8.3.11

NÃO HÁ PACHORRA


Os meninos e as meninas "à rasca" são o novo fenómeno do Entroncamento. É o protesto chique do momento. Porque não vemos homens e mulheres de quarenta e de cinquenta anos, porventura mais "à rasca" do que estes meninos e meninas a quem é dada toda a visibilidade do mundo, a pretextar a interrupção brutal nas suas vidas de trabalho para se exibirem onde sabem que, obrigatoriamente, têm palco. Não há pachorra.

Adenda: Na televisão apareceu um menino destes que falou em levar "máscaras rosa e laranja" (ele não tinha a certeza mas alguém ao lado lá lhe soprou às orelhas) para uma coisa onde estava Sócrates. O autor deste blogue não recebe lições de ninguém sobre Sócrates. Mas não é Sócrates que está aqui em causa nem tão pouco o "fascismo", um argumento a puxar ao rasteiro básico. A prosa do menino não engana ninguém. Aquilo é Louçã dos pequeninos a fazer política (má, festivaleira, apalhaçada, rasca e não à rasca) com a desculpa dos recibos verdes e do raio que o parta. Ou as "máscaras rosa e laranja" brotaram espontaneamente daquela cabecinha loira?

31 comentários:

  1. Caríssimo, não vi nenhuma referência da sua parte ao artigo que saiu 6ª-feira passada no Ípsilon acerca desta mesma geração de que fala neste seu post. Talvez não lhe tenha apetecido perder tempo com isso, mas a mim parece-me grave que o discurso "socrático" esteja já e cada vez mais patente, não só nos orgãos de comunicação do regime, mas também naqueles que aparentemente não o são. Neste caso do Ípsilon esse discurso refere-se à cultura desta mesma geração, que ao que parece é muito mais culta do que outras gerações o foram antes dela. Aparentemente hoje em dia para se ser culto em Portugal apenas basta fazer milhares de downloads de músicas e de filmes, e ir a festivais de música. São estas as características transversais aos jovens que o Ípsilon entrevistou. Alguns deles até vão a museus, outros até vão às vezes ao teatro e ao cinema; também parece que leêm livros (quais não se faz referência) mas afirma-se que têm a cultura no seu ADN, pois todos eles tem a música (que música não parece ser importante) como parte integrante das suas vidas.
    É isto que significa ser culto nos dias de hoje? Temo pelo futuro dum país onde se afirmam estas coisas, onde se perpetuam mentiras, mentiras essas que à força de serem repetidas tornam-se verdades...

    ResponderEliminar
  2. irene lima12:01 da tarde

    Caro João,
    «À rasca» andamos todos.Os de 20,os de 40,os de 50...aproveitamentos,sempre houve e haverá.E tem razão quando diz que alguns deixaram de ter palco.No entanto,quando ouço o nosso primeiro,falar com um total desdém,referindo-se ao sucedido, ontem em Viseu,como uma brincadeira de Carnaval...(como tal,nínguem leva a mal)...fiquei com vontade de fazer parte dos milhares que no próximo sábado gritarão contra esta CORJA!
    Um abraço.
    Irene Lima

    ResponderEliminar
  3. Pedro Ferreira1:10 da tarde

    Lá porque os maduros andam por aí anestesiados a-corar-ao-sol-nas-filas-para-abastecimento-antes-da-subida-do-gasóleo, os tenrinhos à rasca fazem muito bem em chatear o kadhafi da brancamp.

    O tipo ensandeceu de vez.

    Ontem resolveu dizer que o FMI seria a vergonha, se viesse...

    Mas não há quem explique a esta anedota, a diferença entre a vinda do FMI e a chegada dos efeitos de um anticiclone dos Açores?

    Um vem convidado, o outro apresenta-se...

    Se amanhã Cavaco não se apresentar convenientemente munido de credencial para ordenar a desratização dos ratos do rato, fica a dúvida se bastará o FMI ou se o caso fiará mais fino: quiçá a chamada do administrador da massa falida!

