8.3.10

UM PRÉMIO


Agora que está na moda dar prémios a toda a gente à conta das comadrices (suspeito mesmo que há prémios que só existem para "transformar" os premiados em escritores), um prémio de "vida literária" entregue a Maria Helena da Rocha Pereira corre o risco de passar tão despercebido como ela tem passado.

9 comentários:

  1. Despercebido? Só se for entre os provincianos de Lisboa. Estas premiações pouco significam para quem publica edições críticas na Teubner, mas deviam servir, isso sim, para pensar nas causas do mais-que-deplorável estado do ensino em Portugal. Uma delas é com certeza a exclusão das línguas clássicas dos planos curriculares das escolas secundárias. Chegámos a este absurdo de termos, como nunca tivemos, um grupo relativamente grande de classicistas, que trabalha e publica em qualidade e quantidade, e simultaneamente impedirmos os mais novos de beneficiarem desse saber. É também isto a mentalidade socretina, a ignorante doutorice alçada a retrógrada modernice.

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  2. Maria Helena Rocha Pereira foi, honro-me disso, minha professora de Antiguidade Clássica, em Coimbra.
    Ainda ontem me chegou à mão «The Greeks» de H. D. F. Kitto, que ela nos aconselhava, por ser súmula conseguida de estudos das letras e civilização gregas.
    Aluno meu Carlos Humberto, hoje professor, e tradutor de Séneca, nos disse a boca calada, haver em Maria Helena da Rocha Pereira falhas algumas agora provadas por estudos recentes das pedras e inscrições helénicas, assunto no qual ele (Carlos Humberto) se especializou na Gran Bretanha, a ponto de não ter entre nós quem para o examinar conhecimentos haja. Mas adiante. QUE TODOS FALHAMOS.
    qUANTO A PRÉMIOS...
    Dou um exemplo de um «nosso» , mas «camarada», que na orelha de uma sua antologia poética de 93 ostentava nota oficiosa de catorze (ou quatorze) -- pasme-se -- chorudos prémios literários. Para aclarar o obscuro caso -- e quem é o banido Ochôa que alguém tema? (Quem não deve não teme.) -- direi que a dita antologia se chamava, e chama, «O Fantasma da Ópera» ou «da Obra», que memória me não falhe.
    Deus de nós se compadeça ante tais e tantas vilezas compadrios e mesclas coniventes!
    Recordarei só um amigo também meu professor -- já ido -- que muito próximo foi da Maria Helena Rocha Pereira: Victor Matos e Sá, perda nossa, trágica perda nossa, puríssima perda.

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  3. radical livre9:11 da tarde

    o lixo anda nas bocas do mundo
    ninguém fala das pessoas sérias e honestas como a Prof. MHRP.

    por mim não aceitava o prémio
    não por se falar tanto da Grécia

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  4. quem e que vai hoje ao jantar que o Cavaco oferece?tu vais ou poupas a tua parte?

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  5. Meu caro... não costumo jantar, como uma sopa em casa normalmente.

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  6. sempre se poupa do teu lado mas o regime estraga por outro...pagas na mesma ...

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  7. Gostaria de recomendar vivamente a leitura da parte do II Volume dos "Estudos..." dedicada às ideias morais e políticas dos Romanos.

    Para quem queira ser lembrado da nobreza da política.

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  8. Luísa Boléo1:24 da manhã

    Li «n» livros dessa professora sapientíssima, nomeadamente Helade. Infelizmente o que não passa na comunicação social light não se vê.
    Maria Helena do Rocha Pereira a primeira catedrática portuguesa (Carolina Michaelis de Vasconcelos foi apenas convidada, apesar de muito sabedora, mas não fez exames para chegar à cátedra)deixa uma obra fantástica.
    Obrigada Maria Helena.

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