11.11.10

A MALVADA

Os derradeiros "adeuses" vi-os no Restelo. E acenei sempre porque chegará o dia em que não haverá nem resposta nem aceno. Mas o que fica é alguém dizer isto da vida: «Essa senhora (a solidão) é uma malvada, que me persegue por entre as paredes vazias da casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de comunicar, de sentir gente.»

5 comentários:

  1. Anónimo6:37 p.m.

    Homem com alma grande, não merecia viver num país de corruptos e trafulhas, mas infelizmente há pouca gente assim, a distribuir simpatia por toda a gente anónima, quanto baste, para se sentir feliz
    Paz à sua alma
    S.Guimarães

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  2. Eis u Homem resumido. Grande como um girassol.

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  3. Numa estadia minha em Lisboa aqui há uns anos, por vezes tinha que passar por aquele local (Picoas/Saldanha). Um dia um dos meus filhos, que já se tinha apercebido daqueles acenos, indagou-me: se ele era maluquinho.
    Respondi-lhe que apesar de insólito, aquele aceno era uma forma de ele humanizar uma cidade, (como todas as grandes cidades) onde já ninguém sequer olha para ninguém.

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  4. Anónimo9:23 p.m.

    Caro João, são estes pequenos gestos, pequenos nadas, que nos torna Humanos. A solidão ataca-nos. Apenas teremos que a receber com dignidade como o nosso concidadão que não conhecia, mas agora conheço, por si, através de si, e que me faz mais HUMANO.
    Continue a acenar do seu jeito. Muitos estão consigo a receber os acenos e acenar também do seu jeito e modo, até que a solidão nos dê o seu golpe fatal...Sim é uma TRAGÉDIA, mas se temos FÉ ELA nos redimirá, a todos.
    Todavia teremos sempre que Lutar por um Mundo e por um Portugal com mais HOMENS BONS E CORAJOSOS.
    Agradecido.

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  5. Zé Rui10:00 p.m.

    Acido e corrosivo com os vivos e de uma imensa humanidade e dignidade com os mortos.

    Magnifico Post...

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