
São mais vinte e oito anos do que os do prato da foto que o PCP comemora hoje. A ilustração está no Ephemera, um blogue que «tem como objectivo divulgar materiais da biblioteca e arquivo pessoais de José Pacheco Pereira, em particular dos diferentes espólios, doações, ofertas e aquisições que deles fazem parte.» Pacheco Pereira tem dado um contributo indispensável para o conhecimento da história do PC através da monumental "biografia política" de Álvaro Cunhal. Nem tudo foi perfeito nestes oitenta e oito anos. Bem pelo contrário. Porém, o período estudado até agora por P. Pereira revela a outras gerações um mundo desconhecido de um certo "Portugal dos grandes", um mundo de um punhado de homens e de mulheres que, com razão ou sem ela, se bateu com inegável coragem física e moral contra o que entendia estar errado. Muitos ficaram pelo caminho e nunca puderam guardar um pouco de céu azul nas suas vidas. Goste-se ou não, esta gente tem, de facto, uma história porventura difícil de entender pelos "padrões" de agora. Escrevi "padrões" por acaso. Na realidade, que "padrões" há agora?
fui sempre democrata na 2º republica. os pêcês eram todos totalitários como se viu depois. fui perseguido, maltratado e espoliado depois de 25.iv.
ResponderEliminarnão quero nada com a canalha à esquerda do centro. fui sempre cão sem coleira. não esqueço, nem perdoo.
PQP
radical livre
Tem o meu apoio, Radical Livre.
ResponderEliminarMas no meu caso não quero nada com a canalha em lugar algum, seja à esquerda, ao centro ou à direita.
Que essacanalha está muito bem distribuída.
Havia no idealismo dogmatista e obedienciário do comunista português, em décadas, uma Escatologia sem céu e uma Fraternidade de Igreja sem Deus.
ResponderEliminarO fervor pseudo-cientificizante da lógica social, pelo cronos e pelo kairos, em direcção ao Comunismo era uma magnífica falácia despersonalizadora, mas fraternitária entre os simples crentes.
Temos de saber compreender a humanidade de esta gente épica com a sua Utopia decalcada da Utopia transhistórica Cristã. A Energia Moral, porém, da Igreja, porque não é uma mera questão de poder ou de política, de coerência e coesividade interior assim como transcendência do Espírito, ainda que anunciada como transitória e mediadora, resiste e progride pelo planeta na sua fermentação de tolerância e sensibilidade à alteridade. As igrejas caminham para a residualidade fermentária, que é a sua condição absoluta, depois de séculos de imersão e con-fusão nos impérios e lógicas imperiais.
Mas o comunismo é a primeira igreja a tornar-se verdadeiramente residual em toda a história das Igrejas.
"A monumental biografia politica de Álvaro Cunhal"?!! Mas qual? aquela que Alvaro Cunhal não reconheceu como sendo a sua biografia? Ou o Líder que Pacheco Pereira gostava de ter sido e não consegui? Foi, É e Será sempre um partido para o Povo, com o Povo e pelo Povo. Pela Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 25 de Abril Sempre!!!
ResponderEliminarO Comunismo é um monstro, e parte de princípios colectivos que eu não consigo admirar dado que acho inefável um mundo sem identidade pessoal, sem emoções e paixões banais. Mas também é inegável que a dada altura terá feito sentido para muita gente. Para o bem e para o mal, o PCP faz parte da nossa história e -ao contrário do que fazem os comunistas- não vale a pena fazer revisionismos. Foi o que foi. É o que é.
ResponderEliminarPois!
ResponderEliminarTambém respeito muito a luta anónima e silênciosa de muita gente simples contra aquilo que consideravam injusto.
Em nome dum paraíso sonhado, que não existiu, em nome dum mundo que julgavam melhor.
Parte do desgoverno do pós-25 de Abril resultou, por um lado, da tentativa de concretização desse sonho, por outro, do "ajustar de contas" contra quem antes os perseguiu impidosamente antes do 25 de Abril.
E não foram só os mecanismos que S criou, mas também quem, lavando as mãos das acções desses mecanismos, sabia muito bem viver á custa deles, e tiveram o pagamento.
Outras nações saídas duma guerra atroz, com montes de dificuldades souberam lidar com respectivos PC's, nesta parte do hemisfério de Yalta, desenvolveram a cultura e a economia, e sem recorrer aos métodos de S, que só fomentaram a "glorificação dos mártires do PCP" e a "superioridade moral do PCP".
Grave erro estratégico de S, e razão mais que suficiente para o deixarmos mumificado no seu cantinho da História Lusa!
Que pratinho tão lindo. Dava para o Pierre et Gilles criarem uma composiçãozinha, com aqueles cães de cima da geleira que abanam a cabeça, um relógio-sereia azul e dourado e uns naperons vermelhos com estrelas amarelas bordadas. Tudo isto num cenário de uma cela da Lubianka, com um "desviacionista pequeno burguês" ajoelhado e adorando embevecidamente a foto do ABC com os olhos em alvo. Costas flageladas, claro. Mais kitsch não há.
ResponderEliminarCusta-me entender como é que ainda hoje se venera a ideologia e os princípios de um regime que assentou no terror e é responsável por milhões de mortos. Um regime totalitário que manipulou muito boa gente em defesa de uma pretensa igualdade cuja sobrevivência, ainda hoje, se deve à exploração das fragilidades de um regime que não foi capaz de acabar com as injustiças sociais.
ResponderEliminarNão é, pois, possível comparar o regime do Estado Novo com os regimes comunistas que vigoraram na Rússia e na Europa de
Leste.