«O jornalismo institucionalizou-se. Os jornalistas arranjam empregos com os políticos, comem à mesa dos banqueiros, frequentam as mesmas lojas, realizam-se com ascensões sociais estranhas à profissão. Muitos jornalistas começaram a fazer parte daquela entidade a que o povo chama "eles". Ao mesmo tempo, os factos foram substituídos por uma sofisticada retórica de "objectividade" e "equilíbrio" - totalitária - e por um processo de intenções ao menor desvio. As notícias já não são julgadas por serem verdadeiras ou falsas, mas por serem "a favor" ou "contra". A realidade foi disciplinada como a classe: não investigarás, dirás o que eu te digo; quando, por azar, não tiver sido eu a dizer-te, escreverás "alegadamente". Não contem comigo para essa merda. Eu faço notícias e olho as pessoas do meu bairro nos olhos.»
Carlos Enes (jornalista da TVI), Fragmentos do Apocalipse
Carlos Enes (jornalista da TVI), Fragmentos do Apocalipse
Grande texto.Bravo Enes!É uma honra ser processado pelo Sócrates.Todos os portugueses de bem estão contigo.
ResponderEliminarDONOS DE ABRIL in http://maquinadelavax.blogspot.com
ResponderEliminarTrafulhices?
ResponderEliminarDo nosso querido engenheiro?
É certamente mais uma campanha para denegrir o nosso Salvador!
:)))
Muito bem. Eu, que sou do Povo, agradeço.
ResponderEliminara respeito da falta de carácter do lixo humano dizia-me o meu avô materno na cada dia mais miserável aldeia alentejana onde nasci
ResponderEliminar«quem tem pouco, depressa o entorna»
radical livre
Podiam sugerir ao Ministro das Finanças que, à semelhança do enriquecimento ilícito, se puderia também taxar a 60% o "jornalismo ilícito".
ResponderEliminarAdmirável Enes! Pois devemos todos dizer como e com ele: não contem connosco para essa merda. Não contem connosco nos blogues, nas conversas ocasionais, na vida do dia a dia. Não contem doa a quem doer.
ResponderEliminarÉ, simplesmente, o virus da gripe dos "porcos" que ataca quem discorda, melhor, quem não concorda.
ResponderEliminarO carácter de "alguma gente" é caca, é esterco.
Preocupante, é o actual/moderno feudalismo ser mais tenebroso, nogento e repugnante do que o da idade média.
Carlos Enes é jornalista há muito tempo e já pode dizer estas coisas. Está cheio de sorte. Provavelmente, em 2009, há quem tenha de esperar um bocadinho menos para mudar de profissão se não quiser ser da corte. E a corte, aqui, não é só a dos políticos e dos banqueiros nem dos jornalistas que a adornam. Alguns destes, mesmo os que possam trabalhar nas empresas mais imunes à merda, funcionam, como na Índia, por casta e alimentam-se nela. Alguns destes jornalistas que não compõem a regra (e ainda bem), também trabalham, embora não se note e por isso não saia descredibilizado, ao telemóvel, em grupinho e no "diz-que-disse". De resto, quando eu próprio saí da TVI, uma das primeiras perguntas que ouvi de outro jornalista da TVI foi "então, quem vai para o teu lugar?" (como se eu tivesse um lugar) O nível é este. Nem todos têm o azar de ter 20 anos e, "par delicatesse", não ficar bem dizer o que se tem a dizer.
ResponderEliminarE eu, que há muito deixei de olhar para os manifestos da "verdade" com a puerilidade e bondade de outros tempos, prefiro perceber como o povo pensa. E o povo está-se a cagar para a forma e o formato dos jornalismos de hoje. O jornalismo é um salão de baile cujo ambiente depende mais de quem entra do que do conjunto que está a tocar.
ResponderEliminarÉ por isso que frases como está: "e deitaste por baixo de mim uma vez?", que se pode ouvir aqui - http://www.youtube.com/watch?v=UetaBk9j9io&feature=related - dizem mais sobre a forma como o Santos Silva actua, mesmo que não como "pensa", do que o manifesto "revolucionário" do Enes. Este país está fodido e quem se esgadanha por nele mandar fala mais para o "tio" desta conversa no you tube que para todos aqueles que se vêem ao espelho na conversa do Enes. O resto, meus caros, é apenas entulho. Depende das necessidades do momento: "É proibido vazar entulho" ou, no dia seguinte, "Aceita-se entulho". Eu, por mim, se um dia vejo uma placa a aceitar entulho, descarrego sempre a camioneta, porque isto de andar ao sabor dos alicerces desta marrafada é uma merda.
RIBO
Os meus parabéns Carlos enes.
ResponderEliminarCaro Anónimo Ribo:
ResponderEliminarV. produziu o comentário mais interessante ao meu texto. Chamou-lhe "manifesto revolucionário".
Por "manifesto" só consigo ver nele, quando muito, um "manifesto em defesa das notícias". Não pensei que isso já pudesse confundir-se com uma "revolução".
«... prefiro perceber como o povo pensa. E o povo está-se a cagar para a forma e o formato dos jornalismos de hoje.» RIBO
ResponderEliminarO Povo, na boca do PCP, por exemplo, é uma entidade importantíssima antes da Revolução e desprezível depois: números, estatísticas, índices, abstractas irrelevâncias abstraídas.
'Perceber' o Povo é uma velha presunção do PCP e de certos sociólogos/psicólogos behavioristas. O Povo está-se a cagar para quem o julgue perceber. As notícias, como os indivíduos, têm Direitos. Os Direitos Humanos e os Direitos das Notícias coincidem demasiado e, quanto a isso, não há Manifesto nem Revolução que cheguem.
«Não contem comigo para essa merda!»
Essa merda de formatar as notícias aos interesses enclavinhados. Essa merda de rasurar a dignidade e valor da pessoa humana. Essa merda de rasurar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, de nações, grandes e pequenas. Essa merda de boicotar o progresso social e melhores condições de vida numa maior liberdade para todos. Essa merda de reduzir a cinzas um mundo de tolerância, de paz, de solidariedade entre as nações e seres humanos, que faça avançar o progresso social e económico por todo o planeta.
Não compreendo que ingenuidade pode haver em proclamar que não devem contar connosco para essa merda!
O Carlos Enes é um grande jornalista, de vértebra, qualidade que falta à generalidade do jornaleirismo em Portugal actualmente. É de outra geração. Continue com o bom trabalho que desenvolve na TVI que nós que queremos informação independente continuaremos a segui-lo. Cumprimentos.
ResponderEliminarCaro jornalista Enes, acredite, quando lhe chamo manifesto revolucionário é mesmo um elogio.
ResponderEliminarMas, olhe, sugiro mesmo que vá ouvir aquela conversa no you tube que tem o endereço no comentário.
Caro Joshua, quando digo preferir saber como o povo pensa, não estou, cruzes, credo-canhoto, sintonizado no formato histórico que o PCP tem seguido para entender as "massas".
Estou mais interessado em perceber para que gente, se assim preferir, fala hoje o Governo do PS e os seus estrategas. Ou o PSD, vai dar ao mesmo...
RIBO
Ok, RIBO. Abraço.
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