    ResponderEliminar
  4. ...depois existem os mesmos fenómenos de sempre, daqueles 'fenómenos' que - por mais que tentemos olhar de uma diferente direcção - não mudam e vão desbotando com o passar das décadas: as centrais sindicais preparam-se para cavalgar as marchas e os protestos, vampirisando o 'capital de queixa' dos não-profissionais, não-sindicalizados e não-produtivos; a esquerda radical já exumou os velhos chavões revolucionários do baú, dando-lhes uma feição falsamente jovem-deolinda e actualizada. E, sobretudo, o velho Jerónimo já respondeu às ingénuas ideias de Bagão e outros para o incorporar num eventual Governo Patriótico: dois dias depois já vociferava ódio-operário num comício do PCP contra a 'política de direita' e zurzia raivosamente os partidos e os sectores que não gostam do regresso dos Kolkhozes-do-Alentejo, não dando tréguas ao bom-senso e declarando assim não querer 'integrar nada'.
    Veremos no que vai dar este contínuo de selvajaria lunática e gananciosa das máquinas partidárias; e veremos onde irá o governo (qualquer governo...) buscar o dinheiro necessário para dar conforto e garantias aos manifestantes. Não posso deixar de considerar, com revolta interior, que a histeria colectiva da incompetência, da maldade e da exigência sem freio omitem deliberadamente que o País "se endivida diariamente no valor equivalente ao de um submarino". E para conseguir NADA.

    Ass.: Besta Imunda

    ResponderEliminar
  5. Talvez porque os homens de quarenta e cinquenta nada fizeram. Assim os meninos e meninas à rasca têm que fazer aquilo que os que deviam já ter feito, não o fizerem. Os parvos não são os meninos. Parvos são aqueles que sempre viveram como os meninos hoje vivem ou pior, mas sem darem um piu. Desculpe a intromissão, mas não consegui manter estas singelas palavras só para mim. Cumprimentos - IR

    ResponderEliminar
  6. Mas você não vê telejornais nem lê jornais ? Tanto encerramento de fábricas por esse país fora que foi noticiado nos últimos dois anos ...

    ResponderEliminar
  7. A pessoas de 40 , 50 tem filhos e tem responsabilidades grandes, casa, carro , escolas, pais doentes, etc. A juventude não tem nada a perder além de que era bom ter cuidado com eles, ainda me lembro de Maio 68...

    ResponderEliminar
  8. Se calhar não tens pachorra porque a as mascaras rosa e laranja são iguais neste carnaval politiqueiro. Não tenhas medo que não te tiram o protagonismo.

    ResponderEliminar
  9. eu cá vou à manif. pq não vem tb, se se sente à rasca, ou será apenas desarranjo digestivo?

    ResponderEliminar
  10. floribnundus2:30 da tarde

    a velhada agacha-se e mostra o 'nalgatório' para levar mais uns pontapés

    'há sempre alguém que resiste ...'

    ResponderEliminar
  11. Entre o prostesto chic - nem é - e a conivência chic que permite que o governo do pais esteja criminosamente nas mãos deste personagem de ópera bufa, prefiro decididamente os primeiros.
    Veremos, amanhã, se há alguém a acrescentar aos coniventes. Alguém que tem obrigação de saber bem quanto custa ao país e ao futuro dele a manutenção pelas elites deste triste palhaço.

    ResponderEliminar
  12. Como hei-de dizer...
    Alguns dos que hoje nos (des)governam foram "revolucionários" na juventude... Alguns até presos pela PIDE...
    Que nos valeu essa "rebeldia politica? Simplesmente acomodaram-se ao sisteme e dele tiram fama e bom proveito...
    Este "aborto" da nova rásca... faria pior ,porque é realmente RASCA...

    ResponderEliminar
  13. a.marques4:36 da tarde

    Como hei-de dizer... art.mendes disse tudo...

    ResponderEliminar
  14. Se concocarem uma manif para por fogo nas canelas do dito cujo, contem comigo. Os objectivos das coisas têm que ser claros. Se é para mudar alguma coisa, comece-se por correr este ranhoso do dito cujo, mas não é com punhos de renda... Se for preciso dá-se-lhe uns bofetões, que bem os merece. Convoquem lá a manif para correr com o ranhos, vá, que eu vou!

