11.5.09

O AGENTE DE EXECUÇÃO


Por diversas vezes neste blogue se escreveu que, praticamente desde Julho de 2000 - ou seja, desde que Manuel Maria Carrilho se demitiu do governo de Guterres -, não existe nem ministro nem ministério da Cultura. O Público, através de Luís Miguel Queirós, dedica um interessante artigo ao assunto. Na prática, todos os intervenientes - ex-directores-gerais, ex-assessores no sector e um antigo secretário de Estado - reconhecem este défice. E dão, em geral, razão a Carrilho quando apresentou publicamente este documento. A legislatura "socrática" também falhou aqui. Pires de Lima foi o que foi e Pinto Ribeiro emerge muito mais como "agente de execução" (para recorrer a um termo da acção executiva civil) do processo de falência política do ministério do que outra coisa qualquer. «Um ministro da Cultura, além de ter de estar tecnicamente preparado para o cargo, precisa de peso político. Carrilho acha que a própria heterogeneidade do campo de intervenção das políticas culturais torna difícil que a solução possa passar por um profissional do sector. "Tem que ser alguém que saiba e que goste de fazer política." Pois.

6 comentários:

  1. Margarida9:44 p.m.

    Mas reconheça que Pinto Ribeiro é um homem muito bem vestido.

    ResponderEliminar
  2. De vez em quando alguém descobre um ministro! Como é que vocês fazem isso?

    ResponderEliminar
  3. Anónimo10:22 p.m.

    Desde há muito, sempre fui grande apreciador de Pires de Lima. Recordo com saudade, os momentos únicos vividos pela comitiva lusa em visita oficial a um país árabe.

    A dado momento, e sem que o protocolo o tenha previsto, mais rápida do que a própria sombra, para espanto de todos, eis que Pires de Lima se achou montada num camelo.

    Acredito que para a proeza muito contribuiu a sua convivência na equipa governamental com Mario Linus.

    Não só do acima são evidentes as manifestações de cultura, como igualmente o "local", "momento", "diplomacia", "oportunidade" e "fervor patriótico" em consumar o acto. De facto, dada a inexistência de pedras nas redondezas, não foi possível aos árabes proceder à sua "lapidação".

    A

    Rui

    ResponderEliminar
  4. Anónimo10:46 p.m.

    Desafio: Seja Bom Observador, Descubra a Diferença.

    Da comparação entre a Exª da foto e do rapaz dos "óculos" (de graduação idêntica), do link : http://www.youtube.com/watch?v=AVH9S9xRW8U, eis que:

    É o mesmo ___ ou Não é o mesmo ___.

    A

    Rui

    PS. "E tu com esses óculos vês alguma coisa!"
    Resta saber se também vai concorrer às Autárquicas.

    ResponderEliminar
  5. Anónimo12:34 a.m.

    Penso que desde Carrilho que não existe políticas culturais, mas pouco se lembram daqueles que o antecederam e que deixaram obra, nomeadamente, Gomes de Pinho, Lucas Pires, Teresa Gouveia, Santana Lopes e por fima o inevitável e mediático Carrilho. Depois deste, o dilúvio: Sasportes, Santos Silva (lembram-se?) Roseta, Maria João Bustorff, Pires de Lima e agora este. É caso para dizer de "degrau em degrau até à queda final". A área da cultura serve, pelo mesmos, para comprovar que há cada vez menos gente, tal como em outras áreas, com qualificações adequadas para os cargos públicos e, sobretudo, que saibam o que é ter a noção de serviço público. Penso que este é um dos grandes males que a pátria padece.

    ResponderEliminar
  6. Sobra a cultura generalizada da rapina como deglutidora financieira e anímica até da Cultura. O Anúncio Perpétuo de alguma coisa entretanto nunca realizada releva esse desamor pela suprema construção interior.

    O desprezo pelo interior é completo por alguém voltado todo para o Exterior, a Aparência, a Sugestão, a Imagem.

    E quem é o supremo Imagólogo e não mais nada?!

    ResponderEliminar