23.10.07

DA VOZ DO POVO À VOZ DO DONO


O João Adelino Faria, na sua alegre inconsciência radialista, perguntava aos seus convidados, no RCP, se referendar o "tratado reformador" não seria correr "riscos desnecessários", fugindo-lhe a boca para a verdade oficial. Faria, sem querer, deu voz ao "europês" correcto que se escreve nas costas da opinião pública e que é apenas decifrável por meia dúzia de iluminados. Estar na Europa não significa aceder à Europa. As reivindicações nacionais - um escândalo bem abafado entre champanhe e "porreiros, pá" - dos pequenos países passaram-nos ao lado porque era importante a fotografia. Por breves instantes, Sócrates, Barroso, Menezes e Cavaco, todos alinhados pela mesma língua de pau, colocaram alegadamente Portugal no mapa. O professor Freitas do Amaral também ajudou com um artigo "Teresa de Sousa" no DN. E mais virão, mesmo que nada desta mistificação interesse ao país "das nove às cinco". Não referendar a coisa é passar um atestado de menoridade cívica e "europeia" aos milhões de concidadãos com que estes títeres de plástico enchem a boca. Tudo visto e ponderado, se calhar não merecem outra coisa.

5 comentários:

  1. Além de não quererem o referendo sobrte o Tratado Europeu, com medo do "chumbo", também não o querem para não haver campanhas de esclarecimento sobre o texto do referido tratado.
    Quanto menos o povo percebe, melhor.

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  2. Com esta frontal atitude administrativa e "diplomática", os actuais dirigentes ostracizam não só o referendo mas o voto. Porque um referendo é na lógica uma votação. E na votação há o risco de se perder ou ganhar. Já agora porque é que vamos a votos em eleições, sr. Sócrates? Não será um risco desnecessário?

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  3. Não foi por acaso que javier Solana falou na política marítima como uma das apostas desta nova Europa - os espanhóis têm perfeita consciência que levaram a vantagem com o novo sistema de participações e de eurodeputados.

    O tratado vai ser ratificado, mas avizinham-se tempos ainda piores para os nossos lados...

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  4. E mais virão, mesmo que nada desta mistificação interesse ao país "das nove às cinco". Não referendar a coisa é passar um atestado de menoridade cívica e "europeia" aos milhões de concidadãos com que estes títeres de plástico enchem a boca. Tudo visto e ponderado, se calhar não merecem outra coisa.


    É como eu me sinto por AQUI hoje “NO MEIO DE TÍTERES DE PLÁSTICO”
    Aliás, SAEM QUASE TODOS DAQUI ...
    Resta-me a leitura do PORTUGAL dos PEQUENINOS
    neste caso, deste Post
    Porque é INTILIGENTE
    Porque é de uma leitura INCRIVELMENTE FÁCIL, SINTÉTICA
    É um Post sem FUGAS ao CRUEL REALISMO

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  5. E, como diz o Vital Moreira, as pessoas não percebem nada!

    Não é um argumento usado há muito em Portugal?

    E VM não lutou contra esse regime que dizia isso?

    Mas estou de acordo quanto á legitimidade dos parlamentos para ratificar o tratado...com letra pequena!

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