    PC

    ResponderEliminar
  15. Vão à Manif pedir mais Estado.
    O Estado que vos lixou.
    Ainda lhe querem dar mais poder.

    Que tal se fossem pedir Liberdade?

    lucklucky

    ResponderEliminar
  16. Não é "expontaneamente", é "espontaneamente". Enquanto não desaparecem todas as regras,boas e más,dr. Gonçalves,dê o exemplo,corrigindo-se...

    ResponderEliminar
  17. Sejamos Sérios6:15 da tarde

    Sou um bocado mau em contas de subtrair, mas as pessoas de 40 e 50 não são as que pertenceram ao MASP?
    É claro que, para manterem a coerência não iam agora manifestar-se contra a podridão que ajudaram a criar.

    ResponderEliminar
  18. Desde o fenómeno do Entroncamento da bela(o), do monstro, do portátil e do saca-rolhas que a passar-se em curral de moinas teria tanta importância como o tiro de caçadeira do marido na mulher no curral das vacas mas como se passou em Nova Iorque com uma figura pública ganha logo outro glitz da Madison Avenue, que meti férias dos espasmos ridículos do Regime e da sua agenda mediática previsível e inconsequente.

    Mas não deixa de ter a sua graça a agitação deolinda e a música obnóxia, no país que tinha os seus jovens barbudos há 40 anos a dizer que o fado era género musical reaccionário e do Estado Novo, ter o mesmo fado agora como de intervenção, imagine-se, só que de pior qualidade.

    O circo mediático quer transformar isto por cá, pouco mais que uma arregimentação do Bloco (mais do mesmo), em movimento social, com sonhos molhados com o Maio de 68 e excitados de mastro em riste que estão com o que se passa pelo resto do Mediterrâneo apenas ligeiramente mais Africano que o nosso, com o que apelidaram de revoluções de facebooks e redes sociais. Como perguntava Estaline quantas divisões de tanques tinha o Vaticano, hoje deve ser Khadafi e restantes torcionários seus vizinhos a perguntar o que podem fazer aqueles jovens com os seus portáteis com ligação wireless (além de um golpe à Seabra).
    Pode crer que não há pachorra para tanto circo e faits-divers num país que está em contagem decrescente para "tempos interessantes". Como dizia o outro do canal do meio-irmão do Costa que já trataram de cancelar, ou era empobrecer com modorra ou empobrecer com barulho, e já começa a haver ruído a mais.
    Merkwürdigliebe

    ResponderEliminar
  19. O MAIS DO QUE INDIGNO RUFIÃO QUE NOS DESGOVERNA ANDA POR AÍ SEM QUALQUER VERGONHA NA TROMBA A FALAR DE DIGNIDADE QUANDO O SIMPLES FACTO DE APARECER EM QUALQUER REUNIÃO INTERNACIONAL LANÇA A INDIGNIDADE SOBRE PORTUGAL E OS PORTUGUESES.TODOS OS QUE ESTÃO À RASCA,NOVOS OU VELHOS,DEVEM PREPARAR-SE PARA CORREREM COM O RUFIÃO À CACETADA ATÉ AOS CONFINS DO DESERTO LÍBIO PARA JUNTO DO KADHAFI.

    ResponderEliminar
  20. Gallião Pequeno7:09 da tarde

    Não há meio de mandar o "hipócrita" e a sua corja pastar para bem longe.

    ResponderEliminar
  21. "Isto" já parece aquelas reuniões de condomínio onde o vígaro do administrador é o único com pachorra para (se) administrar (n)a "coisa"... Estamos muito ocupados com as nossas vidinhas e pensamos: "era bom que alguem corresse com o ranhoso do dito cujo...", mas não damos nem um passo (nem um nem mais!), para não nos responsabilizarem por a "coisa" ficar sem administrador, que horror...

    Pois bem, corramos com o dito cujo e depois... logo se vê! A "coisa" continuar com este ranhoso com as mãos na massa é para nos arruinar!

