25.9.06

MATEMÁTICA FUNCIONÁRIA

Num simples post, o Eduardo Pitta resume o fundamental e a respectiva "história". Pena é que a "central de comunicações" do governo - explicada no Sol pelo Jerónimo Pimentel - esteja permanentemente a excitar a opinião pública contra os funcionários do Estado, enfiando tudo e todos no mesmo saco de gatos. Antes de expelir os resultados das suas "comissões" de sábios - nas quais estão funcionários públicos, a menos que os professores universitários e outras luminárias que eu bem conheço sejam da "sociedade civil" -, conviria ao executivo explicar (como se isso lhe interessasse...) a diversidade do conceito de "funcionário público". A gente sabe que, quer os membros do governo, quer os seus assessores e os seus sábios, não apreciam misturar-se com as porteiras das escolas secundárias ou com os coveiros municipais. A designação de "funcionário" ou de "servidor do Estado" arrepia estas almas democráticas. Vai daí, lança-se um anátema geral, sabendo de antemão o governo que, dado o Estado napoleónico em que sempre vivemos, se o "funcionário" e respectiva família se irritarem muito, na altura certa não há votos para ninguém. Oxalá me engane, mas convém estar atento ao "discurso" da "central" sobre a administração pública mais perto de 2009. Setecentos e tal mil votos, fora as mulheres, os maridos, os avós, os pais, os filhos, os netos, os amantes e as amantes, podem dar cabo de uma maioria absoluta. Pelo andar da carruagem, não se perdia grande coisa.

1 comentário:

Barão da Tróia II disse...

Bem verdade. Boa semana.