
O país - V., contribuinte - vai gastar dez milhões de euros na comemoração dos cem anos da implantação da ditadura jacobina do PRP. Antes das habituais "incursões monárquicas", repito a minha condição cívica de republicano que defende um regime presidencialista. Nada disto, como parece razoavelmente óbvio, tem a ver com a condenação (também cívica) do que resultou do funesto 5 de Outubro de 1910. Comemoração por comemoração de ditaduras, não vejo por que é que não se há-de comemorar o 28 de Maio de 1926 que substituiu a do dr. Afonso Costa por duas, uma primeira militar, e uma segunda, o "Estado Novo" do Doutor Salazar. A D. Canavilhas, circunstancial ministra da cultura e pianista nas horas vagas, estava muito contente - ela e a plateia dos que vão "gerir" os referidos dez milhões em "folclore transmontano" - consigo própria e com os "eventos culturais" que a "comemoração" vai propiciar. É porventura com ela, a "comemoração", que a senhora conta para figurar num panegírico rodapé do regime. Bom proveito.
Estou de acordo com seu comentário, mas, uma expressão que muito me chocou foi "folclore transmontano". Como filha de gerações daquela brava terra injuria-me que use Transmontano de forma tão degradante e para falar de tão vergonhoso momento da história portuguesa.
ResponderEliminarcordiais cumprimentos,
Alice Goes
Boa, imagino já a brigada do reumático perfilada para o regabofe por conta do compulsivo contribuinte onde me inclúo, claro está.
ResponderEliminarPelo valor da "factura" até eu lhe apertava as mamas.
À República, entenda-se.
Cumprimentos.
De uma coisa podemos estar certos. Jamais se ouvirá, vinda da Dra Manuela Ferreira Leite, a menor critica ao orçamento e ás actividades desta Comissão jacobina do centenário do 5 de Outubro de 1910. E da parte do cabeça de lista ás europeias, Paulo Rangel, idem idem aspas aspas...Quer um quer outro são incapazes de tomar uma posição que, mesmo vagamente, possa ser considerada politicamente incorrecta á luz dos principios do regime abrilino. Este caso das comemorações do 5 de Outubro é apenas mais um exemplo disso.
ResponderEliminarJoão, na sua opinião qual das duas ditaduras foi mais benefica (ou menos malefica, se preferir) para Portugal? A do PRP,instaurada em 5 de Outubro de 1910, ou a do Dr Salazar, institucionalizada em 1932?
ResponderEliminarApenas retive duas coisas:
ResponderEliminar1. O tal pau de bandeira de cem metros de altura, para o Centenário ser indexado ao Guinness dos recordes do parolismo.
2. No próximo 5 de Outubro, centenas de bandas vão tocar A Portuguesa. Fazem bem. No entanto, perguntem aos regentes das ditas cujas - e à gente da Comissão - a quem foi dedicada tal Marcha, digo, Hymno?
O parolo de Paredes vai esmerar-se, para erguer o pau de um milhão de altura e lá colocar o horroroso farrapo verde-rubro; que como toda a gente medianamente instruída sabe, nada tem a ver com as cores nacionais.
ResponderEliminarJ. Costa
( um das incursões monárquicas)
10.000.000 euros dava para recuperar património. Mas como o património é, na sua maior parte, religioso (igrejas e conventos), monárquico (castelos e palácios) ou do tempo do Estado Novo pouco resta. Seria bom, por exemplo, perguntar aos portugueses com qual dos três regimes republicanos mais se identifica: com uma das duas ditaduras ou com o actual regime e qual deles trouxe mais benefícios ao País em termos de emprego, desenvolvimento económico etc.
ResponderEliminarJoão, meu caríssimo, a III República convida a descomemorar a I, a II e a III-ela-mesma Repúblicas. Culminámos no vale tudo ou vale de lágrimas filhas da ganância e da incúria aninhadas no cerne mesmo da partidocracia clientelar e na ineficácia de um Regime onde as cunhas e os lugares cativos à mesa subvencional do Estado têm o seu quê de UltraNojoMonárquico no sentido "especial" e "segregatório" que o conceito [antes de ter sido pedagogicamente decapitado] possa ter tido. Demasiadas Repúblicas para tanta dissolução.
ResponderEliminarTu, João, és Republicano e eu sou Monárquico. Tenho-me sentido concorde em quase tudo o que escreves e vejo diagnósticos "monárquico-modernos" nos teus diagnósticos quotidianos. Ainda havemos de convergir numa magnífica e briosa República com o Rei por símbolo e sede de afectos estáveis e humanos ao longo das décadas. Há pessoas que merecem ser referenciais não volúveis e funcionarizados da Realidade Espeiritual e Física Portuguesa, mas em regime de total, vital e visceral entrega: um Rei. Um Rei que se possa apear, querendo todo um Povo queixoso.
O Abraço-Pão de Todos os nossos Dias.
Caro anónimo das 10h15
ResponderEliminarqualquer ditadura é má. A de 1932 só existiu porque existiu a do 5 de Outubro. Quando se celebra o 5 de Outubro está-se também a dar cobertura ao descalabro que terminou em 1932 com o povo a aceitar e a referendar uma ditadura tal o desespero em que vivia.
Não tivesse havido o 5 de Outubro e todas as conquistas que este trouxe teriam vindo na mesma porque já estavam a ser trabalhadas (estado laico, divórcio, etc) Tudo o resto, liberdade de imprensa, democracia, etc havia mais e melhor antes de 5 de Outubro. Hoje seria impossível dizer-se de Cavaco ou de Sócrates o que se disse de D. Carlos e D. Amélia sem que nada acontecesse aos autores.
Não dava para tirar a parte do foclore transmontano?Não dignifica nada aquela boa gente, nem a mim!O resto parece-me bem!..bom blog..continua..
ResponderEliminarXico:
ResponderEliminarEssa é que é essa. Atrevam-se a falar dos nossos donos e verão como ficam depenados. É uma nova forma de coacção. Falas? Ficas sem um tostão!
... o 5 de Outubro é o de 1143.
ResponderEliminarO outro, é uma persistente tristeza.
Ó Toninho ainda bem que esclareceu quais eram as que apalpava, pois podia ficar a dúvida de se tratarem das da Ministra. Quanto à famigerada República o problema luso é que não temos pretendentes de à altura da tarefa. É por isso que não sou monárquico, pois em Monarquia o herdeiro embora confirmado pelas cortes não se discute.
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