22.3.08

A CRUZ DE CRISTO

«No cimo da cruz de Jesus – nas duas línguas do mundo de então, o grego e o latim, e na língua do povo eleito, o hebraico – está escrito quem é: o Rei dos Judeus, o Filho prometido a David. Pilatos, o juiz injusto, tornou-se profeta sem querer. Perante a opinião pública mundial é proclamada a realeza de Jesus. O próprio Jesus não tinha aceite o título de Messias, enquanto poderia induzir a uma ideia errada, humana, de poder e de salvação. Mas, agora, o título pode estar escrito ali publicamente sobre o Crucificado. Ele, assim, é verdadeiramente o rei do mundo. Agora foi verdadeiramente «elevado». Na sua descida, Ele subiu. Agora cumpriu radicalmente o mandamento do amor, cumpriu a oferta de Si próprio, e precisamente deste modo Ele é agora a manifestação do verdadeiro Deus, daquele Deus que é amor. Agora sabemos quem é Deus. Agora sabemos como é a verdadeira realeza. Jesus reza o Salmo 22, que começa por estas palavras: «Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?» (Sal. 22/21, 2). Assume em Si mesmo todo o Israel, a humanidade inteira, que sofre o drama da escuridão de Deus, e faz com que Deus Se manifeste precisamente onde parece estar definitivamente derrotado e ausente. A cruz de Cristo é um acontecimento cósmico. O mundo fica na escuridão, quando o Filho de Deus sofre a morte. A terra treme. E junto da cruz tem início a Igreja dos pagãos. O centurião romano reconhece, compreende que Jesus é o Filho de Deus. Da cruz, Ele triunfa sem cessar (...) «Quem procurar salvaguardar a vida, perdê-la-á, e quem a perder, conservá-la-á » (Lc. 17, 33) — disse Jesus, afirmação esta que se encontra nos Evangelhos com diversas variantes (cf. Mt. 10, 39; 16, 25; Mc. 8, 35; Lc. 9, 24; Jo. 12, 25). » (Joseph Ratzinger) O martírio do Filho de Deus permanece para os cristãos - mesmos para os maus cristãos e pecadores como eu - o verdadeiro mistério que ilumina a nossa vida desesperada e a nossa razão céptica. Na sua inexpugnável solidão, iniciada na Ceia, que passa pela Cruz e que termina na Morte e Ressurreição - "Pai, por que me abandonaste?" - Jesus representa a coragem e a esperança vivas.

8 comentários:

  1. Anónimo2:32 a.m.

    "Pai, por que me abandonaste?" Muitas vezes essas palavras são o meu guia, sempre que me falta a esperança e o vigor de ir para a frente. Mas olho par Ele, que morreu por nós e a minha vida com Ele faz sentido.

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  2. Anónimo2:33 a.m.

    acompanhar, caminha comigo servindo-me de guia ao atravessá-la: Ele mesmo percorreu esta estrada, desceu ao reino da morte, venceu-a e voltou para nos acompanhar a nós agora e nos dar a certeza de que, juntamente com Ele, encontramos uma passagem.

    (Bento XVI - Spes Salvi)

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  3. Anónimo2:47 a.m.

    Pegadas na areia

    Uma noite eu tive um sonho.

    Sonhei que estava a andar na praia com o Senhor
    e a minha frente, passavam cenas da minha vida.

    Para cada cena que se passava, percebi que eram deixados
    dois pares de pegadas na areia;
    Um era meu e o outro do Senhor.

    Quando a última cena da minha vida passou
    Diante de nós, olhei para trás, para as pegadas
    Na areia e notei que muitas vezes, no caminho da
    Minha vida havia apenas um par de pegadas na areia.

    Notei também, que isso aconteceu nos momentos
    Mais difíceis e angustiosos da minha vida.

    Isso entristeceu-me muito, e perguntei
    Então ao Senhor.
    " Senhor, Tu disseste me que, uma vez
    que eu resolvi seguir Te, Tu andarias sempre
    comigo, Durante a minha caminhada , notei que
    nos momentos mais Difíceis da minha vida
    havia apenas um par de pegadas na areia.
    Não compreendo porque nas horas que mais
    necessitava de Ti,Tu me deixastes."

