16.6.07

GRANDES E EX


Ocorreu-me, de novo noutra paragem chuvosa a meio do país, que ouvi na rádio a indignação do dr. Mário Soares acerca da "flexisegurança". O termo designa uma nova forma de fornicar o trabalhador por conta de outrem que inclui já o preservativo, o lubrificante e o cobridor. Três em um. Para o dr. Soares que, por vezes não descola do século XIX, o termo é obra da "direita". Onde vocês ouvirem falar de flexisegurança, já sabem que está a direita por detrás da coisa, explicou ele aos jovens socialistas de Setúbal. Acontece que ninguém explicou ao dr. Soares que foi um senhor loiro, de olhos azuis, que pastoreia o grupo socialista do Parlamento Europeu e que foi primeiro-ministro da Dinamarca, quem inventou o conceito. Outro dia esteve aí a explicá-lo. Sócrates decidiu - porque ele se presta a isso - usar Soares como o seu mais recente idiota útil. Soares anda para aí a "tapar" o senhor engenheiro pela esquerda como se ele lhe agradecesse o frete. Soares era maior do que isto a que o actual PS o reduziu. Só posso lamentar mas sigo em frente. E volto para o automóvel e para a Filarmónica de Viena, dirigida por Karajan. É que, quem é grande, é sempre grande. Nunca cede à vulgaridade.

7 comentários:

  1. Os GRANDES nunca tiveram necessidade de se pôr em bicos de pés.Quando vê Soares como um grande
    obviamente só podem ser favores dos seus olhos

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  2. Pode parecer estranho, especialmente para os mais novos, que só conhecem esses tempos pelo prisma da propaganda actual, que eu - que já trabalhava, quando o Grande Morto ainda era vivo - lhes diga que havia carreiras profissionais, formação contínua (eu tive-a em 1969) e segurança (não flexi) no trabalho, inclusivé para os mais velhos. Sim... tenho saudades desse passado e, já agora, como o Agostinho da Silva, do futuro. O presente, esse...

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  3. A flexisegurança é o projecto de uns filhos da puta para faciltar a já desmesurada expansão do capitalismo. Ainda bem que Soares pôs o dedo na ferida. Só é pena que ande a fazer fretes a Sócrates, um socialista de quem Keynes se riria ás gargalhadas..., Keynes que não era propriamnete um socialista. Assim vai o mundo!

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  4. O Soares, mesmo quando diz coisas acertadas, só pensa no fortalecimento do seu clã. Lembre-se que a sua hoje «execrada Direita», quando o aceitou como líder, tinha outra bem diferente conotação. E Sócrates e demais «artistas socialistas» quando fazem o mesmo que a tal «execrada Direita», fazem-no, em primeiro lugar, para bem do clã; em segundo lugar, para evitar que venha a tal «hedionda Direita» fazer ainda pior. Eis, em resumo, o pensamento profundo de Soares !

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  5. Confesso que a primeira vez que ouvi falar em “flexisegurança” foi pela voz do nosso Presidente Cavaco Silva, homem parco em palavras, mas de grandes certezas e isento de quaisquer dúvidas, aliás, ele próprio inventor da “flexiresignação” teoria que consiste em “incitar os outros a não se resignarem com os resultados inevitáveis por nós criados”.
    Ele também criou a “flexiboloderei” mas foi teoria que não saiu muito, fazendo mesmo diminuir as vendas dos ditos bolos.
    Depois vi a criatura que inventou a “flexisegurança” e pelo seu aspecto de nórdico esgazeado, fiquei com a ideia que seria apenas uma brincadeira de “flexihumor” de mau gosto.
    Agora o Dr. Soares, ex-PR, ex-candidato a PR, ex-quase tudo neste país ( pai do ex-futuro-ex), vem indignar-se com a “flexisegurança” já em pré-adoptação pelo seu camarada Engº. Sócrates.
    Esqueceu-se Soares que inventou o famoso “flexisocialismo” metendo na gaveta o que propagou quando na “oposição democrática” e nos primeiros anos após a “flexirevolução”?
    Aliás Soares começou por ser um jovem comunista, o que demonstra a sua capacidade de flexão, não só então, como perante a sua “flexievolução”, pois, ainda há pouco tempo, no Prós & Contras, ouvi-o proclamar a tese do “socialista moderno” que aceita o neo-liberalismo e a globalização “desde que reguladas” ou seja cá temos as suas novas teorias do “flexiliberalismo” e da “flexiglobalização” doutrinas acolhidas pelo Engº e em constante “evolução para melhor”.
    Agora só falta os rapazes do Beato, com o seu livro “Revolucionários” virem teorizar sobre o “flexi-pós-neo-liberalismo”, ou seja o regresso às “flexicavernas” da (des)organização social, económica e jurídica do Estado, um autentico “flexisalve-sequempuder”.
    No tempo em que não havia “fleximerdas” a palavra de ordem era:
    NÃO DISCUTIMOS A GLORIA DO TRABALHO NEM O DEVER DE TRABALHAR!
    E, assim foram criados institutos jurídicos laborais e da segurança social que vigoraram, satisfatoriamente, com pequenas e normais evoluções, até à promulgação do Pré-FlexiCódigo do Trabalho e das Pré-FlexiLeis da Segurança Social.
    R.A.I.

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  6. meu caro, mas que excelentes prosas que aqui vão...
    Soares, no mínimo explica-te. Não me digas que te revelás-te... mais um como os outros. Nessa idade deverias preocupar-te em mostrar a tua inteligência e não a tua esperteza!

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  7. Karajan... que excelente gosto!

    o maior de sempre!

    Mas... prefiro-o a reger a sua orquestra de sempre, a filarmónica de Berlim...

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