações, grupos de Trabalho? é o acabas!!!
Privatizar as grandes fontes de prejuízos no País, onde estão na Administração, o A do PSD, o B do PS, o C do CDS, o D algures entre o Bloco e os Verdes ? é o privatizas !!!
Acabar com Gov. Civis que nada governam ? é o acabas !!!
Então a farsa está à vista.
Que nisto tudo Cavaco se preste ao papel de:
- anfitrião de Soares que apenas quer evitar que o socialismo vá para a lixeira da Cova da Beira, salvando de caminho os subsidios à sua Fundação.
- recepcionista de Eanes, que lê discursos hieroglifados, cujo elemento teleológico será apreendido lá para 2080.
- escort de Sampaio, que um dia insultou Manuela Ferreira Leite mai-las suas teorias orçamentais, e se esqueceu até hoje de pedir desculpa e depois recolher a penates ao seu T4.
Depois de Cavaco se prestar a tudo isto só posso dizer: ora porra para aquela recente manhã; mais valia ter ido jogar à bisca, que votar.
Pior que o desastre das Finanças Públicas é o deserto estratégico desta gente.
Este o nosso verdadeiro drama.
O resultado do nosso desastre é por causa dos consensos, consensos excessivos.
ResponderEliminar"Consenso" é eufemismo para troca de favores e fingir que não existem os podres. Varrê-los para debaixo do tapete.
"Many people fear nothing more terribly than to take a position which stands out sharply and clearly from the prevailing opinion. The tendency of most is to adopt a view that is so ambiguous that it will include everything and so popular that it will include everybody. Not a few men who cherish lofty and noble ideas hide them under a bushel for fear of being called different."
Martin Luther King, Jr., Strength to Love
lucklucky
Certo João, muito consenso muita concórdia. O que eu gostava de ver era gente sem medo de nos dizer como nos vamos libertar desta porcaria onde estamos atolados. E já agora como estão a pensar em arrumar o mitomano. Dixam essa responsabildade para o povo...Muito lindo...O povo!?
ResponderEliminarEstes consensos são para manter o regime como está.Uma decepção continuada...Sem limites...
...no Guincho (tirando o vento) ou no balneário-mor do Colombo.
ResponderEliminarQue farsolas...
Por acaso fui ao Guincho. E com vento e águas agitadas como convém. Belas ondas, melhores banhos.
ResponderEliminarnã acabou nada enquanto houver políticos vivos o 26 de Maio vai-se perpetuando nos seus filhos
ResponderEliminare no caso de soares nos netos...
5 de outubro sempre
mas desta vez que seja lá mais pra junho
é quisto dir à praia em Abril
só se o aquecimento global tiver aceso
A entrevistar o Sampaio, a socretina Fátima diz que Portugal "está a sofrer um ataque das agências de rating".
ResponderEliminarA imbecilidade e a cretinice deviam ter um limite, sobretudo quando se juntam...
Um bocejo consensualóide. Sampaio deu mais pau na homilia.
ResponderEliminarO 25 de Abril não foi comemorado no Palácio de Belém, e o discurso que valeu não foi o dos 4 estarolas, responsáveis por trinta anos consecutivos, de desgoverno, de decadência e de desastre nacional.
ResponderEliminarAquilo foi mais uma respeitável palhaçada, em nome da unidade, da estabilidade, da irresponsabilidade, e da impunidade, e "preparação" do eleitorado para o próximo acto eleitoral.
Neste 25 de Abril, o festejo, sincero e sentido, foi na Avenida da Liberdade, e o discurso, ponto de ordem lúcido e justo, foi pelo General Vasco Lourenço.
José Lello é líder duma das facções mais dinâmicas do PSocretino: a facção lello-trocista...
ResponderEliminar1º, não promova outra vez o homem a general. Foi apenas nisso graduado, em 75, para assumir o comando militar de Lisboa. 2º, tem mesmo a certeza que ele sabe articular frases com sujeito, verbo e complementos?
ResponderEliminarSem duvida que a forma pode e deve reforçar o sentido e valor do conteúdo.
ResponderEliminarMas é o conteúdo que procuro e que me interessa, mesmo que disforme.
Ó João Gonçalves, dê-lhe com o Céline, mais duas pitadas de Ópera, e remate com o Sena, o Sena. O Vasco Lourenço até vai andar de lado, pobre homem.
ResponderEliminar25 de abril a ser comemorado por Cavaco???
ResponderEliminarLoucura!!!!!
salazar deve dar voltas na tumba assim como a sua fiel pide...
enfim... neste pais é sempre melhor parecer do que ser...
honesto e honrado!
O seu comentário 4 é muito maldoso...
ResponderEliminarIrrita-me o facto de haver tanto unanimismo em torno de 25 de Abril.
Todos os anos é sempre o mesmo: porrada no Estado Novo. Esquecem-se que foi o período do século passado em que Portugal mais cresceu económicamente, chegando a atingir os 10% em 1970; que a situação financeira encontrava-se estabilizada. Até dá a sensação que querem "perdoar" as fraquezas deste regime com os "horrores" do antigo regime. Não fora a guerra colonial e certamente que teria havido, antes da Espanha, uma transição pacífica para a democracia, sem PRECs, nacionalizações, quebras do PIB e desbaratemtno dos dinheiros públicos.
O Santana Lopes deve, pelo menos, ter gostado muito de dar um apertado abraço ao Jorge Sampaio.
ResponderEliminarLindo...
"O Vasco Lourenço até vai andar de lado"
ResponderEliminarE já viu esse dono de Abril andar de outro modo?
Apontamento útil ao "Apontamento 2": deve ser algo comum entre as hostes clepto-socialistas, pois não é só Lello que bruscamente prescinde da futilidade cosmética na ornamentação pilosa; também já Ramalho, o conhecido Ramalho-da-FNAT, tinha subitamente deixado de tingir a matéria córnia - aparecendo branco-de-neve como um avô nos estúdios da SIC-N - e suscitando discretos arregalares de olhos no jornalista Crespo.
ResponderEliminarAss.: Besta Imunda
A esta distância, a frase do Sampaio segundo a qual há mais vida para além do défice, parece verdadeiramente assassina.
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