
«Siempre me ha dado pena la gente que no lee, y no ya porque sean más incultos, que sin duda lo son; o porque estén más indefensos y sean menos libres, que también, sino, sobre todo, porque viven muchísimo menos. La gran tragedia de los seres humanos es haber venido al mundo llenos de ansias de vivir y estar condenados a una existencia efímera. Las vidas son siempre mucho más pequeñas que nuestros sueños; incluso la vida del hombre o la mujer más grandes es infinitamente más estrecha que sus deseos. La vida nos aprieta en las axilas, como un traje mal hecho. Por eso necesitamos leer, e ir al teatro o al cine. Necessitamos vivirnos a lo ancho en otras existencias, para compensar la finitud. Y no hay vida virtual más poderosa ni más hipnotizante que la que nos ofrece la literatura.»
Rosa Montero, citada por The Cat Scats
João, há outras tragédias do ser humano não explicitamente relacionadas com a finitude da nossa permanência por cá.
ResponderEliminarEsta notícia vem hoje no JN: Os mais ricos do país aumentam fortuna 17,8%. As 25 maiores fortunas somam 17,4 mil milhões de euros - 10,1% do PIB nacional.
Eu pergunto: isto é um país ou um antro de piranhas? Que raio de proxenetismo legalizado vigora neste país para termos que levar com notícias destas, numa altura em que os bolsos das pessoas andam a ser espremidos?
Esta gente acha que vai conseguir sustentar esta farsa, cantando e rindo, por muito mais tempo?
Estas reflexões pareceriam, à primeira vista,triviais ou óbvias. Mas infelizmente estão longe de o ser,pois a primazia do interesse imediato,do funcional,do prático,da sinistra "educação para a empregabilidade",conduz a que estejamos a formar robots e não humanos autênticos,e estejamos muito satisfeitos com isso. O aprofundamento da visão,que este texto tão bem resume,começa a ser um bem escasso,e temo que até venha a ser considerado desprezível. Aguardemos.
ResponderEliminarNão posso deixar de considerar como M. Abrantes - e com ele muita gente - se parece esquecer que mesmo a 'fortuna' de toda esta gente (os ricos) junta não é suficiente para tapar o ABISMO de DÍVIDA CANALHA que a CP e a Refer juntas têm. E temos de admitir a hipótese de que, por vezes, Amorim ou S. dos Santos paguem à CP serviços de transporte... Os "ricos" chamam-se ricos porque criaram riqueza e postos de trabalho; pagaram impostos, fizeram outros pagar, exportam, criam, fazem andar a Economia. Mesmo com todos os seus defeitos. Por outro lado, a CP e a sua gestão de boys e sindicalistas-marxistas, é apenas o reflexo da incompetência e da ladroagem mais psicopata e criminosa que se instalou neste pobre país desde os tempos do gonçalvismo lunático e do "caminho para o socialismo" mais absurdo. Admito que se possa entender que a CP jamais poderia dar lucro; mas admitir o actual estado de coisas, nem os mais duros leninistas dos planos quinquenais! Dizem que na Dinamarca a 'CP deles', que é do Estado, dá lucro. Não sei se é verdade. Mas o nosso 'facto' permanece: escandaloso. Para lidar com 'isto' - às vezes - já nem ler, ir ao cinema ou procurar 'agarrar a vida' ou outras vidas, prolongando e valorizando avidamente a nossa, chega. Realidades brutais em tempos de penúria.
ResponderEliminarAss.: Besta Imunda
Caro Besta Imunda,
ResponderEliminarO seu ponto de vista é totalmente compreensível dentro da realidade da economia e da sociedade tal como ela existe. Mas se 40% da riqueza mundial está nas mãos de apenas 1%, será porque os outros 99% não se esforçam? Esta ordem de grandezas tem se acentuado nos últimos anos. O importante será assinalar o que Rosa Montero queria transmitir com as suas afirmações. Ao ler e interessarmo-nos por outras actividades culturais, permitimo-nos a abertura de novos horizontes, ver o mundo por um ângulo diferente com que o envisionámos desde sempre. Obriga-nos a questionar as vacas sagradas da sociedade. Obriga-nos a traçar um rumo, quiçá diferente do que temos no presente.