30.6.06

O DISCURSO DO MÉTODO - 2

A confrangedora ignorância revelada por alguns comentadores anónimos acerca do que se escreveu aqui, obriga-me a dizer mais qualquer coisa. E quem ouvisse ontem o ministro responsável pela "reforma da administração pública", ficaria ainda com mais dúvidas do que as que ele manifestou. O PRACE ou outra qualquer "reforma" semelhante, não pode, pela natureza das coisas, meter tudo no mesmo saco por causa da obsessão com a poupança. Nem sequer dentro do mesmo sector. Um teatro, por exemplo, não é o mesmo que um museu e este está longe de se parecer com um instituto da economia, com um hospital, com um liceu, com uma divisão da PSP, com um quartel ou com uma universidade. O meu "interesse" nesta matéria é abstracto - ninguém me pediu opinião, nem sequer a título profissional - e não sou assim tão mesquinho ao ponto de me agarrar à minha "capela" que, aliás, não é nenhuma. Sempre entendi que o Estado e o interesse público se servem em qualquer lado, de acordo com as necessidades públicas e as habilitações e as motivações de cada um. O que eu não aceito é que o Estado sirva para promover corporações, sejam elas quais forem. A medida da redução das circunscrições judiciárias - num sector empedernido como é o da justiça onde os seus principais agentes apreciam manter-se "fora" do Estado e da "política" ou só a eles recorrem quando lhes convém- é de elementar bom-senso. O resto não sabemos. Nem o governo.

7 comentários:

  1. A confrangedora ignorância revelada pelo autor acerca do que escreveu via

    http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2006/06/grandes-frases_28.html

    deixa-nos também por repensar todo o discurso do seu método. Oh well... (como diriam os inglesinhos)

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  2. "Corporações, Capelas e Reformas"

    Como costumo dizer:
    Bastava o senso comum, e por vezes, um pouco de bom senso.
    Inclusive com os quarteis.

    Na Defesa, a mesma dificuldade do todo. As resistências de sempre. Das Corporações.
    As mesmas dificuldades de sempre. Dos limitados espíritos colectivos das chefias. Limitados ás visões sectoriais, incapazes de ver o conjunto:
    nacional, o País, a Pátria, que tanto invocam.

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  3. Como a santa ignorância parece não ter limites, talvez seja de esclarecer que o actual mapa judiciário foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 186-A/99, de 31 de Maio, ou seja, é da autoria do governo do Eng. Guterres, de um governo do PS.

    Ou seja, o actual "extravagante parque judical português - esse monstro inerme e anacrónico a que toda a gente vota um temor reverencial", é da autoria dos mesmos que estão agora no poder.

    O problema, caro JG, é que parece que você só agora "talvez é que começou finalmente a entender para que serve o poder político democrático. E de facto, nem sempre serve para grande coisa. É o caso."

    Outros já o entenderam há muito tempo.

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  4. Não tem limites nem pudor, a tal santinha: como em muitos (tantos!) outros casos, explique-nos lá o senhor sabichão, "anonymous" às 11:48, em que é que o D.-L. n.º 186 A/99, de 31 de Maio, alterava o mapa judicial que o precedia? Talvez nuns fantásticos 15%?

    Eu confesso a minha ignorância quase total sobre o assunto e, contudo, talvez não erre muito se disser, a sentimento, que o actual mapa judicial, talvez em mais de metade da sua configuração, remonta ao fascismo ou é-lhe mesmo anterior!

    Estarei assim tão enganado?... Então para quê atribuir, falaciosamente, responsabilidades a quem, de facto, não as tem?

    Isto de viver em terra de cegos...

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  5. Caro a. castanho, se há aqui alguma santinha sabichona, só pode ser você.

    Então, o D.L. citado alterou ou não o mapa judiciário? em 15%? tem a certeza? e não foi mais fundo porquê? por causa do fascismo? deixe-me rir.

    A reforma do mapa judiciário, tal como outras importantes reformas no sistema judicial, não foi feita a sério nestes 30 anos por causa dos políticos que temos tido, estes que lá estão agora incluídos.

    O mesmo se aplica à reforma da administração pública, essa já não tão aplaudida por estas bandas.

    e deixe lá a história dos anónimos, que você é para mim tão anónimo como eu sou para si, ou penas que é por pôr aí a. castanho que deixa de o ser?

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  6. ... só gostaría de “ESCLARECER” que “APESAR” de continuar a ler “DEIXEI” de “COMENTAR” ...

    ... pelo que “TUDO O QUE DESDE A MINHA RESPOSTA A QUEM DE DIREITO, a um dito Comentador”, ”APARECE” de entre os comentários “NÃO É DA «pelos vistos»!! SANTINHA SABICHONA e/ou A ANÓNIMA QUE PULULA E INSULTA” neste Blogue

    ... e, “INTERVI" somente por “CONSIDERAÇÂO e RESPEITO” ao AUTOR do BLOGUE apesar das "CONSIDERAÇÕES" feitas através dos comentários

    ... a questão de “INSULTAR ou não INSULTAR”, “PENSO” ser um assunto, “ENTRE MIM” e o AUTOR do BLOGUE que a seu tempo “VAI SER ESCLARECIDO”

    ... "PENSO" que seja um "ASSUNTO" entre "MIM" e o "AUTOR do BLOGUE"

    ... continuem “À VOSSA VONTADE”

    ... Tirando o IP, os MAGNÌFICOS POSTS deste BLOGUE e, os Comentários CONSTRUTIVOS só posso considerar que TUDO O RESTO É VIRTUAL ...

    e,
    ... “FAÇO MINHAS” as palavras do “Último Parágrafo, do comentário” do “ANÓNIMO das 5:25”

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  7. Bom, ao ler serenamente a resposta do citado "anónimo" ao meu anterior comentário, verificando quão longe ele anda daquilo que eu pretendia transmitir (!), dou por mim a pensar que este meio de comunicação introduz um tal ruído no discurso, que se calhar até estamos de acordo com aquilo que pensamos sobre o assunto, apesar do tom quase agressivo com que escrevemos! Para reflectir...

    E peço desde já desculpa a todos os leitores pela minha eventual incapacidade de exprimir o que penso, mas a velocidade da escrita acaba por talvez reduzir a clareza do que se escreve...

    Valerá a pena discutir assim?

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