Ontem à noite, numa nova "quadratura" na televisão, três funcionários públicos - altos funcionários, a saber, o presidente do Instituto Nacional de Administração e dois investigadores do Instituto de Ciências Sociais - passaram parte do "debate" a zurzir metodicamente na função pública. De facto, não consta que nenhum deles trabalhe, por exemplo, para a "corticeira Amorim" ou seja delegado de propaganda médica. De acordo com as criaturas, o governo foi parco na sua azáfama apoucadora da função pública. Era preciso "varrer" mais funcionários - o presidente do INA que, por acaso, foi ministro da saúde, mostrou-se "orgulhoso" na redução de não sei quantos mil sem especificar como é que eles foram "reduzidos" - pois só assim o famoso ímpeto "reformista" poderia ter sido prosseguido sem hesitações. O investigador "senior" - que em alguns dos seus livros costuma agradecer ao ICS por o ter deixado "trabalhar em paz" - foi particularmente contundente talvez por ignorar que muitos funcionários públicos, tão licenciados ou "mestrados" como eles, não possuem o privilégio da "compatibilidade" do exercício da função pública com biscates privados independentemente do preço desses biscates. A função pública é um imenso saco onde se podem treinar os amadores do boxe tagarela. Lamento que, pelo menos dois deles, o façam com tanta displicência a puxar ao "engraçadinho" tão em voga e tão banal. O que é preciso é mesmo animar a malta à custa de alguém, não é verdade? Até o PR serve.
Há já muito tempo tenho reparado que um grupo priveligiado de funcionários públicos - professores universitários, directores disto e daquilo e alguns prelados deste regimen falido e corrupto - passeiam-se pela televisão a emitir opiniões sobre os funcionários e até recomendam o corte drástico de salários e de privilégios.
ResponderEliminarAcontece que esta gentinha - que sempre viveu à custa dos contribuintes e são uns eternos cataventos das organizações partidárias - nunca quiseram nem querem subtrair ao seu modo de vida as regalias e as mordomias que a manjedoura pública lhes outorga e concede.
Até há altos funcionários do Estado que dão várias "perninhas" na administração privada em regimen de part-time na mais vergonhosa prosmicuidade.
Virtudes públicas, vícios privados.
A maior parte destes gurus do socretenismo pedem sacríficios à população em geral, enquanto eles vivem regaladamente nas faldas do poder e no são "convívio" com as grandes corporações monopolistas e grupos financeiros onde são drenados a maior parte da riqueza nacional, por via da extorsão fiscal vigente.
Mas estes abencerragens do regime já são velhos conhecidos doutros "campeonatos".Quando virem que o vento da mudança (inevitável)soprará doutro lado, esta fauna camaleónica readaptar-se-á à nova situação.
São uns biltres, incompetentes e parasitas de alto coturno.
E já que são tão bons a dar receita aos funcionários e à sociedade em geral, porque é que esta nomenklatura não cria as suas empresas, arrisque o seu capital e crie emprego?
Ou querem continuar com uma perna na mama pública para assegurarem uma reforma dourada, muitas vezes sem terem dado nada em troco à sociedade que lhes paga principescamente?
Como se isto fosse novidade em Portugal. Se estes gajos abrissem um manual da nossa história, veriam que o peso do Estado é directamente proporcional à fraqueza da nossa iniciativa privada que com ele sempre conta. De regime em regime...
ResponderEliminarMuito bem fisgado. Haja quem repare nessas 'coincidências'!!!
ResponderEliminarO que estes senhores deviam, isso sim, era usar o distanciamento do seu 'estatuto' para apontar livremente o dedo aos pés de barro da reforma da AP.
E são tantos...
- Será que ignoram, ou também eles parecem querer esconder o óbvio, porque dá muito trabalho e obriga a folhear o fastidioso Diário da República? Porque se o fizessem, ou se fossem mesmo funcionários públicos, ficariam a saber muitas coisas interessantes que passam escondidas ao olhar dos cidadãos:
- como, p.ex, que a maioria dos casos de reestruturação dos serviços (que sacrifica pessoas no auge da vida activa) aumentou quase para o dobro o número de gestores públicos, leia-se, o número de "boys" ou de concessões a interesses partidários constituídos.
Claro que os ordenados são baixos, não é?... E quanto esses 'seres' são experimentados na gestão da 'coisa pública' que lhes entregam...
Outro lado interessante da reforma:
- a proibição dos organismos de Estado outorgarem directamente contratos individuais de trabalho.
Por razões de racionalidade? Não, visto que continuam a contratar ( efectivamente precisam!). Só que agora são obrigados por lei a recorrer a empresas de trabalho temporário, que depois de cobrar o serviço ao estado colocam lá as mesmíssimas pessoas que já antes colaboravam nos organismos, só que então por muitos menos dinheiro do que agora (não havia que pagar ao intermediário...).
- Isto não é sujeira descarada?
- Não é puro compadrio com interesses particulares que em nada promovem a real iniciativa privada e o tecido empresarial?
E muitos outros exemplos haveria!
Uma vergonha.
Seria interessante que o senhor Prof. Dr. Correia de Campos explicitasse o que foi bem e mal feito em matéria de função pública.
ResponderEliminarO que ele fez na primeira vez que passou pelo governo sabe-se: por exemplo, eliminou a secretaria geral do ministério, correu com o pessoal, tendo à cabeça uma senhora de quem não gostava, criou um serviço que não servia para nada - Departamento de Recursos e Modernização da Saúde, assim se chamava o aborto - e voltou a criar a secretaria geral na segunda passagem pelo governo. É preciso desmascarar estas luminárias, e encostá-las à parede da verdade. Se o povo soubesse a metade do que, de facto, se passa...
Como são lamentáveis esses meus desempregadores impiedosos, além de estúpidos! Mal possa, vou empalá-los com a minha Palavra.
ResponderEliminarA verdade deve ser gritada dos Telhados.
ResponderEliminaro punho na ferida ... mas quem não tem acesso (ou conhecimento) à dita emissão fica na dúvida. De que paradoxais (e nada-sociológicos) se está a falar?
ResponderEliminar