
Estudantes manifestam-se em Lisboa, entre outras coisas, pelo fim de Bolonha. Para quem não sabe, o "processo de Bolonha" foi uma maléfica invenção europeia, à boa maneira do "pensamento único", destinada a "facilitar" a conclusão dos cursos universitários em menos tempo e a obrigar os meninos e as meninas a frequentarem mestrados que não são mais, em mau, do que lhes faltou cumprir no curso acabado à pressa. O resultado deste "processo" é muito simples. Praticamente de bibe, sem referências, sem mundo, sem emprego e sem nada a rapaziada é lançada às feras. Basta atentar, na torrente de desempregados que avança desgraçadamente por cá e lá fora, na ampla fatia de licenciados ou nos licenciados empregados precariamente - como na Cuba ditatorial - a fazer qualquer coisa. O futuro anuncia-se radioso.
Enquanto isso, parece que no dia 30do corrente vai haver uma manif contra a corrupção em Portugal, em frente à embaixada em Paris.
ResponderEliminarCaro João Gonçalves
ResponderEliminarPermita uma adenda ao que bem escreveu. Existe uma enorme diferença entre o pré e o pós Bologonha - a CERTIFICAÇÃO!
Hoje a União Europeia tem não sei quantos milhares de funcionários enfiados numa agência estatal a certificar qualidade dos cursos ministrados em cada país!
Ora isto parece-me um avanço enorme! Em direcção a quê não, mas que terá contribuído em muito para um menor aumento do desemprego, isso parece-me evidente.
opa ó joao gonçalves,
ResponderEliminartudo bem que a tua cena é pontapear tudo
mas caracterizar assim o processo de bolonha (que sim, tem as suas falhas) revela alguma ignorância...
hoje, neste europa a abolir as suas fronteiras, bolonha tem que existir
E a reformulãção cosmética dos cursos para se adaptarem a Bolonha? Três anos de inutilidade absoluta agora têm o nome de licenciatura; o outro, o último, que concentrava os resquícios de cadeiras práticas que ainda existiam, dá agora pelo nome de 1º ano de mestrado.
ResponderEliminarOu seja, para aprenderem tanto como os licenciados pré-bolonheses, os putos agora saem da faculdade Mestres, o que, por sua vez, equivale a um novo escalão profissional, em termos económicos. Não há call-centres que resistam!
E depois vejo-os a sair no metro da cidade universitária, às vezes a sorrir, outras vezes de semblantes mais carregados; fico sempre cheio de pena deles. Coitados. Tiveram azar no ano em que nasceram.
A bolonhesa sempre propiciou uns orgasmos aos "Erasmos".
ResponderEliminarO chavão da "Europa de fronteiras abertas" e "sem barreiras" é sempre razão para logotipos como Bolonha pura e simplesmente existirem, sem atenção à sua natureza. Quando se está no topo, certifica-se o que se quer. Quando se está na pele é que se sente a falta de formação. O mestrado tornou-se obrigatório para quem não vê nas caixas do Continente (sem desprimor para quem o faz, obviamente) o seu futuro. E se isso é bom, é-o para os cofres das universidades. Para os estudantes, fica a desconfiança das empresas, na hora de contratar.
ResponderEliminarDigam lá o que disserem, mesmo com bolonha isto está uma vergonha. Os nossos jovens deixam as universidades cada vez mais analfabetos e broncos. É uma tristeza. O socialismo de merda pretende apenas que as estatísticas revelem a existência de um número de licenciados que sirva para a propaganda na estranja.
ResponderEliminarEu sei do que falo.
ResponderEliminarO meu filho um excelente aluno de Economia no ISEG, foi muito bem lixado por Bolonha...
A formação continua em cinco anos mas o estado só paga os três primeiros...
ResponderEliminarA banalização do que um grau Académico deveria realmente significar.
ResponderEliminarO Ensino Superior em Portugal sempre foi um poiso de pavões, com as devidas excepções. É raro encontrar gente que já tenha feito e os vícios são muitos, para não falar nas poucas-vergonhas em diversos campos. Não há nenhuma mudança de formato que mude o conteúdo quando as pessoas são as mesmas.
ResponderEliminarA politica de transformar "Bolonha" numa máquina de produção de analfabetos certificados é mais uma das grandes realizações do Grande Lider que já vinha "licenciado" nestas matérias quando chegou a PM.Outra é a sábia transmutação de desempregados em "formandos" para mascarar a verdadeira situação do desemprego em Portugal.Tudo isto com a preciosa colaboração dos ISCTEANOS D.Lurdes e Vieira da Silva.Enfim,o Socialismo português no seu esplendor.
ResponderEliminarBolonha é simplesmente um passe burocrático com um olho no emagrecimento dos custos gerais com educação e outro no protelamento burocratizante das formações mestrandas com o decorrente bom encaixe em propinas.
ResponderEliminarMestrados e doutoramentos por atacado.
"A politica de transformar "Bolonha" numa máquina de produção de analfabetos certificados é mais uma das grandes realizações do Grande Lider que já vinha "licenciado" nestas matérias quando chegou a PM".
ResponderEliminarQue frase maravilhosa.
Vale a pena ser anónimo só para citar outros anónimos.
"O futuro radioso" é um dos meus filmes preferidos. Suponho que se lembre do filme. A personagem da Sarah Polley (a única sobrevivente do acidente de autocarro) fala, a dada altura, do flautista de Hamelin, que "arrastou" as crianças para a morte. Queira desculpar a comparação grosseira, mas encontro nesse conto terríveis semelhanças com a situação actual do país.
ResponderEliminarAceite os meus cumprimentos.
P.S: o melhor de publicar comentários em posts antigos é saber que, mesmo sendo publicados, ninguém os lerá.
Engana-se Ariel Sharon Tate :-)
ResponderEliminarExacto, Karocha, está completamente equivocado no P.S., Ariel Sharon Tate!!!
ResponderEliminarNem mais, Karocha e Joshua!
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