«Somos poucos mas vale a pena construir cidades
e morrer de pé.»
Ruy Cinatti
joaogoncalv@gmail.com
18.9.10
À FRENTE
Rui Ramos sugere que temos uma classe dirigente sem condições para ir à frente dos acontecimentos. Era bom que as presidenciais pudessem ser uma ocasião para que alguém se pudesse colocar à frente deles.
Num país em que o mérito e o esforço foram substituídos pelas "novas oportunidades", em que a "classe dirigente", também ela utilizadora de espécies de "novas oportunidades", se tem revelado incapaz de lidar com acontecimentos. O Governo desnorteado, a oposição autista, baralhada e sem propostas a aguardar um orçamento, uma eleição presidencial a caminho e o país verdadeiramente de "tanga". Alguém quer saber?
Só se formos em peregrinação a Fátima para vermos esse «alguém» que possa pôr à frente desta «classe dirigente», a mais incompetente e analfabeta dos últimos cem anos!
Também não estou a ver alguém que se conseguisse por à frente dos acontecimentos e agradasse aos papagaios da "comunicação"... O último exemplo disso é MFL (essa mesmo... a "velha").
O PS e o PM já se esqueceram de denunciar o «discurso da tanga», essa "invenção da direita" ... pois é ... mas agora o PM e o governo vão completamente nús. A canalha não tem pudor.
Infelizmente, ninguém que possa ser ou ter uma solução para esta coisa, e que será sempre extremista, para um lado ou para o outro, ou tudo nacionalizado com parcas redistribuições estatais pelo povo, ou menos mau, para mim, seguir mais ou menos o que foi feito pelo Estado Novo, poderá hoje anunciar a sua disponibilidade para liderar os acontecimentos, era comido na hora, ainda não faltou o dinheiro à populaça ao fim do mês, e isto é povo de vistas curtas e às vezes ainda prefere fechar os olhos ao que se poderia ver e dar ouvidos ao canto das sereias.
Andam todos a dizer que o principal problema para o país é se houver um corte no financiamento externo, o principal problema é que esse financiamento externo deveria ser apenas uma alavanca para elevar um pouco o nível da nossa economia, quando na realidade precisamos desse financiamento para as funções mais básicas do estado e para toda a economia, sendo assim é mesmo um grande problema. E culpas? Ninguém tem?
Um povo que confunde dinheiro emprestado com dinheiro dado e com dinheiro ganho, terá sempre problemas. Que se dispôs a alterar os fundamentos da sua economia, comprometendo a sua viabilidade a troco de um fluxo financeiro cego, em parte, canalizado para alguns bolsos e offshores particulares com a ilusão de um oásis pago a prestações para todos, deu no que se vê, mas nem todos o querem ver. Um povo assim também é facilmente manipulável para aceitar pacificamente a degradação da Justiça e da Educação, mas a quem interessa uma Justiça muito séria e competente e um povo realmente educado? Aos “governantes” presentes e passados?
Com o grau de encantamento das sereias que cantam desde o 25/4, este povo está mais que dominado e iludido e só irá acordar quanto estiver com o barco despedaçado nas rochas junto ao mar.
Com este pessoal político não há esperança. E com este pessoal jornalístico também não. São feitos da mesma massa; trocaram várias vezes de posição, cruzaram-se e produziram híbridos. A única coisa que ainda nos poderia recolocar "no bom caminho" seria encontrar alguém (um número alargado de várias profissões e classes) que conseguisse enfrentar a realidade. Esta é, forçosamente, feia; e cheira mal. O país das "Tardes da Júlia" e dos "Ídolos" também precisaria de tomar um banho (por fora e por dentro) de agulheta, seguido de fricção com sabão-macaco. Ontem, às 19h na SIC-N, o rapaz-locutor anunciava suavemente (notícia menor) que "numa feira em Alcaíns, um desentendimento familiar levou a troca de tiros, da qual resultaram 2 mortos e 5 feridos"; passados à reportagem, ouvimos e vimos mais detalhes reveladores: a redacção "não conseguiu" re-arranjar e montar devidamente o vídeo e ouviu-se um capitão da GNR dizer que dois indivíduos de etnia cigana se travaram de "razões", tendo resolvido o diferendo a tiro. No chão, o operador de câmara focou um alforge de cabedal contendo munições não-gastas de revólver Python-357 (magnum), com ponta-fragmentável de chumbo; e os feridos estavam hospitalizados. Arma ilegal; processo criminoso de resolver "diferendos"; castração da notícia (mas mesmo assim incompleta); o esconder, o mais possível, que se tratou de uma ciganice entre ciganos e que quem tivesse o azar de estar presente poderia morrer, só porque sim. A estas coisas perigosas, as televisões e a "sociedade" chamam "ânimos exaltados", "desentendimentos", "feirantes" etc, etc. Após um prolongado chinfrim televisivo por causa de nove mortos em acidente rodoviário em Marrocos, e de carpideiras televisivas terem explorado devidamente um acidente comum (e infeliz) estas ciganices passam suavemente de lado; ao mesmo tempo que se discute, cobarde e hipocritamente, com se há-de condenar Sarkozy e a direita francesa. A isto se chama enfrentar e realidade e dar prioridade a assuntos importantes. Tudo é política. Esta é a política, e os agentes políticos que temos. E tão depressa não aparecem outros. Só se desembarcarem na Portela com FMI escrito na bagagem.
Num país em que o mérito e o esforço foram substituídos pelas "novas oportunidades", em que a "classe dirigente", também ela utilizadora de espécies de "novas oportunidades", se tem revelado incapaz de lidar com acontecimentos. O Governo desnorteado, a oposição autista, baralhada e sem propostas a aguardar um orçamento, uma eleição presidencial a caminho e o país verdadeiramente de "tanga".
