16.1.10

PORTUGAL CONTEMPORÂNEO - 2

«Em S. Bento, os partidos trocam gravemente um imposto por outro, aumentam aqui e diminuem ali e cada um procura sair com alguma coisa, por pouco que seja, que sirva o seu particular interesse e segure o seu voto. Apesar do que por aí se proclama em contrário, o Orçamento, para eles, não é um instrumento para reformar e reorientar o país. No fundo, como se verá, não passa de uma engenhoca eleitoral e de um álibi para agências de rating. Nem a Assembleia, nem o Presidente se perguntam por que razão Portugal recaiu no velho vício do endividamento externo e interno, que lentamente corrompeu a Monarquia Liberal e liquidou à nascença a I República. E se por milagre se perguntassem, não sabiam responder. Discutir o Orçamento - e, pior ainda, segundo consta, um plano a longo prazo para "solidificar" as finanças públicas - sem uma palavra sobre a administração central e local, sobre a corrupção, sobre a justiça e, principalmente, sobre a eficácia e papel do Estado Providência, é um absurdo. As "vozes do derrotismo" são hoje, infelizmente, a "voz da realidade". Cassandra, afinal, não se enganou.»

Vasco Pulido Valente, Público

3 comentários:

  1. radical livre1:54 da tarde

    o polvo, verdadeira monstruosidade socialista, iniciou a liquidação do país a partir das famosas guterradas.

    este pm prepara o funeral do cadáver adiado morto de inanição.

    «tudo pelo governo,
    nada contra o governo»
    «a bem do socialismo»

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  2. Cassandra nunca se enganou; pelo contrário, sempre acertou nas duas profecias, já que ouvia a voz dos deus. O seu castigo, por ter recusado Apolo, era não ser acreditada por ninguém.
    A maldição de Cassandra recai mais sobre nós do que sobre ela.
    A coisa está tão má que até VPV cita mal - ou há uma variante da lenda de Cassandra que não conheço.

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  3. "O ETERNO RETORNO" (da situação vigente):

    - Poderia admitir-se a presidencialização do regime, como modo de garantir maior responsabilidade, estabilidade e eficácia na governção. (...) Acontece que a urgência absoluta trazida pelas ameaças financeiras não comporta mais delongas.
    E o tempo da preparação, do debate e da eventual constitucionalização de um regime presidencial seria excessivo e imcompatível com a premência da situação.
    Por isso, a presidencialização converte-se agora numa hipótese inoportuna.
    Resta-nos portanto, o quadro do sistema de governação vigente.

    Prof. Medina Carreira
    In «Portugal, que futuro?»

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