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8.12.11

CONTRA OS MATERIALISTAS GROSSEIROS



Uma das raras coisas de jeito que li nos jornais dos últimos dias, foi uma entrevista ao cineasta Lars von Trier a propósito do seu filme Melancholia (os sublimes primeiros minutos fazem lembrar os "acordes" das primeiras linhas de As Benevolentes, de Littell). Diz ele que o politicamente correcto está a dar cabo do mundo. Tem razão. Antes dele, e sem nada aparentemente que os una em matéria de "ideias", Camille Paglia, já tinha dito o mesmo por outras palavras. «É preciso varrer toda esta droga pós-modernista e estruturalista que não produziu nada a não ser postos académicos, promoções e salários de sucesso e a ideia de que gente que balbucia trivialidades esquerdistas é de esquerda quando não passam de "materialistas grosseiros."» Pacheco, Luíz, era mais "directo" em terreno doméstico dos anos 60 mas não menos realista sobre estes "materialistas grosseiros" que acabaram por tomar conta de tudo (gente sistémica e videirinha à vez nas esquerdas e nas direitas por esse mundo fora) quando escrevia que «sabendo-lhes das vidas e lendo-lhes os dislates, ficamos a saber que são tanto da esquerda (ou da direita, acrescento eu) como a merda.» Mas que dão cabo do dito mundo, dão.