ResponderEliminarAlguém quer saber?
um contemporâneo do seu tempo da D. Pedro V
ResponderEliminar«a caminho do socialismo e da sociedade sem classe»
Só se formos em peregrinação a Fátima para vermos esse «alguém» que possa pôr à frente desta «classe dirigente», a mais incompetente e analfabeta dos últimos cem anos!
ResponderEliminarEu acredito em milagres!
Como? Com os candidatos que se perspectivam?
ResponderEliminarTambém não estou a ver alguém que se conseguisse por à frente dos acontecimentos e agradasse aos papagaios da "comunicação"... O último exemplo disso é MFL (essa mesmo... a "velha").
PC
O PS e o PM já se esqueceram de denunciar o «discurso da tanga», essa "invenção da direita" ... pois é ... mas agora o PM e o governo vão completamente nús.
ResponderEliminarA canalha não tem pudor.
não me parece. Pelo caminho que vamos, teremos mais do mesmo.
ResponderEliminarE nao se arranja uma junta de salvaçao germanica? alguem que nos livre dos selvagens do luso-tropicalismo
ResponderEliminarNão percebo o que este post quer dizer.
ResponderEliminarInfelizmente, ninguém que possa ser ou ter uma solução para esta coisa, e que será sempre extremista, para um lado ou para o outro, ou tudo nacionalizado com parcas redistribuições estatais pelo povo, ou menos mau, para mim, seguir mais ou menos o que foi feito pelo Estado Novo, poderá hoje anunciar a sua disponibilidade para liderar os acontecimentos, era comido na hora, ainda não faltou o dinheiro à populaça ao fim do mês, e isto é povo de vistas curtas e às vezes ainda prefere fechar os olhos ao que se poderia ver e dar ouvidos ao canto das sereias.
ResponderEliminarAndam todos a dizer que o principal problema para o país é se houver um corte no financiamento externo, o principal problema é que esse financiamento externo deveria ser apenas uma alavanca para elevar um pouco o nível da nossa economia, quando na realidade precisamos desse financiamento para as funções mais básicas do estado e para toda a economia, sendo assim é mesmo um grande problema. E culpas? Ninguém tem?
Um povo que confunde dinheiro emprestado com dinheiro dado e com dinheiro ganho, terá sempre problemas. Que se dispôs a alterar os fundamentos da sua economia, comprometendo a sua viabilidade a troco de um fluxo financeiro cego, em parte, canalizado para alguns bolsos e offshores particulares com a ilusão de um oásis pago a prestações para todos, deu no que se vê, mas nem todos o querem ver. Um povo assim também é facilmente manipulável para aceitar pacificamente a degradação da Justiça e da Educação, mas a quem interessa uma Justiça muito séria e competente e um povo realmente educado? Aos “governantes” presentes e passados?
Com o grau de encantamento das sereias que cantam desde o 25/4, este povo está mais que dominado e iludido e só irá acordar quanto estiver com o barco despedaçado nas rochas junto ao mar.
S.C.
Com este pessoal político não há esperança. E com este pessoal jornalístico também não. São feitos da mesma massa; trocaram várias vezes de posição, cruzaram-se e produziram híbridos. A única coisa que ainda nos poderia recolocar "no bom caminho" seria encontrar alguém (um número alargado de várias profissões e classes) que conseguisse enfrentar a realidade. Esta é, forçosamente, feia; e cheira mal.
ResponderEliminarO país das "Tardes da Júlia" e dos "Ídolos" também precisaria de tomar um banho (por fora e por dentro) de agulheta, seguido de fricção com sabão-macaco. Ontem, às 19h na SIC-N, o rapaz-locutor anunciava suavemente (notícia menor) que "numa feira em Alcaíns, um desentendimento familiar levou a troca de tiros, da qual resultaram 2 mortos e 5 feridos"; passados à reportagem, ouvimos e vimos mais detalhes reveladores: a redacção "não conseguiu" re-arranjar e montar devidamente o vídeo e ouviu-se um capitão da GNR dizer que dois indivíduos de etnia cigana se travaram de "razões", tendo resolvido o diferendo a tiro. No chão, o operador de câmara focou um alforge de cabedal contendo munições não-gastas de revólver Python-357 (magnum), com ponta-fragmentável de chumbo; e os feridos estavam hospitalizados. Arma ilegal; processo criminoso de resolver "diferendos"; castração da notícia (mas mesmo assim incompleta); o esconder, o mais possível, que se tratou de uma ciganice entre ciganos e que quem tivesse o azar de estar presente poderia morrer, só porque sim. A estas coisas perigosas, as televisões e a "sociedade" chamam "ânimos exaltados", "desentendimentos", "feirantes" etc, etc. Após um prolongado chinfrim televisivo por causa de nove mortos em acidente rodoviário em Marrocos, e de carpideiras televisivas terem explorado devidamente um acidente comum (e infeliz) estas ciganices passam suavemente de lado; ao mesmo tempo que se discute, cobarde e hipocritamente, com se há-de condenar Sarkozy e a direita francesa. A isto se chama enfrentar e realidade e dar prioridade a assuntos importantes.
Tudo é política. Esta é a política, e os agentes políticos que temos. E tão depressa não aparecem outros. Só se desembarcarem na Portela com FMI escrito na bagagem.
Ass.: Besta Imunda
Eu não tenho essa esperança meu caro amigo.
ResponderEliminarSaudações Chaladas