"De repente pensei que a Joana Amaral Dias pode estar para a candidatura de Mário Soares, como este esteve, como mandatário da juventude, para a candidatura de Norton de Matos." Será que Medeiros Ferreira, numa notável antecipação estratégica, já antevê uma candidatura presidencial de J. Amaral Dias, digamos, para 2050? E Norton de Matos, essa veneranda figura, como "estava" e como ficou em meados do século passado? O general Norton de Matos apresentou-se oficialmente às eleições para a Presidência da República, em Julho de 1948, após algumas hesitações, já que a sua candidatura demorou a criar consenso. António Sérgio apostava no general Costa Ferreira, que tinha sido ministro da Instrução de Setembro a Dezembro de 1929, e outros preferiam Mário de Azevedo Gomes, um dos patriarcas da oposição ao salazarismo e membro do directório Democrato Social. Manuel Serras e a antiga estrutura do Partido Republicano Português eram da opinião que a Oposição não devia apresentar um candidato às eleições. A campanha eleitoral começou a 3 de Janeiro de 1949, e as eleições realizaram-se em 13 de Fevereiro, tendo o general Carmona sido reeleito e Norton de Matos desistido no dia anterior.
Adenda: No final da inauguração da sede de campanha do dr. Soares, a mandatária Amaral Dias, num arrebatamento feito de nostalgia "anti-fascista" e de "bloquismo" primitivo, avisou que "daqui partimos da resistência para a luta". Em que mundo e em que tempo viverá a ilustre mandatária?
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