
«Afirmamos viver na "era da informação" e é verdade. Mas seria bom considerar a relevância da comunicação. Pensando bem, sobre as coisas que realmente interessam, sabemos menos que os nossos antepassados. Antigamente vivia-se na aldeia e todos conheciam tudo sobre todos. As casas tinham portas abertas e paróquia, botica ou barbeiro eram excelentes meios noticiosos. Hoje, com o anonimato urbano e privacidade escrupulosa, o nosso conhecimento é mínimo sobre o que nos afecta directamente. Mas sabemos imenso sobre coisas irrelevantes. Guerras e eleições longínquas, intrigas e conspirações mirabolantes e vasto sortido de desastres e calamidades constituem a dieta informativa quotidiana. Pensando bem, essas coisas não valem mesmo nada para a nossa vida.»
João César das Neves, via Povo
João César das Neves, via Povo
Não concordo com João César das Neves. Acho que sabemos imenso da vida privada das pessoas através da comunicação social. Somos mesmo intoxicados com a pequena Maddie, a pequena Esmeralda, os pequenos da Casa Pia, a pequena Joana e muitas mais pequenas coisas deste pequeno país.
ResponderEliminarAgora as guerras longínquas e as grandes calamidades devem interessar-nos, não só porque são acontecimentos mais importantes do que o trivial quotidiano mas por serem susceptíveis de influenciar a nossa vida. Acho até que enquanto os primeiros casos, salvaguardadas as excepções, não passam de bisbilhotice e "voyeurismo" os segundos podem alterar radicalmente as nossas vidas. Recorde-se que um pequeno acontecimento em Sarajevo, quando um estudante matou o herdeiro do trono austro-húngaro, desencadeou a Primeira Guerra Mundial.
Estou 100% de acordo com o Dr. César das Neves.
ResponderEliminarÉ preciso ter a paciência do garimpeiro: no meio de muito cascalho e entulho lá aparece uma pepita que, para se determinar o seu peso e valor correcto, tem que ser posteriormente analisada e comparada em diferentes "laboratórios".
a abertura dos telejornais faz-me lembrar a manchete de jornal do final do séc. XIX
ResponderEliminar«tiros no conde barão, facadas no principe real»
radical livre
ALDEIA GLOBAL
ResponderEliminar[Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro]
anda eufórica toda a gente com a era da informação fechada em casa ligada à rede ou grudada à teelvisão na vertigem das notícias em constante circulação sempre mais e mais depressa tornou-se a grande obsessão "é a aldeia global" - explicam num júbilo imbecil, prontos a desfilar o rosário de maravilhas dos novos tempos, sem discernirem que aldeia sempre foi o sinónimo de isolamento e conformismo, de mesquinhez, aborrecimento e mexerico e que, de qualquer modo, o que verdadeiramente importa se mantém secreto. do além-mar ou da mafia julgam que tudo se pode saber econonomia ou política? o difícil é o escolher crimes de sangue relatos de amor são mais fáceis de perceber "é a aldeia global" - explicam num júbilo imbecil, prontos a desfilar o rosário de últimos acontecimentos, sem discernirem que, contrariamente ao mundo observado directamente, em que a relação com o real é absoluta, estão a consumir meros resumos simplificados da realidade, manipulados num fluxo de imagens de que são simples espectadores e cuja escolha, cadência e direcção não controlam nem têm possibilidade de verificar a veracidade e em que, finalmente, no frenesim meticulosamente planeado de dados surpreendentes, o que verdadeiramente importa se mantém secreto. o que importa é saber onde raio se oculta o poder
Mão Morta - álbum "Há já muito tempo que nesta latrina o ar se tornou irrespirável", um trabalho que teve como ponto de partida o discurso situacionista de Dèbord.
(a escrita e a pontuação surgem como no sítio da banda)
Queres mais uma? O CRonaldo é o "melhor do mundo". Isto, porque decididamente o que fez na Selecção não contou para a coisa. Vá lá, muito vivório e foguetório durante toda a semana...
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