22.1.06

PRESIDENTE CAVACO


Não fui festejar. Há dez anos, quando Cavaco perdeu, estive no Meridien e apertei-lhe vigorosamente a mão. Lembro-me que chuviscava e retenho a imagem final: Cavaco a despedir-se dos seguranças que o acompanharam na campanha e a subir as escadas de sua casa. Dez anos depois, Aníbal Cavaco Silva desceu de novo essas escadas, porém como presidente eleito de Portugal. A sua eleição tem também um significado pedagógico importante. Cavaco sofreu uma derrota e não desistiu. Esperou metodicamente por esta vitória. É curioso que tenha sido um homem da não esquerda a dar este exemplo de paciência democrática. Por outro lado, pôs-se um termo à falaciosa e fantasiosa ideia de que determinadas funções de Estado têm donos. Não têm. Têm eleitos. Finalmente, houve muita gente, muitos preconceitos e muitas vaidades derrotados nesta breve noite eleitoral. A eles iremos depois. Só uma nota final relativamente "às décimas". Numa eleição presidencial, perde-se ou ganha-se absolutamente. Cavaco ganhou absolutamente. Todos os outros cinco perderam absolutamente.

12 comentários:

  1. Cavaco, o homem de rigor e palavra irá obrigar Socrates a cumprir as promessa eleitorais.

    Ou seja, baixar impostos, primado da educação contra o betão, etc

    ResponderEliminar
  2. fronteira aberta para a entrada de estrangeiros (cabo-verdianos, russos, brasileiros, ucranianos, romenos, etc) para os salários baixos!

    VIVA!!!!!!

    ResponderEliminar
  3. Um abraco de parabens !

    ResponderEliminar
  4. Se não tivesse havido sondagens diárias(curioso,em 31 anos de Democracia,não fui nunca sondada ou sequer conheço alguém que o tivesse sido,mtº curioso...)como teria sido a arrumação dos candidatos?Não é um exercício tonto reflectirmos sobre isso.

    ResponderEliminar
  5. Agora é só esperar que o país mude de rumo.

    ResponderEliminar
  6. O rigor de Cavaco foi pôr os Portugueses que se esfalfavam para conseguir o pão de cada dia a pensar que qualidade de vida é ter um todo terreno topo de gama!Ele foi facilidade de crédito;esvaziou por seu lado a capacidade e até a existência de sindicatos;etc.A memória do ser humano e muito particularmente do Português é ínfima...O neo-liberalismo é um dos muitos caminhos para se atingir de novo a Indigência da maioria.

    ResponderEliminar
  7. Pela primeira vez em muitos anos,na zona onde eu moro,não houve quaisquer festejos,buzinas,mas,também o que há de bom para festejar?

    ResponderEliminar
  8. Eu também acho que todos os outros cinco perderam e, aliás, quatro deles assumiram isso.Só Manuel Alegre (coitado!) é que acha que ganhou...não se sabe bem o quê...

    ResponderEliminar
  9. MUITO BEM !!!
    VIVA O "ABSOLUT CAVACO"

    ResponderEliminar
  10. Mas, meu caro, as décimas e as centésimas, como tudo na Matemática, têm um significado concreto! Neste caso é um significado político...

    Conhecê-lo-emos a seu tempo.

    Entretanto: parabéns, parabéns, parabéns! Ao Cavaco (que é o presidente de metade dos portugueses mais seis décimas) e ao Alegre (que ganhou ao Soares, então?), é a hora de dar-lhes os PARABÉNS, porque podem bem ser os últimos.

    ResponderEliminar
  11. Tirar ilacções da enorme abstenção é que não dá jeito nenhum,hum? Nem à direita nem à esquerda...
    3,3 MILHÕES!!!

    ResponderEliminar
  12. Ecletismo,Erudição,Criatividade,Es-
    trutura,Cultura para acabar com o DESASSOSSEGO Neste País.É este o ÚNICO Caminho para que o Futuro nos aconteça!

    ResponderEliminar