    O Senhor respondeu me:
    "- Meu Irmão. Eu Amo te e
    jamais te deixaria nas horas da tua prova
    e do teu sofrimento.
    Quando vistes na areia, apenas um par
    de pegadas, foi exactamente aí que EU,
    Te carreguei nos braços..."

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  4. Anónimo3:03 a.m.

    Suave Milagre!...

    "...Um dia um mendigo entrou no casebre, repartiu do seu farnel com a mãe amargurada, e um momento sentado na pedra da lareira, coçando as feridas das pernas, contou dessa grande esperança dos tristes, esse rabi que aparecera na Galileia, e de um pão no mesmo cesto fazia sete, e amava todas as criancinhas, e enxugava todos os prantos, e prometia aos pobres um grande e luminoso reino, de abundância maior que a corte de Salomão. A mulher escutava, com os olhos famintos. E esse doce rabi, esperança dos tristes, onde se encontrava?
    ...A tarde caía. O mendigo apanhou o seu bordão, desceu pelo duro trilho, entre a urze e a rocha. A mãe retomou o seu canto, a mãe mais vergada, mais abandonada. E então o filhinho, num murmúrio mais débil que o roçar duma asa, pediu à mãe que lhe trouxesse esse rabi que amava as criancinhas, ainda as mais pobres, sarava os males, ainda os mais antigos. A mãe apertou a cabeça engelhada:- Oh filho! e como queres que te deixe, e me meta aos caminhos, à procura do rabi da Galileia? Obed é rico e tem servos, e debalde buscaram Jesus, por areais e colinas, desde Chorazim até ao país de Moab. Sétimo é forte e tem soldados, e debalde correram por Jesus, desde Hébron até ao mar! Como queres que te deixe? Jesus anda por muito longe e nossa dor mora connosco, dentro destas paredes e dentro delas nos prende. E mesmo que o encontrasse, como convenceria eu o rabi tão desejado, por quem ricos e fortes suspiram, a que descesse através das cidades até este ermo, para sarar um entrevadinho tão pobre, sobre enxerga tão rota?
    A criança, com duas longas lágrimas na face magrinha, murmurou:- Oh mãe! Jesus ama todos os pequeninos. E eu ainda tão pequeno, e com um mal tão pesado, e que tanto queria sarar!E a mãe, em soluços:- Oh meu filho como te posso deixar! Longas são as estradas da Galileia, e curta a piedade dos homens. Tão rota, tão trôpega, tão triste, até os cães me ladrariam da porta dos casais. Ninguém atenderia o meu recado, e me apontaria a morada do doce rabi. Oh filho! Talvez Jesus morresse... Nem mesmo os ricos e os fortes o encontram. O Céu o trouxe, o Céu o levou. E com ele para sempre morreu a esperança dos tristes.De entre os negros trapos, erguendo as suas pobres mãozinhas que tremiam, a criança murmurou:- Mãe, eu queria ver Jesus...E logo, abrindo devagar a porta e sorrindo, Jesus disse à criança:
    - Aqui estou!..."
    Eça de Queiroz, no conto Suave Milagre. Poema em prosa, um hino da literatura portuguesa

    in blog quarta republica

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  5. Anónimo3:32 a.m.

    Evangelho segundo S. Mateus 28,1-10.

    Terminado o sábado, ao romper do primeiro dia da semana, Maria de Magdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro. Nisto, houve um grande terramoto: o anjo do Senhor, descendo do Céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspecto era como o de um relâmpago; e a sua túnica, branca como a neve. Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos. Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou, como tinha dito. Vinde, vede o lugar onde jazia e ide depressa dizer aos seus discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai à vossa frente para a Galileia. Lá o vereis.’ Eis o que tinha para vos dizer.» Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, as mulheres correram a dar a notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Salve!» Elas aproximaram-se, estreitaram-lhe os pés e prostraram-se diante dele. Jesus disse-lhes: «Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.»

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  6. Anónimo10:15 a.m.

    João
    andou com o meu filho no liceu porque há meses falou no joãozinho da voz doce a quem o pessoal lixava os pneus do carro
    boa pascoa para si e para os seus

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  7. Anónimo7:38 p.m.

    Nos «Bichos Carpinteiros», Medeiros Ferreira :
    -«Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste ?».

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  8. João,

    desejos de uma Feliz e Santa Páscoa.
    Que Deus ilumine sempre o nosso caminho e nos mantenha fiéis à Verdade.

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