    MANIF PARA CORRER COM O DITO CUJO, RANHOSO! Qualquer sábado me serve. Até pode ser durante a semana. Perco o dia de trabalho (e eu quando não trabalho não como), mas é por uma boa causa. Decidam-se!

    PC

    ResponderEliminar
  22. Assim é como diz o vizinho de cima.

    Este marmanjo faz sentir a mesma vontade, como no tempo do Salazar.

    Alia-mo-nos ao diabo, se for preciso.

    As tretas nesta altura são como o outro dizia: nem faz nem sai de cima.

    ResponderEliminar
  23. Que tristeza. Disfarçar, mas fazer parte do lodo,é tramado.

    ResponderEliminar
  24. Se querem prostestar que levem bazucas às costas como fazem os «opositores» ao regime kadafiano!

    ResponderEliminar
  25. Pelo somatorio e teor dos coments podes verificar que estiveste mal oh gonçalinho. Foste muito blasée, preconceituoso e sobretudo bimbo, sem a sensibilidade necessaria.

    ResponderEliminar
  26. O movimento terá a dimensão que tiver , e a ele associam-se quem quizer, basicamente todos. O BEsquerda tem feito toda a força para ser o pai da manif e das revoltas dos estudantes e da geração. O bloco até ja tinha cançao que era a Deilonda, mas agora vieram os homens da luta...reaccionarios dizem eles.
    O BEsquerda esta a fazer com a geração rasca o mesmo que o PS fez com os 100 anos da republica, que se intitularam legitimos herdeiros do pensamento republicano e se colaram ás festividades, com a camara de lisboa em bicos dos pés a dizer foi aqui, foi aqui...oh para nós aqui...fomos nós.

    ResponderEliminar
  27. hajachorra11:37 da tarde

    Pois eu diria mais: hajapachorra. Quando isto começar a sério toda a gente vai perceber que o aliado objectivo do socretino engenheiro foi e é o economista louçã. Como não podia deixar de ser, os pequeno-burgueses da roupinha de etiqueta e da lampreia e da bichanice têm os mesmíssimos interesses a defender.

    ResponderEliminar
  28. É preferível pertencer a uma geração que vem para a rua berrar por emprego e direitos adquiridos no mercado de trabalho do que pertencer a uma geração (os que agora têm 40 e tal e 50 e tal) que se fecha em casa calada, encostada aos redimentos que o nosso Estado Social lhes garante para não fazerem nada na vida

    ResponderEliminar
  29. Só é chique porque estas coisas são comentadas por muita gente, da qual faz parte, mas que não quer dizer que não merece estar parte da agenda.

    Lá por muita gente estar a viver anestesiada, há muita outra que não se revê em muita da realidade por vós concebida. Como em qualquer altura da História, você também viveu (ou já da altura era reaccionário?), houve protestos na rua que começaram com a juventude. É assim que se avança a civilização srs.

    O ódio com que aborda este tema é tão óbvio. Ainda puxa o exemplo de que todos deviam ser mansos, assim como aqueles que não fazem o chinfrim perante a desgraça do desemprego. Se isto não é um exemplo de um proto-neo- qualquer coisa, mas de raíz fascista como você ridicularizou como sendo um argumento "á rasca" então - Também acho que devemos actualizar nomenclaturas!

    Não é direitos adquiridos. Não é trabalho para toda a vida "confortável". é sobre uma falência total do sistema, uma preparação para o futuro. Para já, ainda vivemos sobre as regras que existem, e tentamos pelas vias laborais. O caminho da equidade no tratamento, da redução crítica das desigualdades, na promoção do bem-estar e da alteração de padrões de vida.

    O que vocês construíram está mal e não funcionará. Por isso, se ainda quiserem fazer parte da solução estão perfeitamente a tempo!

    Adoro pessoal mais maduro, e ainda mais dos velhos.


    Good night, and good luck
    DC

    ResponderEliminar
  30. Eu tinha doze anos no 25 de Abril...e não vou em cantigas. Querem picar? Piquem o corno do vosso pai...

    ResponderEliminar