15.6.08

O «INCIDENTE»



Sarkozy, por quem este blogue tem um módico de consideração política, apelidou de "incidente" o "não" irlandês. Como se estivesse a falar de uma mulher sua, o presidente francês afirmou que a Europa não pode entrar em crise por causa do referido "incidente". Esta sobranceria vesga deu o mote para começarem a pensar em "obrigar" a Irlanda a repetir o referendo, presumivelmente até que o povo lhes dê o "sim". O dr. Barroso e o seu maoísmo congénito estão a fazer escola junto dos mandarins europeus. Em vez de "democratizarem" a Europa, estes efémeros dirigentes afastam-se cada vez mais dos respectivos cidadãos. O fundamental é que ninguém lhes estrague a Torre de Babel em que transformaram o "ideal" europeu e na qual apreciam masturbar-se. A menos que estejam, afinal, preocupados com a carreira política do colega português que forneceu a montra para o espectáculo. Ainda acabam todos esmagados debaixo do precioso articulado. Literalmente.

8 comentários:

  1. Anónimo12:14 p.m.

    Não é grave enganarmo-nos, na verdade até é muitas vezes a ùnica maneira de aprendermos e progredirmos. Partilhei a sua inicial simpatia pelo dito Sarko, mas desiludi-me hà vàrios lustres. Tento rever a minha lista de referências com regularidade e são poucas as que não saiem. Và revendo as suas.

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  2. Creio que a questão é mais simples e, simultaneamente, mais complicada do que isso. Há um "Directório" que comanda a UE e que é quem tem os cordões da bolsa. Quem não se submete, sofre as consequências, ou seja, "leva" como dizia o outro.

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  3. A ideia de ir repetindo referendos até eles darem o que se pretende (acedendo, com isso, a um estado de maior entropia que impede a reversão), foi muito citada a propósito da possível independência do Quebeque:

    Na altura do último refendo (em que venceu o NÃO), um partidário do SIM explicava que era questão de ir tentando, e fazia a analogia com o que sucede quando alguém é objecto de várias tentativas de homicídio:

    «O alvo precisa de ter sorte SEMPRE, enquanto o agente do atentado só precisa de ter sorte UMA VEZ»

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  4. Anónimo3:23 p.m.

    até Herr Adolph era mais democrata

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  5. Anónimo6:38 p.m.

    Mas não deixa de ser uma revoltante Ingratidão aquilo que os Irlandeses fizeram...

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  6. Anónimo7:02 p.m.

    Nem que seja à força da bastonada democrática de que o ex-maoista Durão Barroso se tornou adepto, os irlandeses haverão de dizer sim.
    Os governantes europeus são ridículos? Mas todos os governantes deste s´culo XXI são ridículos, qual é o espanto?

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  7. Eles ainda não estão a ver bem o problema. Com o progressivo reordenamento de forças entre americanos, russos, chineses, etc, pode vir a acontecer algo de imprevisto. Por exemplo, os americanos até verão com interesse uma Europa tal como ela hoje existe, com maiores possibilidades de acordos bilaterais. se a isso juntarmos a abertura do mercado aos investidores, Bruxelas pode ir contando os dias...

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  8. Anónimo1:16 a.m.

    Imagine-se se os governos democráticos europeus, tivessem optado pelo referendo (consulta popular) nos respectivos países como forma de aprovar o tratado europeu! Se em apenas num foi aquilo que se viu o que seria nos restantes 26?

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