ÉTICA A ÓSCAR

Também reparei em Mário Crespo a babar-se para cima desse Óscar que, pelos vistos, ensina ética às meninas e aos meninos candidatos a jornalistas. Deve ser por isso que as redacções parecem juventudes partidárias onde toda a gente anseia por esmagar toda a gente num verdadeiro concurso incessante do pior. E também reparei no temor reverencial com que Crespo "bebeu" as néscias sentenças de Óscar que constam de uma tese de mestrado, talvez dele ou de algum epígono. Mascarenhas foi presidente do sindicato dos jornalistas, uma coisa de onde brotaram notabilidades como o actual director de Lusa, um Viana, com uma narrativa muito próxima da do famoso Marcelino, do "diário da manhã" do regime. Os melhores jornalistas que conheci nunca precisaram de cursos "da especialidade" para serem os excelentes jornalistas que foram. Cunha Rego ou Vitor Direito - apenas para falar de mortos - eram acima de tudo cidadãos interessados em perceber. Duvido que hoje, salvo honrosas excepções, algum jornalista, antes de narrar seja o que for, perceba do que é que está a falar. Enfatuados mandarins como Mascarenhas fermentaram a stasis ética do jornalismo actual. Nada que espante.